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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S48<br />

Pro teins (LTP), presentes na artemísia (Art v 3), avelã (Cor a 8) e pêssego<br />

(Pru p 3). Discussão: O diagnóstico da AIEDA é essencialmente clínico,<br />

requerendo a combinação da ingestão do alimento e do exercício para que<br />

ocorra reacção alérgica. Neste caso o estudo molecular sugere que as proteínas<br />

responsáveis pela reacção alérgica são as LTP, presentes nas plantas,<br />

<strong>de</strong>scritas em cereais como o trigo, milho e arroz, ou ainda no amendoim. As<br />

LTP induzem reacções sistémicas mais frequentes nos pacientes não sensibilizados<br />

a poléns. O tratamento assenta essencialmente na evicção, isto é, o<br />

paciente não <strong>de</strong>ve ingerir os alimentos nas 6 horas que prece<strong>de</strong>m a activida<strong>de</strong><br />

física. Neste caso foi instituída a evicção dos cereais e amendoim antes do<br />

exercício e a auto-administração <strong>de</strong> adrenalina em situação <strong>de</strong> emergência. A<br />

AIEDA perdura ao longo <strong>de</strong> anos.<br />

Palavras-chave: Anafilaxia, Exercício, Depen<strong>de</strong>nte Alimentos<br />

Área Científica - Pneumologia<br />

PAS65 - Broncomalacia ou enfisema lobar congénito: das dificulda<strong>de</strong>s no<br />

diagnóstico às in<strong>de</strong>cisões terapêuticas<br />

Catarina Ferraz 1 ; Augusta Gonçalves 2 ; Mariana Rodrigues 1 ; Sandra Costa 1 ;<br />

Joana Miranda 1 ; Milagros Garcia 1 ; Inês Azevedo 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> S. João; 2- Hospital <strong>de</strong> S. Marcos<br />

A traqueobroncomalacia associa-se a uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> anomalias congé nitas,<br />

como cardiopatias, fistulas esofágicas ou refluxo, mas po<strong>de</strong> ser pri mária. Esta<br />

última tem vindo a ser reconhecida com maior frequência, através da broncos -<br />

copia. A broncomalacia isolada é muito mais rara e cursa com sintomas respiratórios<br />

crónicos <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> variável. O tratamento só está indicado quando<br />

claramente sintomática, dada a evolução favorável com o crescimento, e po<strong>de</strong><br />

passar pela ventilação com pressão positiva, colocação <strong>de</strong> prótese endobrônquica<br />

ou cirurgia, não havendo evidência sobre qual a opção mais a<strong>de</strong>quada.<br />

Caso Clínico: Lactente com má progressão pon<strong>de</strong>ral, admitido ao mês <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

por falência respiratória aguda, com necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ventilação mecânica. O<br />

estudo imagiológico revelou hiperinsuflação do LSE, com <strong>de</strong>svio contralateral<br />

do mediastino e atelectasia quase total do pulmão direito e do LIE. Não se<br />

observava atenuação da vascularização no LSE, habitual no enfisema lobar<br />

congénito. Um RX torácico realizado 15 dias antes mostrava discreta hiperinsuflação<br />

esquerda, que não tinha sido valori zada. Em broncoscopias seriadas<br />

verificou-se malacia grave da porção distal do brônquio principal esquerdo,<br />

com extensão ao início dos lobares superior e inferior, que se foi atenuando ao<br />

longo dos meses. Não apresentava cardio patia congénita, mas verificou-se<br />

hipertensão pulmonar grave transitória. Em D16 foi possível passar para ventilação<br />

não invasiva contínua, com CPAP nasal, que se mantém aos 6 meses <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>. Esta opção tem sido bem tole rada e observou-se crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

a<strong>de</strong>quados à ida<strong>de</strong>. Mantém hiperinsuflação lobar superior esquerda<br />

mo<strong>de</strong>rada, sem compressão significativa do restante pulmão. Os autores<br />

apresentam este caso por ilustrar as dificulda<strong>de</strong>s no diagnóstico diferencial<br />

entre broncomalacia e enfisema lobar congénito clássico. Na tentativa <strong>de</strong> evitar<br />

a pneumectomia, e perante a impossibilida<strong>de</strong> técnica <strong>de</strong> inserir prótese em lesão<br />

tão distal, optaram por tentar preservar a permeabilida<strong>de</strong> da via aérea com<br />

pressão positiva. Nos primeiros meses verificavam-se crises anóxicas sempre<br />

que a ventilação era momentaneamente interrompida, mas a partir do quarto<br />

mês conseguiu-se estabilida<strong>de</strong> clínica. O uso <strong>de</strong> pressão positiva contínua por<br />

