22.07.2014 Views

acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Acta Pediatr Port 2010:41(5):S90<br />

gestacional. Sem dismorfias aparentes. Assintomático até aos 5 meses <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>, altura em que se verificou <strong>de</strong>saceleração da evolução pon<strong>de</strong>ral, apesar<br />

<strong>de</strong> aporte nutricional a<strong>de</strong>quado. Na investigação etiológica foi diagnosticada<br />

ITU por Klebsiella oxytoca, tendo sido instituída antibioterapia e iniciado<br />

profilaxia com trimetoprim. Realizou estudo imagiológico do tracto<br />

urinário, tendo a ecografia renopélvica e a cintigrafia renal com 99m Tc -<br />

áci do dimercaptosuccínico (DMSA) sido normais. A cistouretrografia miccional<br />

seriada (CUMS) revelou uma imagem vesical com múltiplos<br />

divertículos bilaterais, sem evidência <strong>de</strong> RVU, patologia obstrutiva ou ou -<br />

tras alterações. Realizou ressonância magnética medular, que foi normal.<br />

Dada a ida<strong>de</strong>, não efectuou estudo urodinâmico. Actualmente, com 24<br />

meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, encontra-se assin to mático, sem registo <strong>de</strong> novas ITUs e<br />

com a<strong>de</strong>quado crescimento estaturo-pon <strong>de</strong>ral e <strong>de</strong>senvolvimento psicomotor.<br />

Discussão: Os divertículos vesicais na ida<strong>de</strong> pediátrica são mais frequentes<br />

no sexo masculino e po<strong>de</strong>m ser congénitos ou adquiridos. Quando<br />

múltiplos é importante a exclusão <strong>de</strong> patologias associadas, tais como<br />

obstrução vesical e disfunção vesical neurogénica, que não foram encontradas<br />

neste caso. Os divertículos congénitos são raros (principalmente se<br />

múltiplos) e geralmente assintomáticos, sendo diagnosticados aci<strong>de</strong>ntalmente<br />

ou no <strong>de</strong>curso do estudo <strong>de</strong> uma ITU ou <strong>de</strong> hematúria. Mais raramente,<br />

po<strong>de</strong>m fazer parte do espectro <strong>de</strong> vários síndromes, tais como<br />

doenças do tecido conjuntivo, o que também não se verificou. A atitu<strong>de</strong> terapêutica<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da apresentação e dos sintomas. Preten<strong>de</strong>-se alertar para<br />

esta anomalia, sendo importante o diagnóstico precoce para instituição <strong>de</strong><br />

vigilância e eventual atempada <strong>de</strong>cisão terapêutica, <strong>de</strong> modo a prevenir<br />

complicações tais como ITUs recorrentes.<br />

Palavras-chave: Infecção urinária; cistouretrografia miccional seriada;<br />

diver tículos vesicais múltiplos.<br />

PD105 - A utilida<strong>de</strong> da DMSA e da ecografia renal na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

crianças com ida<strong>de</strong> inferior a 36 meses com primeiro episódio <strong>de</strong> ITU<br />

febril que beneficiam da realização <strong>de</strong> CUMS<br />

Joana Rebelo 1 ; Cristina Miguel 1 ; Paulo Teixeira 1<br />

1- CHMA - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Famalicão<br />

Introdução: A ecografia renal (Eco), a cintigrafia com 99mTc-ácido dimercaptosuccínico<br />

(DMSA) e a cistouretrografia miccional seriada (CUMS)<br />

são os exames geralmente realizados no primeiro episódio <strong>de</strong> ITU febril em<br />

crian ças pequenas para i<strong>de</strong>ntificar alterações que condicionam risco aumentado<br />

<strong>de</strong> ITU recorrente (tais como refluxo vesicoureteral, RVU) e <strong>de</strong> consequentes<br />

cicatrizes renais. A CUMS permite o diagnóstico <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong><br />

RVU; é contudo um exame invasivo que envolve radiação. Estudos <strong>de</strong>mons -<br />

traram que a DMSA ou a abordagem combinada com Eco e DMSA, na fase<br />

aguda, po<strong>de</strong>m ser utilizadas para <strong>de</strong>terminar quais crianças beneficiam da<br />

realização <strong>de</strong> CUMS para o diagnóstico <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong> RVU (principalmente<br />

