acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S62<br />
(586UI/L),com pesquisa por PCR <strong>de</strong> secreções nasofaríngeas e urina nega -<br />
tiva, indicando infecção antiga e não contagiosa. Actualmente o doente<br />
encontra-se estável, sob programa <strong>de</strong> reabilitação, a aguardar cirurgia cardíaca<br />
para correcção total. Conclusão: Os autores reportam o presente caso<br />
clínico salientando a importância <strong>de</strong> manter um elevado nível <strong>de</strong> suspeição<br />
para diagnosticar patologias que se encontram erradicadas nos países <strong>de</strong>senvolvidos.<br />
A rubéola congénita continua a ser diagnosticada em países on<strong>de</strong> a<br />
imunização não se encontra implementada, como Cabo Ver<strong>de</strong>.<br />
Palavras-chave: Rubéola congénita, cardiopatia, canal arterial.<br />
PD5 - Agenésia isolada <strong>de</strong> um ramo da artéria pulmonar<br />
Sofia Gouveia 1 ; Glória Costa 1 ; Filipa Paramés 1 ; Isabel Freitas 1 ; Mónica<br />
Rebelo 1 ; José Diogo Martins 1 ; Conceição Trigo 1 ; Fátima F. Pinto 1<br />
1- Serviço <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica do Hospital <strong>de</strong> Santa Marta, CHLC -<br />
E.P.E.<br />
Introdução: A ausência congénita <strong>de</strong> um dos ramos da artéria pulmonar é<br />
uma situação rara. A agenésia do ramo direito da artéria pulmonar é mais frequente,<br />
quando malformação isolada. Na presença <strong>de</strong> outras malformações<br />
cardíacas, a ausência do ramo esquerdo parece ser mais comum. A apresentação<br />
clínica é inespecífica e muito abrangente, variando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o paciente<br />
assintomático até à ocorrência <strong>de</strong> hemorragia pulmonar massiva ou hipertensão<br />
pulmonar. O diagnóstico po<strong>de</strong> ser sugerido na radiografia do tórax, contudo,<br />
a confirmação requer a tomografia computorizada e/ou ressonância<br />
magnética. Objectivos: Revisão dos casos <strong>de</strong> agenésia isolada <strong>de</strong> um dos<br />
ramos da artéria pulmonar diagnosticados num Serviço <strong>de</strong> Cardiologia<br />
Pediátrica nos últimos 5 anos. Métodos: Revisão retrospectiva do processo<br />
clínico dos doentes aos quais foi diagnosticada agenésia <strong>de</strong> um dos ramos da<br />
artéria pulmonar, entre Janeiro <strong>de</strong> 2005 e Junho <strong>de</strong> 2010. Resultados: Nos<br />
últimos 5 anos, foram diagnosticados 3 casos <strong>de</strong> agenésia isolada <strong>de</strong> um dos<br />
ramos da artéria pulmonar, todos em doentes do sexo masculino. Num dos<br />
casos o diagnóstico foi efectuado no período pré-natal, outro doente foi diagnosticado<br />
aos 5 dias <strong>de</strong> vida e o terceiro aos 28 meses. Em dois casos o ramo<br />
da artéria pulmonar afectado foi o esquerdo. Destes, um doente apresentava<br />
concomitantemente uma comunicação interauricular e estenose do ramo<br />
lobar superior direito da artéria pulmonar. Nenhum doente necessitou <strong>de</strong><br />
qualquer intervenção terapêutica e todos se mantêm assintomáticos até à data.<br />
Conclusão: A agenésia isolada <strong>de</strong> um dos ramos da artéria pulmonar é um<br />
diagnóstico raro, que po<strong>de</strong> passar <strong>de</strong>spercebido durante a ida<strong>de</strong> pediátrica<br />
caso o doente seja assintomático e nunca submetido a exames radiológicos.<br />
Na nossa experiência, o diagnóstico po<strong>de</strong> ser efectuado por ecografia pré-na -<br />
tal ou por suspeita <strong>de</strong> assimetria pulmonar na radiografia <strong>de</strong> tórax, mas requer<br />
confirmação por outros métodos <strong>de</strong> imagem. Nesta série todos os doentes se<br />
mantém assintomáticos, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terapêutica. Sugerimos que se<br />
<strong>de</strong>ve manter seguimento periódico em ambulatório, <strong>de</strong> modo a antecipar e<br />
prevenir o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> complicações, como a hipertensão pulmonar.<br />
Palavras-chave: Agenésia artéria pulmonar.<br />
PD6 - Urgência Pediátrica do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia: Dor torácica<br />