CPAP tem vindo a ser cada vez mais recomendado em doentes com dificulda<strong>de</strong><br />

respiratória por malacia, pela evolução favorável <strong>de</strong>sta. Dada a ausência <strong>de</strong><br />

evidência científica, o tratamento <strong>de</strong>ve ser individualizado caso a caso.<br />

Palavras-chave: Broncomalacia; enfisema; VNI; broncoscopia.<br />

PAS66 - Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cuidados Intermédios Respiratórios em <strong>Pediatria</strong>.<br />

Uma exigência <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

Mónica Cró Braz 1 ; Teresa Nunes 2 ; Ana Saianda 2 ; Rosário Ferreira 2 ; Luísa<br />

Pereira 2 ; Teresa Ban<strong>de</strong>ira 2<br />

1- Hospital Garcia <strong>de</strong> Orta, EPE; 2- Hospital <strong>de</strong> Santa Maria<br />

Introdução: As Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cuidados Intermédios Respiratórios (UCIRs)<br />

surgem primeiro nos EUA e posteriormente na Europa, com o objectivo <strong>de</strong><br />

prestação <strong>de</strong> cuidados específicos a doentes adultos respiratórios com um<br />

nível intermédio <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>. Em <strong>Pediatria</strong> não estão <strong>de</strong>scritas este tipo <strong>de</strong><br />

Unida<strong>de</strong>s, mas na última década tem sido referido um número crescente <strong>de</strong><br />

doentes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tecnologia respiratória, com as consequentes necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> re-organização <strong>de</strong> cuidados intra e extra-hospitalares.Objectivos:<br />

Caracterizar os doentes respiratórios crónicos internados numa Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Pneumologia Pediátrica (UPP) dum Hospital Terciário, com <strong>de</strong>pendência tecnológica<br />

e i<strong>de</strong>ntificar a dimensão das <strong>de</strong>pendências com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reorganização<br />

da Unida<strong>de</strong>. Metodologia: Estudo retrospectivo por consulta <strong>de</strong><br />

processos clínicos <strong>de</strong> doentes crónicos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tecnologia [ventilação<br />

invasiva por traqueostomia (VIt), não invasiva (VNI) e oxigenoterapia (O2)],<br />

internados na UPP <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2009 a 31 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2010.Resultados:<br />

Dos 285 internamentos neste período, 102 (36%) referem-se a doentes<br />

crónicos, correspon<strong>de</strong>ntes a 74 doentes com os diagnósticos <strong>de</strong> fibrose quística<br />

(28/27%), doença neuromuscular/distrofia muscular (22/22%), paralisia<br />

cerebral (13/13%), asma/sibilância recorrente (11/11%), displasia broncopulmonar<br />

(10/10%), síndromes polimalformativos (10/10%) e outros (8/7%).<br />

Destes doentes 31 (30,4%) realizam ventilação: binível 22 (71%), CPAPn 2<br />

(6,5%) e invasiva por traqueostomia 7 (22,5%). 30 (29%) doentes eram<br />

<strong>de</strong>pen <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> oxigénio <strong>de</strong> longa duração. Conclusões: Nos últimos anos,<br />

também em <strong>Pediatria</strong>, um número crescente <strong>de</strong> doentes respiratórios crónicos<br />

com <strong>de</strong>pendências <strong>de</strong> tecnologia são responsáveis por internamentos em<br />

Unida<strong>de</strong>s Especializadas <strong>de</strong> Pneumologia. Factores relacionados com a<br />

melho ria do suporte tecnológico, maior sobrevivência <strong>de</strong> crianças com pro -<br />

blemas e a mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s face aos cuidados a estas crianças <strong>de</strong>terminam<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> re-organização das Unida<strong>de</strong>s prestadoras <strong>de</strong> cuidados.<br />

A criação <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s intermédias entre os Cuidados Intensivos e as enfermarias<br />

comuns, para tratamento dos doentes respiratórios crónicos adultos<br />

permitiram aliviar a carga dos primeiros e dotar as Unida<strong>de</strong>s Respiratórias<br />

com recursos humanos e técnicos a<strong>de</strong>quados, com uma favorável relação<br />

custo-efectivida<strong>de</strong>. Em <strong>Pediatria</strong> este parece ser também o percurso a seguir.<br />