RVU <strong>de</strong> alto grau). Objectivos: Determinar se uma DMSA normal ou uma<br />

abordagem combinada com Eco e DMSA normais, realizadas na fase aguda<br />

do primeiro episódio <strong>de</strong> ITU febril em crianças com ida<strong>de</strong> &lt;= 36 meses,<br />

po<strong>de</strong>m ser utilizadas para i<strong>de</strong>ntificar crianças que não beneficiam da reali -<br />

zação <strong>de</strong> CUMS. Material e Métodos: Estudo prospectivo das crianças<br />

internadas ou seguidas em ambulatório na fase aguda <strong>de</strong> primeira ITU febril<br />

entre Janeiro 2008 e Maio 2010. Realizaram-se Eco e DMSA na fase aguda<br />

e CUMS posteriormente. Calcularam-se para ambas as abordagens (DMSA<br />

vs Eco e DMSA) a sensibilida<strong>de</strong>, especificida<strong>de</strong>, valor preditivo positivo<br />

(VPP) e valor preditivo negativo (VPN) para RVU e RVU alto grau<br />

(&gt;=III). Consi<strong>de</strong>rou-se alte rada a abordagem combinada (Eco e DMSA)<br />

se alteração <strong>de</strong> qualquer um dos exames. Resultados: Incluíram-se 68 crian -<br />

ças (77% sexo feminino; mediana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s 7,5 meses). A DMSA estava<br />

alterada em 40 (59%) e a Eco em 13 (19%). Quinze (22%) apresentaram<br />

RVU (12 com RVU&gt;=III). Quanto à DMSA, a sensibilida<strong>de</strong>, especificida<strong>de</strong>,<br />

VPP e VPN foi <strong>de</strong> 40%, 36%, 15% e 68% para RVU e 50%, 39%, 15%<br />

e 79% para RVU&gt;=III. Na abordagem combinada os valores obtidos<br />

foram 60%, 33%, 21% e 74% para RVU e 67%, 35%, 19% e 83% para<br />

RVU&gt;=III. Discussão: Os resultados indicam que a abordagem combinada<br />

com Eco e DMSA tem maior sensibilida<strong>de</strong>, VPP e VPN para o diagnóstico<br />

<strong>de</strong> RVU (principalmente RVU&gt;=III), do que a DMSA isolada, o<br />

que está <strong>de</strong> acordo com estudos prévios. No entanto os valo res encontrados<br />

são, na maioria, inferiores aos publicados e não permi tem afirmar que qualquer<br />

uma <strong>de</strong>stas abordagens po<strong>de</strong>, isoladamente, ser utili zada na fase aguda<br />

para seleccionar crianças com primeira ITU febril que não beneficiam da<br />

realização <strong>de</strong> CUMS.<br />

Palavras-chave: Infecção urinária febril; DMSA; ecografia renal; CUMS.<br />

PD106 - Factores preditivos <strong>de</strong> cicatrização renal e <strong>de</strong> infecção urinária<br />

recorrente em crianças com ida<strong>de</strong> inferior a dois anos<br />

Susana Corujeira 1 ; Liane Costa 1 ; Ana Maia 1 ; João Luís Barreira 1 ; Helena<br />

Jardim 1<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital <strong>de</strong> São João, E.P.E., Porto<br />

Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) é um problema comum em<br />

<strong>Pediatria</strong> e a sua orientação clínica continua a ser controversa, sobretudo nas<br />

crianças mais jovens pelo que a investigação <strong>de</strong> marcadores susceptíveis <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificar os casos com maior risco <strong>de</strong> sequelas se reveste da maior importância.<br />

Objectivo: I<strong>de</strong>ntificar factores preditivos <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> cicatriz renal e<br />

<strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> infecção, após o 1º episódio diagnosticado <strong>de</strong> ITU, em crian -<br />

ças menores <strong>de</strong> 2 anos. Métodos: Estudo retrospectivo em crian ças com um 1º<br />

episódio <strong>de</strong> ITU febril admitidas na consulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Geral entre Janei -<br />

ro/2005 e Dezembro/2009, seguidas sob profilaxia antibió tica durante um<br />

mínimo <strong>de</strong> 2 anos. Foram avaliadas: ida<strong>de</strong> no diagnóstico, sexo, forma <strong>de</strong><br />

apre sentação clínica, valor da proteína C-reactiva, tempo até início terapêu -<br />

tico, estudo imagiológico (ecografia, cistografia e cintigrafia renal) e recorrência<br />

<strong>de</strong> ITU. Resultados: Nas 89 crianças avaliadas, a ITU foi mais frequente<br />

no sexo feminino em todos os grupos etários excepto nos pri meiros 6 meses.<br />

Isolada Escherichia coli em 91% casos. Os agentes não-E.coli foram mais frequentes<br />

em rapazes (18%, p&lt;0,05). Todas realizaram ecografia reno-vesical<br />

(53% com ectasia piélica) e cintigrafia renal diferida com 99mTc-DMSA que<br />

mostrou <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> captação cortical em 67%. Estes foram mais frequentes<br />

nos casos com ITU inicial após os 6 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (77%, p&lt;0,05). Foi<br />

encontrado RVU em 25/67 (37%) sendo <strong>de</strong> grau I-II em 68%. O RVU foi mais<br />

comum nas meninas (40%) e quando a 1ª ITU foi diagnosticada após os 12<br />

meses (61%, p&lt;0,05). Houve recorrência <strong>de</strong> ITU em 14 (16%) crianças das<br />

quais 79% estavam sob profilaxia. As recorrências foram mais frequentes no<br />

sexo feminino (18%), nos casos <strong>de</strong> primeira ITU ≤6 meses (21%), na presença<br />

