acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S78<br />
23 casos <strong>de</strong> anafilaxia, cerca <strong>de</strong> 0,006% dos episódios da UP com evolução<br />
anual estável ao longo do período analisado. Todos os doentes eram oriundos<br />
das regiões <strong>de</strong> Lisboa e Gran<strong>de</strong> Lisboa. Verificou-se um predomínio <strong>de</strong> casos<br />
em crianças do género masculino (69,6%), com ida<strong>de</strong> superior a 5 anos<br />
(47,8%), que acorreram à UP no período das 18 às 24h (47,8%). Não se cons -<br />
tatou predomínio sazonal ou <strong>de</strong> afluência ao longo da semana. Constatou-se<br />
que em 4 (17,4%) dos casos já ocorrera uma reacção prévia, 6 (26%) tinham<br />
patologia alergológica (2 eczema, 1 asma, 1 APLV, 1 alergia medicamentosa).<br />
O evento presumivelmente <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante foi um alimento em 11 dos casos<br />
(47,8%), um medicamento em 3 dos casos (13%), picada <strong>de</strong> abelha/insecto 2<br />
dos casos (13%). Todos os doentes apresentaram sintomatologia cutânea, 14<br />
(60,9%) respiratória e 5 (21,7%) gastrointestinal. Quatro (17,4%) tinham efectuado<br />
terapêutica pré-hospitalar, 1 <strong>de</strong>les com adrenalina. Na UP foram medi -<br />
cados 16 (69,6%) com adrenalina, 14 (60,9%) com anti-H1, 18 (78,3%) com<br />
corticói<strong>de</strong> e 3 (13%) com salbutamol em aerossol. Em 78,2 % dos casos fize -<br />
ram mais <strong>de</strong> uma terapêutica. Foram internadas em UICD 21,7% dos casos.<br />
Tiveram alta directa medicados para o ambulatório 11 doentes (47,8%). Não<br />
se verificou nenhum óbito na UP. Comentários: Este estudo é o <strong>de</strong> maior<br />
dimensão realizado entre nós e dos maiores a nível internacional. Este grupo<br />
<strong>de</strong> patologias pela sua menor frequência representa um pequeno número <strong>de</strong><br />
episódios <strong>de</strong> recurso à UP, no entanto correspon<strong>de</strong>m a quadros clínicos <strong>de</strong><br />
potencial gravida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong> com necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção terapêutica<br />
e vigilância apertada, nomeadamente em internamento.<br />
Palavras-chave: Urgência, Anafilaxia.<br />
PD62 - Urgência Pediátrica do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia. Aci<strong>de</strong>ntes<br />
com Corpos Estranhos - Resultados Preliminares: 2000/02/04/06/08<br />
Ana Laura Fitas 1 ; Marques F 1 ; Queiroz G 1 ; Nóbrega S 1 ; Santos S 1 ; Marques<br />
M 1 ; Salvador M 1 ; Brissos J 1 ; Casimiro A 1 ; Cordovil C 2 ; Costa M 3 ; Crujo M 2 ;<br />
Francisco T 1 ; Gouveia S 3 ; Simão I 1 ; Lopes P 1 ; Neves C 4 ; Coelho M 5<br />
1- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia; 2- Interno <strong>de</strong> Pedo psi -<br />
quiatria, Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia; 3- Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica,<br />
Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia; 4- Assistente Hospitalar Graduado <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong><br />
Médica, Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia; 5- Assistente Hospitalar Graduado <strong>de</strong><br />
<strong>Pediatria</strong> Médica, Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia<br />
Introdução: A urgência pediátrica (UP) do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia<br />
(HDE) tem o maior movimento do país, sendo um observatório epi<strong>de</strong>mioló -<br />
gico da patologia na comunida<strong>de</strong>. O conhecimento nesta área é indispensável<br />
à planificação e organização. Os estudos existentes sobre aci<strong>de</strong>ntes com<br />
corpos estranhos (CE) são <strong>de</strong> menor dimensão, circunscritos a tipos parti -<br />
culares <strong>de</strong> CE. Objectivo: Conhecer a evolução temporal e caracterizar os<br />
casos com diagnóstico principal <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte com <strong>de</strong> CE no SU do HDE nos<br />
anos 2000/02/04/06/08. Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos dados<br />
retirados <strong>de</strong> todas as 392768 fichas do SU no período em referência. Resultados:<br />
No período em estudo foram observadas na UP do HDE 1509 crianças<br />