Palavras-chave: Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuidados Intermédios Respiratórios, ventila -<br />

ção, oxigenoterapia.<br />

PAS67 - Dispneia Aguda e Dor Torácica em Adolescentes: Não esquecer<br />

o tromboembolismo pulmonar<br />

Sandra Costa 1 ; Mariana Rodrigues 1 ; Diana Amaral 1 ; Andreia Oliveira 1 ; Maria<br />

João Baptista 2 ; Augusto Ribeiro 3 ; Augusta Gonçalves 4 ; Teresa Nunes 4 ;<br />

Catarina Ferraz 4 ; Inês Azevedo 4<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital São João; 2- Serviço <strong>de</strong> Cardiologia Pediá -<br />

trica, Hospital São João; 3- Serviço <strong>de</strong> Cuidados Intensivos e Intermédios<br />

Pediátricos, Hospital São João; 4- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pneumologia Pediátrica,<br />

Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital São João<br />

Introdução: O alargamento da ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> admissão à urgência pediátrica levou<br />

ao acréscimo <strong>de</strong> episódios <strong>de</strong> urgência por dor torácica e dispneia aguda. As<br />

causas mais frequentes <strong>de</strong>stes sintomas em adolescentes são as perturbações<br />

da ansieda<strong>de</strong>, contudo o diagnóstico diferencial inclui patologias raras e<br />

potencialmente fatais como o tromboembolismo pulmonar (TEP). Objectivo<br />

e Métodos: Revisão dos casos <strong>de</strong> TEP diagnosticados entre Julho 2009 e<br />

2010, recordando sinais e sintomas <strong>de</strong> alerta e a abordagem terapêutica.<br />

Resultados: Foram diagnosticados três casos <strong>de</strong> TEP em adolescentes dos 15<br />

aos 17 anos; dois no sexo feminino. Os sintomas na apresentação foram: dispneia<br />

(2/3), dor torácica (2/3), dor no membro inferior (2/3), síncope (1/3) e<br />

lipotímia (1/3). As duas adolescentes não apresentavam antece<strong>de</strong>ntes<br />

patológicos e estavam medicadas com anti-concepcional oral (ACO), uma<br />

tinha diagnóstico prévio <strong>de</strong> trombose venosa profunda (TVP) do membro<br />

inferior há dois dias e estava medicada com enoxaparina; o adolescente apresentava<br />

obesida<strong>de</strong> (IMC 45 Kg/m2) e fractura recente do membro inferior<br />

direito. O exame objectivo revelou nos três doentes e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> um membro<br />

inferior e num hipoxemia e taquicardia. Em todos os doentes foi diagnosti -<br />

cada TVP por ecodoppler dos membros inferiores; em dois constatou-se<br />

ainda extensão da TVP para as veias ilíacas e veia cava inferior. O diagnós -<br />

tico <strong>de</strong> TEP foi confirmado por TC torácico em todos. A avaliação por<br />

Cardiologia Pediátrica foi normal em dois casos e no terceiro constatou-se<br />

disfunção ventricular direita, elevação do BNP e sinais <strong>de</strong> lesão miocárdica<br />

(troponina I elevada). Assim, institui-se fibrinólise e hipocoagulação neste<br />

doente e apenas hipocoagulação nos restantes dois casos. Ambas as doentes<br />

suspen<strong>de</strong>ram ACO. A evolução clínica foi favorável em todos, com melhoria<br />

da disfunção cardíaca no doente submetido a fibrinólise. O estudo complementar<br />

para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> factores pro-trombóticos i<strong>de</strong>ntificou apenas<br />

numa doente défice <strong>de</strong> proteína S e heterozigotia para o factor V <strong>de</strong> Lei<strong>de</strong>n.<br />

Conclusão: Aliado à baixa incidência em ida<strong>de</strong> pediátrica, os sintomas e<br />

sinais <strong>de</strong> TEP são inespecíficos e os factores <strong>de</strong> risco po<strong>de</strong>m não ser<br />

aparentes, pelo que o diagnóstico requer um elevado nível <strong>de</strong> suspeição clí -<br />

nica. O e<strong>de</strong>ma unilateral dos membros inferiores e a síncope constituíram<br />

sinais <strong>de</strong> alerta. A estratificação da gravida<strong>de</strong> é fundamental na <strong>de</strong>cisão da atitu<strong>de</strong><br />

terapêutica, nomeadamente para avaliação da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fibrinólise.<br />

Palavras-chave: Tromboembolismo pulmonar; adolescente.<br />

S48

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