– Resultados Preliminares: 2000/02/04/06/08<br />
Costa, M 1 ; Gouveia S 2 ; Lopes P 3 ; Inês S 3 ; Marques F 3 ; Queiroz G 3 ; Nóbrega<br />
S 3 ; Santos S 3 ; Marques M 3 ; Salvador M 3 ; Brissos J 3 ; Casimiro A 3 ; Cordovil C 4 ;<br />
Crujo M 4 ; Fitas A 3 ; Francisco T 3 ; Neves C 5 ; Coelho M 6<br />
1- Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica, Hospital <strong>de</strong> Santa Marta - CHLC; 2-<br />
Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica; 3- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>; 4- Interno <strong>de</strong> Pedo -<br />
psi quiatria; 5- Assistente Hospitalar <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>; 6- Assistente Hospitalar<br />
Graduado <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica<br />
Introdução: A urgência pediátrica (UP) do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia<br />
(HDE) tem o maior movimento do País, sendo um observatório epi<strong>de</strong>mio -<br />
lógico <strong>de</strong> patologia e sua evolução na comunida<strong>de</strong>. A Dor torácica (DT) não<br />
é causa comum <strong>de</strong> recurso à UP, mas causa gran<strong>de</strong> preocupação e angustia<br />
nos pais e criança. Impõe uma observação atenta e laboriosa na UP, e por<br />
vezes pedido <strong>de</strong> observação imediata ou referenciação à consulta <strong>de</strong><br />
Cardiologia Pediátrica (CP). Objectivo: Caracterizar os episódios <strong>de</strong> vinda à<br />
UP do HDE por DT nos anos <strong>de</strong> 2000/02/04/06/08 e sua orientação durante<br />
o episódio <strong>de</strong> urgência. Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos dados<br />
retirados <strong>de</strong> todas as 392.768 fichas <strong>de</strong> atendimento na UP em que DT foi o<br />
motivo da vinda. Tratados informaticamente dados <strong>de</strong>mográficos, nosoló -<br />
gicos, meios complementares, terapêuticas e resultados. Resultados: Regis -<br />
taram-se 298 casos <strong>de</strong> DT (2000: 32; 2002: 31; 2004: 26; 2006: 94; 2008:<br />
112) correspon<strong>de</strong>ntes a 0,08% do movimento global. Residiam em Lisboa<br />
60%, a maioria dos casos não foram referenciados (84%), 49% recorreu à UP<br />
entre as 8 e as 18 h, sendo 42% classificados na triagem como urgentes (Nível<br />
2 <strong>de</strong> 0-3). O tempo médio entre a chegada e a observação médica foi <strong>de</strong> 86<br />
minutos (± 48), tempo médio total <strong>de</strong> permanência na UP foi <strong>de</strong> 145 minutos<br />
(± 106). Predominou o sexo feminino (57%) e grupo etário dos 11-15 anos<br />
(48%). Em 88% não haviam antece<strong>de</strong>ntes patológicos conhecidos, sendo em<br />
41% o primeiro episódio <strong>de</strong> DT. As características mais frequentes foram:<br />
localização retroesternal (36%), tipo pleurítico (15%), ausência <strong>de</strong> relação<br />
com esforço (39%) e duração> 30min (26%). A auscultação cardíaca era<br />
normal em 89%. Realizaram radiografia torácica 63% (6% anormais), electrocardiograma<br />
26% (6% anormais). Necessitaram <strong>de</strong> terapêutica na UP cerca<br />
<strong>de</strong> 15%. A maioria teve alta sem referenciação (31%) ou orientada para o<br />
médico assistente (31%), 4% foram transferidos para o serviço <strong>de</strong> CP e 3%<br />
internados num serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>. Comentários: Este estudo, o <strong>de</strong> maior<br />
dimensão realizado entre nós e dos maiores a nível internacional, confirmou<br />
que a DT não foi motivo frequente <strong>de</strong> recurso à UP do HDE no <strong>de</strong>cénio em<br />
análise. Fundamentalmente benigna, afectou adolescentes do sexo feminino<br />
sem antece<strong>de</strong>ntes conhecidos. A semiologia era variada e gran<strong>de</strong> maioria dos<br />
doentes tinha exames imagiológicos ou ECG normais, não necessitou <strong>de</strong><br />
intervenção terapêutica na UP e após alta não foi referenciado para qualquer<br />
consulta <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>.<br />
Palavras-chave: Urgência Pediátrica, Dor torácica.<br />
PD7 - Dor torácica em ida<strong>de</strong> pediátrica. Defeito ou feitio?<br />
