acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S94<br />
dilatação piélica mo<strong>de</strong>rada. Verificou-se involução do rim displásico em 27<br />
casos (75%) - parcial em 24 e total em três. Cinco das sete unida<strong>de</strong>s reflu -<br />
xivas resolveram (três espontaneamente e duas por reimplantação ureteral).<br />
Os dois casos <strong>de</strong> OJPU foram operados. Não se verificou nenhum caso <strong>de</strong><br />
transformação maligna e não se proce<strong>de</strong>u a qualquer nefrectomia <strong>de</strong> rim<br />
displásico. Ocorreu infecção urinária em nove crian ças (25%) - três com<br />
RVU e duas com OJPU. Não ocorreu hipertensão arterial nem diminuição<br />
da filtração glomerular em qualquer criança. Conclu sões: Os resultados<br />
obtidos nesta revisão são genericamente concordantes com outras casuís -<br />
ticas e confirmam a justeza <strong>de</strong> um seguimento conservador na abordagem<br />
da criança com DRM.<br />
Palavras-chave: Displasia renal multiquística; criança.<br />
Área Científica - Reumatologia<br />
PD119 - Púrpura <strong>de</strong> Henoch Schonlein: Casuística <strong>de</strong> 10 anos num<br />
Hospital Distrital<br />
Joana Extreia 1 ; Nélia Ferraria 1 ; Susana Rocha 1 ; Teresa Correia 1 ; Vera Silva 1<br />
1- Hospital Nossa Senhora do Rosário, Centro Hospitalar Barreiro Montijo<br />
Introdução: A Púrpura <strong>de</strong> Henoch- Schonlein (PHS) é a vasculite sisté -<br />
mica mais frequente na ida<strong>de</strong> pediátrica, caracterizando-se por uma tétra<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> manifestações clínicas que inclui alterações cutâneas, articulares,<br />
gastrintes tinais e renais. É , na maioria dos casos, auto-limitada. No entanto,<br />
o envolvimento renal po<strong>de</strong> ocorrer a longo prazo, e, nalguns casos, culminar<br />
em insufi ciência renal. Objectivo: Apresenta-se uma casuística que<br />
abrange os casos <strong>de</strong> PHS que justificaram o internamento no Serviço <strong>de</strong><br />
<strong>Pediatria</strong> e/ou em Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Internamento <strong>de</strong> Curta Duração do HNSR<br />
entre Janeiro <strong>de</strong> 2000 e Dezembro <strong>de</strong> 2009. Métodos: Para além da avaliação<br />
da distribuição dos casos por sexo, ida<strong>de</strong> e época do ano, foram apuradas<br />
as principais mani festações clínicas e alterações laboratoriais encontradas,<br />
bem como a duração do internamento, recorrência e terapêutica<br />
efectuada. Resultados: Foram regis tados 29 casos não havendo predo -<br />
minância significativa entre sexos (F:55.2% vs M:48.2%). A ida<strong>de</strong> média<br />
foi <strong>de</strong> 5 anos. Dos 29 casos, 55% ocorreram <strong>de</strong> Outubro a Dezembro. Para<br />
além da púrpura, as queixas articulares foram a manifestação clínica mais<br />
frequente (58,6%). Cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> dos casos <strong>de</strong>correram com leucocitose<br />
apresentando todos valores <strong>de</strong> ureia e crea tinina normais. Verificou-se<br />
hematúria em 17,2% dos doentes e apenas num <strong>de</strong>stes, se observou também<br />
proteinuria. Em 17,2% dos casos foi usada corti coterapia e em 55,2%<br />
houve registo <strong>de</strong> infecção respiratória alta prévia ao episódio <strong>de</strong> púrpura. A<br />
média <strong>de</strong> internamento foi <strong>de</strong> 5,6 dias.Foram acompanhados em consulta<br />
<strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Hospitalar 18 casos (62%) sem registo <strong>de</strong> sequelas. Con -<br />
clusão: Os dados apurados estão <strong>de</strong> acordo com a epi<strong>de</strong>mio logia da doença<br />
<strong>de</strong>s crita na literatura. A PHS po<strong>de</strong>, por vezes, ter manifestações exube -<br />
rantes, no entanto trata-se <strong>de</strong> uma patologia habitualmente benigna não<br />
<strong>de</strong>ixando sequelas.<br />
Palavras-chave: Púrpura <strong>de</strong> Henoch Schonlein<br />
PD120 - E<strong>de</strong>ma Agudo Hemorrágico do Lactente – caso clínico<br />
Joana Regala 1 ; João Baldaia 1<br />
1- Hospital Dona Estefânia<br />
Introdução: O E<strong>de</strong>ma Agudo Hemorrágico do Lactente (EAHL) é uma<br />
forma rara <strong>de</strong> vasculite leucocitoclástica cutânea em crianças abaixo dos 24<br />
meses. Caracteriza-se pela tría<strong>de</strong> sintomática: lesões papulares púrpuricas ou<br />
equimóticas, dolorosas, envolvendo sobretudo face, pavilhões auriculares e<br />
extremida<strong>de</strong>s; e<strong>de</strong>ma acral assimétrico, com progressão proximal e febre<br />
baixa. Po<strong>de</strong> ser precedido por infecções, fármacos ou imunizações. Tem um<br />
curso auto-limitado e benigno, com envolvimento visceral raro. Os diagnósticos<br />
diferenciais incluem púrpura <strong>de</strong> Henoch-Schonlein, síndrome <strong>de</strong><br />
Sweet, eritema multiforme, meningococcémia e doença <strong>de</strong> Kawasaki. Caso<br />
