acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S116<br />
mente à ida<strong>de</strong> (maior risco abaixo dos dois anos) e à existência <strong>de</strong> comorbilida<strong>de</strong>s.<br />
Objectivo: Avaliar a prevalência, gravida<strong>de</strong> e evolução da infecção pelo<br />
vírus H1N1 nos doentes internados com suspeita <strong>de</strong> Gripe A numa Enfermaria<br />
Pediátrica <strong>de</strong> um Hospital <strong>de</strong> Nível II. Métodos: Análise retros pectiva dos<br />
processos dos doentes internados com suspeita <strong>de</strong> Gripe A, entre 1 <strong>de</strong> Novem -<br />
bro <strong>de</strong> 2009 e 8 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2010. Avaliaram-se dados <strong>de</strong>mográficos e epi<strong>de</strong>miológicos:<br />
sexo, ida<strong>de</strong>, comorbilida<strong>de</strong>s, motivo <strong>de</strong> interna mento, diagnóstico<br />
laboratorial por PCR (polymerase chain reaction), tera pêutica com<br />
oseltamivir, duração do internamento, evolução e diagnóstico <strong>de</strong>finitivo.<br />
Resultados: Neste período validaram-se 1491 casos suspeitos <strong>de</strong> Gripe A;<br />
<strong>de</strong>stes, foram internadas 47 crianças (3,15%). A maior taxa <strong>de</strong> internamento<br />
verificou-se entre os 6 e os 24 meses; sem predomínio <strong>de</strong> género. Dos factores<br />
<strong>de</strong> risco/comorbilida<strong>de</strong>s associadas registaram-se: 53% com ida<strong>de</strong> inferior a<br />
dois anos (com 8,5% inferior a 6 meses), 13,8% com doença respiratória e<br />
10,3% com doença cardíaca. O principal motivo <strong>de</strong> interna mento foi dificulda<strong>de</strong><br />
respiratória (34%), dos quais 18% por <strong>de</strong>scompensação <strong>de</strong> patologia respiratória<br />
<strong>de</strong> base. Dos doentes internados: 45 (95%) rea li zaram pesquisa <strong>de</strong><br />
H1N1, dos quais 36% positivos; em 48,9% i<strong>de</strong>ntificou-se padrão radiológico<br />
<strong>de</strong> pneumonia (duas complicadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrame, uma das quais H1N1 positiva);<br />
seis necessitaram <strong>de</strong> oxigenioterapia; nenhum necessitou <strong>de</strong> ventilação inva -<br />
siva; instituiu-se oseltamivir em 80,5% e antibioticote rapia em 40,5%. A<br />
duração média <strong>de</strong> internamento foi 3,7 dias. Quanto aos diagnósticos <strong>de</strong>finitivos<br />
dos doentes internados: em 31,9% confirmou-se infecção por H1N1 (dos<br />
quais 52,9% com pneumonia); 57,4% apresentou síndrome gripal sem agente<br />
etiológico isolado (<strong>de</strong>stes, 65,2% com pneumonia) e aos restantes foram diagnosticadas<br />
otite média aguda, amigdalite estreptocócica e gastroenterite aguda.<br />
Todos evoluíram favoravelmente, não tendo sido registados óbitos. Conclusões:<br />
Face ao número <strong>de</strong> crianças observadas com critérios <strong>de</strong> Gripe A,<br />
veri ficou-se uma baixa taxa <strong>de</strong> internamento e nestes, uma baixa taxa <strong>de</strong><br />
prevalência <strong>de</strong> Gripe A. Neste período, a Gripe A causou apenas doença ligeira<br />
a mo<strong>de</strong>rada, com baixa morbilida<strong>de</strong> e mor talida<strong>de</strong> nula.<br />
Palavras-chave: Gripe A, vírus H1N1.<br />
PD200 - Casuística da Infecção Pelo Vírus Influenza A (H1N1) no Serviço<br />
<strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> <strong>de</strong> um Hospital <strong>de</strong> Nível II<br />
Sofia Moura Antunes 1 ; Raquel Firme 1 ; Duarte Malveiro 2 ; Filipa Vieira 2 ;<br />
Cristina Silvério 1 ; Mafalda Martins 1<br />
1- HPP-Hospital <strong>de</strong> Cascais; 2- Hospital <strong>de</strong> São Francisco Xavier - CHLO<br />
Introdução: A infecção pelo Vírus Influenza A (H1N1) - Gripe A, embora<br />
cli nicamente semelhante à da Gripe Sazonal, afecta sobretudo crianças e<br />
adultos jovens. O número <strong>de</strong> casos confirmados subestima a verda<strong>de</strong>ira repercussão<br />
pandémica <strong>de</strong>sta infecção. As formas agudas e auto-limitadas predo -<br />
minam, estando <strong>de</strong>scritos casos graves e fatais, sobretudo em doentes com<br />
comorbilida<strong>de</strong>s. Objectivo: Analisar a epi<strong>de</strong>miologia, morbilida<strong>de</strong> e morta -<br />