<strong>de</strong> RVU (28%), mas mais precoces no sexo masculino (4,25 vs 14,3 meses;<br />

p&lt;0,05). Os doentes com RVU≥grau III apresentaram não só maior frequência<br />

<strong>de</strong> ITU (62%) como também mais recorrências quando comparados com<br />

os <strong>de</strong> RVU grau I-II (1,13 vs 0,24;p &lt;0,05). Conclusão: O presente estudo<br />

permitiu concluir que, globalmente, a frequência <strong>de</strong> cicatriz renal após a 1ª<br />

ITU foi superior ao esperado, sobretudo nos casos <strong>de</strong> infecção inicial <strong>de</strong>pois<br />

dos 6 meses. Não foi observada associação significativa entre cicatriz renal,<br />

presença e grau <strong>de</strong> RVU. A recorrência <strong>de</strong> ITU foi significativamente maior<br />

nos doentes com RVU <strong>de</strong> alto grau.<br />

Palavras-chave: Infecção urinária recorrente, cicatriz renal<br />

PD107 - Síndrome Nefrótico em ida<strong>de</strong> pediátrica - Revisão <strong>de</strong> 10 anos<br />

Sandra Mota Pereira 1 ; Sara Domingues 1 ; Cláudia Almeida 1 ; Sónia Lira 1 ; Edite<br />

Tomás 1<br />

1- Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa<br />

Introdução-O Síndrome nefrótico (SN) é uma entida<strong>de</strong> clínica caracterizada<br />

por proteinúria nefrótica, hipoalbuminemia, hiperlipi<strong>de</strong>mia e e<strong>de</strong>ma. É cerca<br />

<strong>de</strong> 15 vezes mais frequente em crianças e apresenta-se como SN idiopático<br />

(SNI) em 90% dos casos. 80 a 90% das crianças apresentam resposta favorá -<br />

vel após 2 semanas <strong>de</strong> corticoterapia, mas a maioria apresentará pelo menos<br />

uma recidiva, obrigando a ciclos repetidos <strong>de</strong> tratamento. Objectivo-Caracte -<br />

rizar os SN no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, em articulação com o<br />

serviço <strong>de</strong> Nefrologia do Hospital Maria Pia. Material e métodos-Estudo<br />

<strong>de</strong>scritivo retrospectivo, com revisão dos processos clínicos dos doentes<br />

internados no serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> com o diagnóstico <strong>de</strong> SN inaugural, entre<br />

Janeiro <strong>de</strong> 2000 e Dezembro <strong>de</strong> 2009. Resultados-Durante este período<br />

foram admitidas 26 crianças com SN inaugural, 23 (88,4%) com SNI e 3<br />

(11,5%) com SN secundário (SNS). Relativamente às crianças com SNI,<br />

69,6% eram do sexo masculino, com mediana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 3 anos (18 meses<br />

a 9 anos). O episódio inaugural ocorreu nos meses <strong>de</strong> Outono e Inverno em<br />

56,5% dos casos. Foi i<strong>de</strong>ntificado um factor precipitante em 56,5% dos casos<br />

(infecções respiratórias altas em 67%). Em 11 casos (47,8%) <strong>de</strong>tectou-se<br />

algum factor <strong>de</strong> mau prognóstico na apresentação inicial (hematúria, hiper -<br />

tensão arterial (HTA) e insuficiência renal aguda) e 7 (30,4%) apresentaram<br />

algum tipo <strong>de</strong> complicação (HTA e infecção). 22 (95,6%) respon<strong>de</strong>ram à cor -<br />

ti coterapia (CS) e apenas um foi corticorresistente (CR) (glomeruloesclerose<br />

segmentar e focal; remissão após um ciclo <strong>de</strong> ciclofosfamida). Dos SN CS, 6<br />

(26%) comportaram-se como cortico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, dos quais 5 necessitaram<br />

<strong>de</strong> terapêutica imunossupressora. 18 casos (78,2%) apresentaram pelo menos<br />

uma recidiva; 4 (17,4%) foram recidivantes múltiplos. Os SNS tiveram<br />

ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apresentação entre os 7 e 8 anos, sendo 2 secundários a Púrpura <strong>de</strong><br />

Henoch- Schonlein (PHS) e um a hipoplasia renal congénita bilateral. Um<br />

S90

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!