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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S119<br />

articular <strong>de</strong> uma das artrites sépticas do joelho. A única complicação não<br />

piogénica documentada <strong>de</strong>veu-se a uma encefalite pelo VZV com PCR positivo<br />

para esse vírus no líquido cefalo-raquidiano. As complicações que<br />

<strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> uma doença aparentemente benigna <strong>de</strong>vem ser valorizadas tendo<br />

em conta a sua gravida<strong>de</strong> bem como os custos em cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e em<br />

absentismo laboral dos familiares. A avaliação da realida<strong>de</strong> global portu -<br />

guesa, nomeadamente das complicações da varicela, internamentos e custos<br />

relacionados po<strong>de</strong>rá ser relevante numa altura em se mantem a reflexão sobre<br />

a introdução da vacina da varicela no PNV.<br />

Palavras-chave: Varicela, encefalite, artrite, pio<strong>de</strong>rmite.<br />

PD211 - Sacroileíte séptica por Staphylococcus aureus: <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> caso<br />

clínico<br />

Conceição Costa 1 ; Joana Correia 1 ; Arménia Campos 1 ; Isabel Carvalho 1 ;<br />

Mafalda Santos 1 ; Eduarda Marques 1<br />

1- Centro Hospitalar Vila Nova <strong>de</strong> Gaia/Espinho<br />

Introdução: A Sacroileíte séptica é uma patologia rara representando apenas<br />

1 a 2% das artrites sépticas. A sintomatologia inicial é geralmente inespecí -<br />

fica mimetizando outros quadros como a ciatalgia e artrite séptica da anca o<br />

que conduz frequentemente a um diagnóstico tardio. Exige tratamento pro -<br />

lon gado e geralmente a sua resolução é lenta e gradual. Descrição do caso:<br />

Os autores <strong>de</strong>screvem um caso <strong>de</strong> um adolescente <strong>de</strong> 16 anos do sexo masculino<br />

que recorreu ao Serviço <strong>de</strong> Urgência por um quadro <strong>de</strong> cefaleias, dor<br />

referida à anca direita, claudicação à direita e febre elevada com 24 horas <strong>de</strong><br />

evolução. Ao exame objectivo apresentava-se febril, com incapacida<strong>de</strong> na<br />

marcha, dor e <strong>de</strong>fesa à abdução e rotação interna da anca direita e manobras<br />

das sacroilíacas positivas. Observava-se também ferida corto-contusa no<br />

cotovelo direito em fase <strong>de</strong> crosta mas com rubor e discreto e<strong>de</strong>ma. O estudo<br />

analítico revelou 15 560 leucócitos/uL (87,0% <strong>de</strong> neutrófilos; 6,2% <strong>de</strong> linfó -<br />

citos), VS 40 mm/1ªhora e PCR 33,98 mg/dL. A radiografia da bacia e eco -<br />

grafia das ancas não apresentavam alterações. A Ressonância Magnética<br />

(RMN) <strong>de</strong>monstrou alterações sugestivas <strong>de</strong> sacroileíte unilateral <strong>de</strong> prová vel<br />

natureza infecciosa. Foi realizada punção aspirativa da articulação sacro -<br />

ilíaca, guiada por Tomografia Computorizada (TC) e instituída antibioterapia<br />

endovenosa com cefuroxima que cumpriu durante 6 semanas. Na hemocultura<br />

e cultura do líquido articular foi i<strong>de</strong>ntificado Staphylococcus aureus<br />

meticilino sensível (SAMS). Apesar da instituição precoce <strong>de</strong> antibioterapia<br />

e da melhoria dos marcadores inflamatórios, a recuperação clínica foi lenta<br />

mantendo dor e limitação significativa da marcha nas primeiras 4 semanas.<br />

Discussão: A sacroileíte é, uma patologia rara, sendo os agentes mais frequentes<br />

o SAMS, a Brucella e o Mycobacterium tuberculosis. O SAMS, associa-se<br />

frequentemente a artrites sépticas e osteomielites nas gran<strong>de</strong>s articula -<br />

ções, e está raramente associado a articulações com menor mobilida<strong>de</strong> como<br />

a articulação sacroilíaca. Neste caso clínico, apesar da apresentação ambígua,<br />

com queixas álgicas sobretudo ao nível da anca, o diagnóstico foi rápido,<br />

sendo que a RMN e a punção aspirativa da articulação guiada por TC tive ram<br />

um papel prepon<strong>de</strong>rante para o diagnóstico. A instituição da antibioterapia foi<br />

precoce, contudo a melhoria clínica foi lenta. Um diagnóstico rápido e início<br />