lida<strong>de</strong> do vírus H1N1 na população pediátrica <strong>de</strong> um Hospital <strong>de</strong> Nível II.<br />
Métodos: Estudo retrospectivo dos casos com critérios suspeitos <strong>de</strong> Gripe A,<br />
observados no Serviço <strong>de</strong> Urgência (SU) Pediátrico, entre 1 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong><br />
2009 e 8 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2010. Analisaram-se dados <strong>de</strong>mográficos e epi<strong>de</strong>mio -<br />
lógicos: sexo, ida<strong>de</strong>, sintomas <strong>de</strong> apresentação, tempo <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong> doença,<br />
comorbilida<strong>de</strong>s, pesquisa <strong>de</strong> H1N1 por PCR (polymerase chain reaction),<br />
tera pêutica com oseltamivir e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> internamento. Validaram-se os<br />
casos que cumpriam os critérios clínicos da Direcção Geral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, sendo<br />
a ausência <strong>de</strong> febre critério <strong>de</strong> exclusão. Resultados: Neste período recorreram<br />
ao SU 1563 casos suspeitos <strong>de</strong> Gripe A, tendo sido validados 1491:<br />
53% do sexo masculino, com uma mediana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 6-10 anos (11,2%<br />
com ida<strong>de</strong> inferior a dois anos). Os sintomas mais frequentes foram febre,<br />
tosse (76%), odinofagia (44,3%), obstrução nasal e rinorreia (26%); 43,7%<br />
das crianças apresentavam sintomas gastrointestinais (GI). Em 43,5% dos<br />
casos, o recurso ao SU ocorreu no primeiro dia <strong>de</strong> doença. Os factores <strong>de</strong><br />
risco/comorbilida<strong>de</strong>s que mais frequentemente motivaram a confirmação<br />
labo ratorial foram: patologia respiratória <strong>de</strong> base (23%), ida<strong>de</strong> inferior a dois<br />
anos (22,6%), dificulda<strong>de</strong> respiratória (14,3%) e contacto com grávidas<br />
(11,8%). Dos 287 (19,2%) testes <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> H1N1 realizados, 57% foram<br />
positivos, dos quais 10,4% foram internados. Em 11,7% foi instituída tera -<br />
pêutica com oseltamivir, registando-se um caso <strong>de</strong> reacção adversa grave com<br />
angioe<strong>de</strong>ma. Conclusões: A clínica da Gripe A é sobreponível à da Gripe<br />
Sazonal, mas com maior incidência <strong>de</strong> sintomas GI. No período e população<br />
estudados, a infecção pelo Vírus Influenza A (H1N1) causou apenas doença<br />
ligeira a mo<strong>de</strong>rada, com uma baixa taxa <strong>de</strong> internamento e todos com<br />
evolução favorável, não tendo sido registados óbitos.<br />
Palavras-chave: Gripe A, vírus H1N1.<br />
PD201 - Meningite a varicela - manifestação rara <strong>de</strong> uma doença frequente<br />
Sara Domingues 1 ; Sandra Pereira 1 ; Carlos Marcos 1 ; Eunice Moreira 1 ; Maria<br />
do Céu Ribeiro 1 ; Carla Brandão 1<br />
1- Centro Hospitalar do Tamega e Sousa<br />
Introdução: O Vírus Varicella-Zoster (VVZ) causa infecção primária, latente<br />
e recorrente (herpes zóster ou zona). A infecção primária, que se manifesta<br />
como varicela, é uma das doenças infecciosas mais comuns nas crianças e, apesar<br />
<strong>de</strong> normalmente ser leve a mo<strong>de</strong>rada, po<strong>de</strong> causar importante morbi lida<strong>de</strong><br />
em crianças previamente saudáveis. Caso clínico: Criança <strong>de</strong> 10 anos, do sexo<br />
feminino, com antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> varicela na semana anterior, foi observada no<br />
Serviço <strong>de</strong> Urgência por cefaleias frontais intensas com cerca <strong>de</strong> 12 horas <strong>de</strong><br />
evolução associadas a náuseas e vómitos. Ao exame objec tivo, apresentava<br />
lesões <strong>de</strong> varicela, algumas em fase <strong>de</strong> crosta bem como rigi<strong>de</strong>z terminal da<br />
nuca. Analiticamente, os marcadores inflamatórios <strong>de</strong> fase aguda eram negativos<br />
e não tinha citólise hepática. A contagem <strong>de</strong> células do líquor estava<br />
aumentada (62 celulas/mm3, 90% <strong>de</strong> linfócitos) com glicose e proteínas <strong>de</strong>ntro<br />
dos valores normais, pelo que foi internada com o diagnóstico <strong>de</strong> meningite<br />
e iniciou tratamento com aciclovir endovenoso. A pesquisa <strong>de</strong> DNA do VVZ<br />