clínico: Lactente <strong>de</strong> 11 meses, sexo masculino, previamente saudável, iniciou<br />
quadro <strong>de</strong> exantema com lesões numulares púrpuricas e equimóticas a<br />
nível dos mem bros inferiores, região glútea, antebraços, face e pavilhões<br />
auriculares, e<strong>de</strong> ma da face, dorso da mão esquerda, pé direito e febre (38ºC).<br />
Nos antece <strong>de</strong>ntes pessoais <strong>de</strong>stacava-se infecção respiratória alta recente.<br />
Ao exame objectivo apresentava ainda um bom estado geral, lesões vesiculares<br />
no véu do palato e otite média aguda, tendo-se iniciado antibioterapia.<br />
Laboratorial mente realçava-se anemia ligeira, leucócitos: 18180/μL com linfocitose,<br />
plaquetas: 828000/μL, VS: 60 mm/h e provas <strong>de</strong> coagulação normais.<br />
Durante o internamento umas lesões cutâneas esvaeceram, outras<br />
tornaram-se progressivamente alargadas e coalescentes, formando lesões em<br />
alvo, com arranjo policíclico, o e<strong>de</strong>ma acral progrediu <strong>de</strong> forma centrípeta e<br />
verificou-se e<strong>de</strong>ma do escroto com coloração púrpura. A reacção em ca<strong>de</strong>ia<br />
da polimerase para enterovírus nas fezes foi positiva. As hemoculturas, o<br />
estudo imunológico (ANA, ANCA, TASO, anti-DNAse B) e a pesquisa <strong>de</strong><br />
sangue oculto nas fezes foram negativos; o exame sumário da urina não<br />
apresentava alterações. Houve melhoria clínica progressiva ao longo <strong>de</strong> 3<br />
semanas, com normali zação das alterações laboratoriais. Ao longo <strong>de</strong> 6<br />
meses <strong>de</strong> seguimento não houve recorrências e a função renal permaneceu<br />
sem alterações. Conclusões: Este caso trata-se <strong>de</strong> uma apresentação clás sica<br />
<strong>de</strong> EAHL, tendo em conta a tría<strong>de</strong> sintomática, a faixa etária, a evolução e a<br />
ausência <strong>de</strong> envolvimento visceral. A etiologia foi provavelmente para-in -<br />
fecciosa, não estando previamente <strong>de</strong>scrita a associação a enterovírus.<br />
Destaca-se a importância do correcto diagnóstico <strong>de</strong>sta entida<strong>de</strong> clínica rara,<br />
diferenciando-a <strong>de</strong> outras patologias mais graves, que implicam uma atitu<strong>de</strong><br />
terapêutica diferente.<br />
Palavras-chave: E<strong>de</strong>ma agudo hemorrágico do lactente; vasculite leucoci -<br />
toclástica; púrpura.<br />
PD121 - E<strong>de</strong>ma Hemorrágico Agudo da Infância - A propósito <strong>de</strong> um<br />
caso clínico<br />
Helena Rego 1 ; Ines Sobreira 1 ; Teresa Jacinto 1 ; Sandra Me<strong>de</strong>iros 1 ; Ana<br />
Raposo 1 ; Raquel Amaral 1 ; C.Pereira Duarte 1<br />
1- HDES<br />
O E<strong>de</strong>ma Hemorrágico Agudo da Infância (EHAI) é uma vasculite leucoci -<br />
toclástica rara, <strong>de</strong> etiologia <strong>de</strong>sconhecida, que afecta essencialmente crian -<br />
ças com ida<strong>de</strong> inferior aos dois anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Descreve-se o caso clínico <strong>de</strong><br />
uma menina <strong>de</strong> 14 meses, previamente saudável, internada no Serviço <strong>de</strong><br />
<strong>Pediatria</strong> por aparecimento abrupto, cerca <strong>de</strong> 24 horas antes, <strong>de</strong> <strong>de</strong>rmatose<br />
simétrica, bilateral, envolvendo a face, tronco e membros <strong>de</strong> forma centrí -<br />
peta, caracte rizada por algumas petéquias e por múltiplas placas purpúricas,<br />
com 1 a 5 cm <strong>de</strong> diâmetro, <strong>de</strong> contorno numular, associada a e<strong>de</strong>ma da face,<br />
mãos e pavi lhões auriculares. Sem febre, queixas do foro respiratório, génito-urinário<br />
ou gastro-intestinal. Havia efectuado, uma semana antes do internamento,<br />
tera pêutica com amoxicilina e ácido clavulânico, salbutamol ina -<br />
lado, bu<strong>de</strong>sonido nasal e anti-histamínico, por diagnóstico presuntivo <strong>de</strong><br />
infecção respiratória alta. Na avaliação laboratorial documentou-se:<br />
parâmetros inflamatórios, coagulação, função hepática e renal, e serologias<br />
virais sem quaisquer alte rações. Durante o internamento apresentou febre<br />
apenas no primeiro dia. Foi medicada sintomaticamente e apresentou sempre<br />
bom estado geral, com regressão completa das lesões cutâneas e do<br />
e<strong>de</strong>ma no final da primeira semana. O EHAI está frequentemente associado<br />
a uma história recente <strong>de</strong> infec ção das vias aéreas superiores e/ou terapêu -<br />
tica com antibióticos. O vasto espectro das suas formas <strong>de</strong> apresentação<br />
cutânea, bem como o seu curso benigno, po<strong>de</strong>m contribuir para o subdiagnóstico<br />
<strong>de</strong>sta entida<strong>de</strong>.<br />
Palavras-chave: Vasculite,leucocitoclastica,e<strong>de</strong>ma,<strong>de</strong>rmatose.<br />
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