<strong>de</strong> tratamento atempado po<strong>de</strong>m ajudar a prevenir complicações e impedir a<br />

evolução para a cronicida<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: Sacroileíte séptica, Staphylococcus aureus<br />

PD212 - Sobrevida <strong>de</strong> crianças com Infecção VIH - experiência <strong>de</strong> uma<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Infecciologia Pediátrica<br />

Diana G. Pignatelli 1 ; Carolina Constant 2 ; Ana Mouzinho 3 ; Filipa Prata 3 ; José<br />

Gonçalo Marques 3 ; Paula Valente 3<br />

1- CHLN, EPE; 2- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, CHLN, EPE; 3- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Infec -<br />

cio logia, Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, CHLN, EPE<br />

Introdução: A Infecção VIH é actualmente uma doença crónica, controlável<br />

medicamente. A terapêutica antiretroviral <strong>de</strong> elevada activida<strong>de</strong> (HAART)<br />

permitiu uma redução na morbilida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> das crianças e adolescentes<br />

com Infecção VIH, mesmo se iniciada nos estadios avançados da<br />

doença. Objectivo: Avaliação da sobrevida <strong>de</strong> uma população pediátrica <strong>de</strong><br />

doentes com Infecção VIH. Métodos: Estudo <strong>de</strong>scritivo e retrospectivo<br />

baseado na consulta dos processos clínicos das crianças com Infecção VIH<br />

diagnosticada entre Janeiro <strong>de</strong> 1989 e Junho <strong>de</strong> 2010, em seguimento clínico<br />

num hospital terciário. Estadiamento da Infecção VIH segundo categorias<br />

clínicas e imunológicas do Centers for Disease Control and Prevention (EUA,<br />

2008). Tratamento estatístico dos dados em PASW Statistics 18 para análise<br />

<strong>de</strong>scritiva, cálculo da sobrevida com base nas curvas <strong>de</strong> sobrevivência <strong>de</strong><br />

Kaplan-Meier, cálculo do Odds-ratio (OR) através da regressão <strong>de</strong> Cox; significância<br />

estatística para p&lt;0,05. Resultados: Durante o período estu dado<br />

foram seguidas 111 crianças, 57% do sexo feminino, 54% <strong>de</strong> raça branca,<br />

46% negra, VIH1: 95%, transmissão vertical: 91%. Ida<strong>de</strong> média no diagnóstico:<br />

2,3 anos. Classificação no diagnóstico: categoria clínica N/A: 46%, B/C:<br />

54%; categoria imunológica: 1: 42%, 2: 20%, 3: 38%. Durante o seguimento<br />

faleceram 17 crianças, com uma ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 5,5 anos. Abandonaram o<br />

seguimento 9 crianças e 10 foram transferidas. 87% iniciaram terapêutica<br />

antiretroviral, com uma ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 2,1 anos. 46% atingiram carga viral<br />

in<strong>de</strong>tectável. O efeito adverso mais comum foi a hipercolesterolémia. A<br />

sobre vida do grupo que manteve seguimento foi aos 12 meses: 95%, 6 anos:<br />

88%, 13 anos: 79% e 18 anos: 79%. Na análise multivariada a sobrevida foi<br />

adver samente afectada pela gravida<strong>de</strong> da classificação clínica e imunológica<br />

no diagnóstico: SIDA - OR: 3,7[Intervalo <strong>de</strong> Confiança (IC) 95%:1,4-9,5,<br />

p=0,008] e imunossupressão grave - OR: 12,3(IC 95%:1,5-98,3, p=0,018). A<br />

sobrevida não se correlacionou com a ida<strong>de</strong> no diagnóstico, raça ou sexo. Nos<br />

doentes que apresentavam critérios <strong>de</strong> SIDA a sobrevida após o diagnóstico<br />

foi <strong>de</strong> 82% aos 12 meses, 73% aos 5 anos e 68% a partir dos 10 anos. Comentários<br />

finais: Na série estudada, apesar da gravida<strong>de</strong> clínica na apresentação,<br />

a sobrevida até à ida<strong>de</strong> adulta foi significativa, pelo que será importante a<br />

avaliação dos efeitos a longo prazo da exposição prolongada a HAART<br />

durante a infância e adolescência.<br />

Palavras-chave: Sobrevida, Infecção VIH, Crianças.<br />

PD213 - Uma causa rara <strong>de</strong> pneumonia<br />

Susana Branco 1 ; Ruben Rocha 1 ; Artur Bonito Vitor 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> São João, EPE<br />