e adolescentes por aci<strong>de</strong>ntes com CE. Residiam na região <strong>de</strong> Lisboa e gran<strong>de</strong><br />
Lisboa (90,1%), sendo 63,9% referenciados ao SU. Acorreram predominantemente<br />
durante o dia (apenas 6% entre as 0-8h). Foram triados como muito<br />
urgentes (nível 1 <strong>de</strong> 0-3) 6,6% dos casos e com nível 2 a maioria. 54% das<br />
crianças eram do sexo masculino e 60,3% verificaram-se até aos 5 anos <strong>de</strong><br />
ida<strong>de</strong>, sendo 45,7% da faixa dos 2-5 anos. Os tipos <strong>de</strong> CE mais frequentes<br />
foram espinha <strong>de</strong> peixe (N=225, 17,9%) e moeda (N=163, 13,0%). Cerca <strong>de</strong><br />
25% foram CE alimentares, aproximadamente 10% foram material <strong>de</strong> escri -<br />
tório e cerca <strong>de</strong> 5% foram brinquedos ou pedaços <strong>de</strong> brinquedos. Os tipos <strong>de</strong><br />
aci<strong>de</strong>nte mais frequentes foram introdução (47,5%) e ingestão (45,2%). As<br />
localizações <strong>de</strong> CE foram predominantemente do foro ORL (65%) e diges tivo<br />
(19,6%), sendo mais frequentes: canal auditivo externo (20,3%, N=277), fossas<br />
nasais (28,3%, N=386) e orofaringe (16,4%, N=223). Realizaram exa mes<br />
<strong>de</strong> imagem 24,5% e laboratoriais 0,5%. A maioria dos casos (64,9%) fez tra -<br />
ta mentos no SU. Foram reobservados uma vez no mesmo episódio <strong>de</strong> urgência<br />
92,3% dos casos. Em 52,1% dos casos foi pedido o apoio <strong>de</strong> outras especialida<strong>de</strong>s:<br />
ORL (84,7%), cirurgia pediátrica (12%) e gastrenterologia (2%).<br />
Foram internados 6,6%. Dos que tiveram alta, 48,6% não tiveram referencia -<br />
ção, 11,8% foram referenciados à consulta externa e 9,5% ao médico assistente.<br />
Comentários: O conhecimento epi<strong>de</strong>miológico dos aci<strong>de</strong>ntes com CE<br />
i<strong>de</strong>ntificados neste estudo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> dimensão po<strong>de</strong> ser alvo <strong>de</strong> reflexão para<br />
sustentar estratégias <strong>de</strong> prevenção. Os resultados preliminares parecem<br />
mostrar que cerca <strong>de</strong> ¼ dos aci<strong>de</strong>ntes se relacionam com a alimentação. A<br />
abordagem interdisciplinar na UP leva a que a maioria dos casos seja resol -<br />
vida em contexto <strong>de</strong> urgência.<br />
Palavras-chave: Urgência pediátrica, corpos estranhos.<br />
PD63 - Claudicação na criança: um <strong>de</strong>safio diagnóstico<br />
Helena M Silva 1 ; Ana Ramos 1 ; Virgílio Senra 1<br />
1- Centro Hospitalar do Porto – Hospital Maria Pia<br />
Introdução: a claudicação na criança é um motivo frequente <strong>de</strong> recurso ao<br />
ser viço <strong>de</strong> urgência. As causas são diversas e i<strong>de</strong>ntificá-las torna-se um <strong>de</strong>sa -<br />
fio. Na ida<strong>de</strong> pré-escolar os diagnósticos mais prováveis incluem: sinovite<br />
transitória, artrite séptica, artrite reumatói<strong>de</strong> juvenil, e neoplasias. Caso Clí -<br />
nico: criança com 2 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, sexo masculino, saudável, iniciou claudicação<br />
na marcha a 07.03.10. Sem traumatismo associado, sem febre ou atin -<br />
gimento do estado geral. Observado por Ortopedia Pediátrica, realizou radio -<br />
grafia da anca que não tinha alterações, tendo tido alta medicado com antiinfla<br />
matórios por provável sinovite transitória da anca. Após 8 dias houve<br />
persistência do quadro, tendo sido novamente avaliado, e realizou exames<br />
auxiliares <strong>de</strong> diagnóstico, dos quais se salienta o hemograma com leucócitos<br />
<strong>de</strong> 11 970/ul (51,3%neutrófilos), plaquetas <strong>de</strong> 397 000/ul, PCR 1,01mg/L, VS<br />
25mm; ácido úrico e DHL normais; repetiu a radiografia <strong>de</strong> anca e dos pés<br />
que foram normais. A 24.03.10, houve agravamento da claudicação com<br />
recusa no apoio plantar do pé direito, e queixas álgicas <strong>de</strong> predomínio nocturno.<br />
Realizou estudo imunológico com factor reumatói<strong>de</strong>, anti-dsDNA, e<br />
anti-SM que foram negativos. Foi colocada a hipótese <strong>de</strong> osteoma osteói<strong>de</strong>,<br />
tendo sido medicado com aspirina, com melhoria clínica parcial. Cerca <strong>de</strong><br />