no líquor foi positiva e a ressonância magnética encefálica não mostrou alte -<br />
rações. Resolução sintomática no segundo dia <strong>de</strong> internamento, completando<br />
<strong>de</strong>z dias <strong>de</strong> tratamento endovenoso. Discussão : As complica ções da infecção<br />
por VVZ ao nível do sistema nervoso central são raras, estando associadas a<br />
maior morbilida<strong>de</strong> em adultos ou crianças com ida<strong>de</strong> inferior a 5 anos. A ata -<br />
xia cerebelar aguda (1/4000 casos <strong>de</strong> varicela) e encefalite (1/50000 casos <strong>de</strong><br />
varicela) são complicações neurológicas bem documen tadas da varicela. Estão<br />
<strong>de</strong>scritos alguns casos <strong>de</strong> meningite por VVZ tanto na infecção primária como<br />
na recorrência, sem sequelas a longo prazo. O tratamento é controverso.<br />
Palavras-chave: Varicela; meningite.<br />
PD202 - Complicação Grave <strong>de</strong> Cárie Dentária - Angina <strong>de</strong> Ludwig<br />
Alexandra Gavino 1 ; Rosário Malheiro 2 ; Maria João Brito 2<br />
1- Hospital <strong>de</strong> Santarém, EPE; 2- Hospital Dona Estefânia, CHLC, EPE<br />
Introdução: A angina <strong>de</strong> Ludwig, <strong>de</strong>scrita por Wilhelm von Ludwig em<br />
1836, é uma infecção grave e potencialmente fatal pelo compromisso que<br />
po<strong>de</strong> ocorrer na via aérea, se não for tratada atempadamente. Caracteriza-se<br />
por celulite bilateral, submentoniana, submandibular e sublingual, com rá -<br />
pida evolução por contiguida<strong>de</strong> entre os espaços fasciais. A etiologia mais<br />
comum é a odontogénica (70%) Caso Clinico: Criança <strong>de</strong> 10 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />
previamente saudável, com e<strong>de</strong>ma da face e odontalgia com quatro dias <strong>de</strong><br />
evolução, sem febre. À observação, <strong>de</strong>stacava-se tumefacção geniana baixa,<br />
mentoniana, submentoniana, submandibular e do hemipavimento bucal direi -<br />
to, trismus com 1 cm <strong>de</strong> abertura bucal máxima e sialorreia, sem disfagia ou<br />
sinais sugestivos <strong>de</strong> compromisso da via aérea. Dos resultados laboratoriais,<br />
a salientar leucocitose com neutrofilia (17x103/mm3 leucócitos, 83.8% <strong>de</strong><br />
neutrófilos) e elevação da PCR (19.54 mg/dl). A TC da face e pescoço reve -<br />
lou extenso processo <strong>de</strong> celulite que atingia os espaços sublingual, submentoniano<br />
e submaxilar direitos, espessamento da gordura subcutânea envol -<br />
vendo a glândula submaxilar atingindo as fáscias e o músculo masseter<br />
homo la teral, sem sinais <strong>de</strong> compromisso da via aérea. Foi medicado com<br />
penicilina e clindamicina durante 8 dias e, no 7º dia <strong>de</strong> internamento realizou<br />
extracção dos primeiros molares <strong>de</strong>finitivos inferiores bilaterais. O internamento<br />
<strong>de</strong>correu com melhoria progressiva, sem intercorrências. Comentários:<br />
O reconhecimento <strong>de</strong>sta entida<strong>de</strong> e o tratamento a<strong>de</strong>quado e atem -<br />
pado com recurso à antibioterapia sistémica mostrou-se eficaz, não havendo<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção a nível da via aérea ou <strong>de</strong> cirurgia <strong>de</strong> emergência.<br />
Estas situações, embora raras, são evitáveis com medidas <strong>de</strong> prevenção liga -<br />
das a um maior investimento na Saú<strong>de</strong> Oral Infantil.<br />
Palavras-chave: Angina <strong>de</strong> Ludwig, Carie Dentária, Saú<strong>de</strong> Oral.<br />
PD203 - Staphylococcus aureus resistente à meticilina da comunida<strong>de</strong>,<br />
PLV negativo como causa <strong>de</strong> doença grave num doente pediátrico previa -<br />
mente saudável<br />
Alexandra Gavino 1 ; Catarina Gouveia 2 ; Conceição Neves 2 ; Maria Miragaia 3 ;<br />
Maria João Brito 2<br />
1- Hospital <strong>de</strong> Santarém; 2- Hospital Dona Estefânia, CHLC, EPE; 3- Insti -<br />
tuto <strong>de</strong> Tecnologia Química e Biológica<br />
Introdução: O Staphylococcus aureus resistente à meticilina da comunida<strong>de</strong><br />
(CA-MRSA) é um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública emergente a nível mundial. A<br />
prevalência está a aumentar na Europa, e é provavelmente emergente tam-<br />
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