Ana Zagalo 1 ; Tânia Russo 1 ; Filipa Paramés 2 ; Isabel Freitas 2 ; Mónica Rebelo 2 ;<br />
José Diogo Martins 2 ; Conceição Trigo 2 ; Fátima F. Pinto 2<br />
1- Hospital <strong>de</strong> Santo André, Leiria; 2- Hospital <strong>de</strong> Santa Marta, Lisboa<br />
Introdução:A dor torácica é motivo frequente <strong>de</strong> referenciação à consulta <strong>de</strong><br />
Cardiologia Pediátrica (CP), embora seja raro que a doença cardíaca assim se<br />
manifeste. Objectivo:Caracterizar a população <strong>de</strong> crianças enviadas à con -<br />
sulta CP por dor torácica e i<strong>de</strong>ntificar factores preditivos ou <strong>de</strong> exclusão <strong>de</strong><br />
doença cardiovascular. Material e Métodos:Estudo retrospectivo dos processos<br />
clínicos das crianças referenciadas à consulta CP por dor torácica num<br />
período <strong>de</strong> 3 anos (2007-09). Resultados:No período <strong>de</strong> estudo foram reali -<br />
zadas 141 consultas, 61% do sexo masculino. A distribuição etária mostrou<br />
4% com ida<strong>de</strong> inferior a 5 anos, 31% entre 5 e 10 anos, 45% entre 10 e 15<br />
anos e 20% ida<strong>de</strong> superior a 15 anos. Os Cuidados Primários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> refe -<br />
renciaram 30% dos casos e as Urgências Hospitalares 70%. Embora a apresentação<br />
clínica fosse heterogénea, verificou-se que 54% apresentava dor tipo<br />
picada/pontada com duração inferior a 30 minutos e frequência esporádica.<br />
Os factores agravantes mais frequentes foram o esforço(44%), os movimentos<br />
respiratórios(30%) e a ansieda<strong>de</strong>(17%) e os factores <strong>de</strong> alívio mais referidos,<br />
o repouso(46%) e a analgesia(29%). Os sintomas acompanhantes foram<br />
palpitações(19%), cansaço(18%) e dispneia(9%). Auscultaram-se sopros<br />
inocentes em 19%, hipertensão arterial em 6% e fenótipo sugestivo <strong>de</strong> Sín -<br />
dro me <strong>de</strong> Marfan em 2%. A consulta incluiu a realização <strong>de</strong> electrocardio -<br />
grama(ECG) e ecocardiograma a todas as crianças. Foi realizado holter em<br />
42% e prova <strong>de</strong> esforço em 37%. Em 98% dos casos verificou-se ausência <strong>de</strong><br />
doença cardíaca e foi dada alta. I<strong>de</strong>ntificaram-se 3 casos <strong>de</strong> patologia car -<br />
díaca (doença <strong>de</strong> Kawasaki, pericardite e taquicardia supraventricular). Todos<br />
apresentavam alterações simultâneas da sintomatologia ou dos exames efectuados.<br />
Nenhum doente apresentou sopro patológico, síncope com o esforço,<br />
pali<strong>de</strong>z ou hipersudorese. Conclusão:A dor torácica é um sintoma que raramente<br />
é indicativo <strong>de</strong> doença cardíaca em ida<strong>de</strong> pediátrica, sendo nestas circunstâncias<br />
acompanhado <strong>de</strong> outros sintomas e sinais cardiovasculares. Na<br />
amostra estudada não foi possível i<strong>de</strong>ntificar factores preditivos <strong>de</strong> patologia<br />
cardíaca. Na ausência <strong>de</strong> outros sinais ou sintomas <strong>de</strong> doença cardíaca ou <strong>de</strong><br />
alterações i<strong>de</strong>ntificáveis no ECG, radiografia do tórax ou ecocardiograma, a<br />
observação em ambulatório por pediatra ou médico <strong>de</strong> família permite tranquilizar<br />
doentes e familiares, sendo a referenciação para consulta <strong>de</strong> especia -<br />
li da<strong>de</strong> um acto médico com custos não negligenciáveis.<br />
Palavras-chave: Dor Torácica, Doença Kawasaki, Pericardite, Taquicardia<br />
Supraventricular.<br />
PD8 - Rotura <strong>de</strong> aneurisma aórtico em criança com Síndrome <strong>de</strong> Marfan<br />
Dora Fontes 1 ; Margarida Matos Silva 2 ; Ana Teixeira 2 ; José Matono 1 ; Rui<br />
Anjos 2 ; Miguel Abecasis 2 ; Isabel Menezes 2<br />
1- Hospital do Espírito Santo <strong>de</strong> Évora; 2- Hospital <strong>de</strong> Santa Cruz<br />
Introdução: O Síndrome <strong>de</strong> Marfan é uma doença do tecido conjuntivo. O<br />
diagnóstico é clínico, sendo as manifestações cardinais o atingimento do sis-<br />
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