Introdução: A infecção primária por Pneumocystis jirovecci em crianças<br />

imunocompetentes é, habitualmente, assintomática, mas po<strong>de</strong> apresentar-se<br />

como pneumonia, sobretudo em ida<strong>de</strong>s precoces. Descrição do caso clínico:<br />

Apresenta-se o caso <strong>de</strong> um lactente do sexo masculino, com 5 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

observado no serviço <strong>de</strong> urgência por quadro <strong>de</strong> febre, respiração entrecor -<br />

tada, taquipneia, tiragem global e hipoxémia. A radiografia do tórax revelou<br />

um padrão intersticial bilateral associado a hipotransparência paracardíaca<br />

direita e foi internado sob amoxicilina/ácido clavulânico. Por ausência <strong>de</strong><br />

melhoria clínica realizou uma TAC torácica que mostrou focos <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação<br />

no lobo superior direito e inferior esquerdo e um infiltrado peri-hilar<br />

bilateral. A terapêutica foi alterada para ceftriaxone e claritromicina e verificou-se<br />

uma resposta clínica favorável. O estudo adicional evi<strong>de</strong>nciou hipogamaglobulinemia<br />

(com diminuição da IgG e IgA), com restante estudo imuno -<br />

ló gico sem alterações, nomeadamente o doseamento do ligando CD40, um<br />

teste do suor normal, uma broncoscopia sem alterações estruturais, e um<br />

exame bacteriológico, virulógico e micológico do sangue e do lavado bronco-alveolar<br />

(LBA) negativo. A reavaliação em Consulta <strong>de</strong> Imuno<strong>de</strong>ficiências<br />

permitiu constatar o reaparecimento dos sinais <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> respiratória,<br />

após a suspensão da claritromicina, e a pesquisa do Pneumocystis jirovecii no<br />

LBA por PCR, pedida após a alta, veio a revelar-se positiva. A criança foi<br />

reinternada para tratamento com sulfametoxazol/trimetoprim e imunoglobulina<br />

humana endovenosa. Teve alta ao fim <strong>de</strong> três semanas, com melhoria da<br />

dificulda<strong>de</strong> respiratória, mas mantendo necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigenoterapia.<br />

Verificou-se recuperação completa, clínica e radiológica, após dois meses e<br />

meio <strong>de</strong> tratamento com imunoglobulina humana endovenosa em regime <strong>de</strong><br />

Hospital <strong>de</strong> dia. Discussão: A i<strong>de</strong>ntificação do Pneumocystis jirovecii no<br />

LBA e a resposta favorável ao macrólido, apontam para uma pneumonia por<br />

este agente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do quadro. A presença <strong>de</strong> um agente oportunista<br />

po<strong>de</strong>ria sugerir um défice da imunida<strong>de</strong> celular, mas a normalida<strong>de</strong> das popu -<br />

lações linfocitárias e do ligando CD 40 excluiu esta hipótese <strong>de</strong> diagnóstico.<br />

Apesar <strong>de</strong> raros, a literatura <strong>de</strong>screve alguns casos <strong>de</strong> infecção por Pneu mo -<br />

cystis jirovecii associada a hipogamaglobulinemia. Somente o seguimento do<br />

doente permitirá avaliar o verda<strong>de</strong>iro contexto imunológico em que surgiu<br />

esta infecção.<br />

Palavras-chave: Pneumonia, Pneumocystis jirovecci, imuno<strong>de</strong>ficiência.<br />

PD214 - Revisão dos casos <strong>de</strong> gripe pandémica (H1N1) 2009 internados<br />

num Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong><br />

Filipa Mestre A. Dias 1 ; Bruno Men<strong>de</strong>s Simões 1 ; Ana Mariano 1 ; Guida Gama 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Faro, E.P.E.<br />

Introdução: O vírus pandémico H1N1 é genética e antigenicamente muito<br />

diferente dos grupos <strong>de</strong> vírus influenza sazonais H1N1. As crianças e adultos<br />

jovens foram as faixas etárias mais atingidas durante esta pan<strong>de</strong>mia.<br />

S119

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