uma semana <strong>de</strong>pois houve persistência da claudicação, com dor à palpação do<br />
calcâneo, ligeiro e<strong>de</strong>ma e rubor local, pelo que foi internado. Repetiu estudo<br />
analítico, e a Ressonância Magnética revelou um processo osteomielítico da<br />
meta<strong>de</strong> posterior do calcâneo, associado a patologia inflamatória/infecciosa<br />
dos planos tecidulares. Conclusões: Este caso clínico preten<strong>de</strong> realçar que a<br />
osteomielite, nomeadamente a subaguda, <strong>de</strong>verá ser um diagnóstico diferencial<br />
a consi<strong>de</strong>rar numa criança com claudicação. A ida<strong>de</strong> precoce <strong>de</strong> manifestação,<br />
a localização pouco típica, associada à ausência <strong>de</strong> porta <strong>de</strong> entrada<br />
local ou hematogénea conhecida, contribui para a dificulda<strong>de</strong> diagnóstica.<br />
Salienta-se ainda a semelhança com outros quadros clínicos, nomeadamente<br />
tumorais. A RM assume-se como um exame fundamental no diagnóstico e<br />
diferenciação com patologia tumoral.<br />
Palavras-chave: Calcâneo, claudicação, osteomielite subaguda.<br />
PD64 - Urgência Pediátrica do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia, Doenças do<br />
Sistema Respiratório e ORL - Resultados preliminares: 2000/02/04/06/08<br />
Telma Francisco 1 ; Casimiro A 2 ; Simão I 2 ; Brissos J 2 ; Cordovil C 3 ; Costa M 4 ;<br />
Crujo M 3 ; Fitas A 2 ; Gouveia S 4 ; Lopes P 2 ; Marques F 2 ; Marques M 2 ; Nóbrega<br />
S 2 ; Queiroz G 2 ; Salvador M 2 ; Santos S 2 ; Neves C 5 ; Coelho M 6<br />
1- Hospital Dona Estefânia; 2- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>; 3- Interno <strong>de</strong> Pedopsi -<br />
quiatria; 4- Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica; 5- Assistente Hospitalar <strong>de</strong><br />
<strong>Pediatria</strong> Médica; 6- Assistente Hospitalar Graduado <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica<br />
Introdução: A urgência pediátrica (UP) do Hospital Dona Estefânia (HDE)<br />
apresenta o maior movimento do País. Sendo a patologia respiratória e<br />
otorri nolaringológica (ORL) a causa mais frequente <strong>de</strong> procura da UP, é<br />
muito importante o conhecimento da evolução epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong>stas<br />
doenças, po<strong>de</strong>ndo a UP do HDE proporcionar um observatório epi<strong>de</strong>mio -<br />
lógico para essa análise. Objectivo: Caracterizar os casos <strong>de</strong> “Doenças do<br />
Sistema Res pi ratório e ORL” e a evolução das entida<strong>de</strong>s mais frequentes<br />
nesse grupo nosológico que acorreram à UP nos anos 2000/02/04/06/08.<br />
Material e Mé to dos: Estudo retrospectivo dos dados retirados aleatoriamente<br />
das 392.768 fichas <strong>de</strong> atendimento na UP no período em referência –<br />
amostragem <strong>de</strong> 46.812 fichas. Foram seleccionando os casos cujo diagnós -<br />
tico principal estava incluído no grupo “Doenças do Sistema Respiratório e<br />
ORL” (CID-9ª-MC. Mod). Resultados: I<strong>de</strong>ntificaram-se 15.718 casos<br />
(36,6%): otite média aguda(28,6%), rinite/rinofaringite (18,4%), infecção<br />
respiratória baixa/pneumonia(11,9%), bronquiolite(10,5%), faringoamig -<br />
dalite não-estreptocócica(8,8%), laringite/traqueíte(4,5%), dificulda<strong>de</strong> respiratória<br />
obstrutiva baixa (excluindo asma) (5,6%), asma(5,5%), obstrução<br />
nasal(2,8%) e outras(3,4%). A maioria dos casos ocorreu em crianças abaixo<br />
dos 2 anos(47,7%), seguindo-se a faixa etária dos 2 aos 5 anos(28,6%). Veri -<br />
ficou-se uma diminuição gra dual da proporção <strong>de</strong>stas patologias na UP ao<br />
longo dos anos: em 2000-36,2%; 2002-35,5%; 2004-32,8%; 2006-32,2%;<br />
2008-32,1%. A maioria dos casos registou-se nos meses <strong>de</strong> Inverno(De zem -<br />
bro 13,4%;Janeiro 14,4%;Fe vereiro 11,5%), sendo também estes os meses<br />
em que a este grupo <strong>de</strong> patologia correspon<strong>de</strong> a maior percentagem <strong>de</strong><br />
atendimentos em relação ao movimento global (Dezembro 43,6%;Janeiro<br />
39,0%;Fevereiro 41,5%). A maio ria(52,5%) dos doentes chegou à UP entre<br />
as 8-18 h, 32,0% entre 18-8 h, e 15,5% entre 00-8 h, não vinha referenciada<br />
(88,6%), foi classificada como não-urgente (59,7% - Nível 3 em escala <strong>de</strong> 0-<br />
S78