acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Acta Pediatr Port 2010:41(5):S89<br />
dado, cuja cultura foi negativa. A broncofibroscopia mostrou árvore brônquica<br />
direita com estenose do LM e dos basais por compressão extrínseca. A<br />
cultura <strong>de</strong> expectoração foi positiva para pneumococo, assim como os anti -<br />
génios capsulares urinários. Cumpriu 21 dias <strong>de</strong> meropenem e 14 dias <strong>de</strong><br />
teicoplanina, mantendo-se apirético e sem necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> O2 durante todo o<br />
internamento.Documentada melhoria radiológica progressiva. Comentá -<br />
rios:O relevo da apresentação <strong>de</strong>ste caso clínico baseia-se na sua forma <strong>de</strong><br />
apresentação, hipóteses diagnósticas colocadas e evolução clínica. A gran<strong>de</strong><br />
maioria dos achados inesperados durante a realização <strong>de</strong> ECD por outra razão<br />
não tem significado clínico, contudo, noutras, é <strong>de</strong> importância vital.<br />
Palavras-chave: Radiologia, Refluxo vesico-uretral, Hidropneumotorax.<br />
PD101 - Tratamento conservador <strong>de</strong> abcesso pulmonar <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
dimensões<br />
Mariana Rodrigues 1 ; Sandra Costa 1 ; Catarina Ferraz 1 ; Augusta Gonçalves 1 ;<br />
Adriana Magalhães 1 ; Teresa Nunes 1 ; Inês Azevedo 2<br />
1- Hospital <strong>de</strong> São João; 2- Hospital <strong>de</strong> São João; Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da<br />
Universida<strong>de</strong> do Porto<br />
Introdução: Os abcessos pulmonares em ida<strong>de</strong> pediátrica são geralmente<br />
tratados <strong>de</strong> forma conservadora. Contudo, quando <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões,<br />
po<strong>de</strong>m requerer abordagem cirúrgica para a sua resolução. Descrição do<br />
caso: Menina <strong>de</strong> 3 anos, previamente saudável, transferida do Hospital da<br />
área <strong>de</strong> residência por abcesso pulmonar volumoso. Apresentava febre, tosse<br />
e toracalgia com 12 dias <strong>de</strong> evolução. Medicada em D5 com amoxicilina p.o.<br />
em alta dose, foi internada em D6 por pneumonia não complicada à direita<br />
sob ampicilina e, posteriormente, ceftriaxone e.v., com agravamento clínico e<br />
radiológico progressivos. Na admissão, apresentava mau estado geral, polipneia,<br />
SatO2 93% e diminuição dos sons no hemitórax direito. Analiticamente,<br />
tinha leucocitose (19000x10^9/L), neutrofilia e PCR 181 mg/dL. O estudo<br />
imagiológico mostrou volumoso abcesso pulmonar à direita com 56x60mm,<br />
com vários níveis hidroaéreos, sem <strong>de</strong>rrame pleural. Foi adicionado tratamento<br />
com clindamicina e flucloxacilina e.v., num total <strong>de</strong> 5 semanas. Apesar<br />
da rápida melhoria clínica com apirexia sustentada após 60h, houve estagnação<br />
radiológica pelo que em D8 <strong>de</strong> internamento foi realizada broncos -<br />
copia com cinesioterapia concomitante, tendo sido drenados cerca <strong>de</strong> 60 mL<br />
<strong>de</strong> líquido purulento. Posteriormente, sob cinesioterapia respiratória diária e<br />
medidas <strong>de</strong> drenagem postural, ocorreu melhoria radiológica progressiva.<br />
Não foram isolados agentes etiológicos. Teve alta após 4 semanas, com uma<br />
radiografia torácica quase normal. Discussão: Quando não ocorre resposta<br />
favorável com tratamento conservador, po<strong>de</strong> optar-se pela abordagem cirúrgica<br />
com lobectomia ou pneumectomia, ou pela drenagem percutânea, que<br />
comporta elevado risco <strong>de</strong> fístula broncopleural. Neste caso, a drenagem<br />
endoscópica, apesar do risco teórico <strong>de</strong> aspiração, permitiu evitar as opções<br />
mais agressivas.<br />
Palavras-chave: Abcesso pulmonar, tratamento conservador, drenagem<br />
endoscópica.<br />
PD102 - Bronquiectasias não associadas a fibrose quística na consulta <strong>de</strong><br />
pneumologia <strong>de</strong> um hospital pediátrico terciário<br />
Sofia A A Ferreira 1 ; Eugénia Almeida 1 ; Núria Madureira 1 ; Teresa Reis Silva 1 ;<br />
Miguel Félix 1 ; Maria Helena Estevão 1<br />
1- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra<br />
Objectivo: Caracterizar os doentes com bronquiectasias seguidos na con -<br />
sulta <strong>de</strong> Pneumologia do Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra. Métodos: Estudo<br />
retrospectivo transversal, por revisão dos processos clínicos <strong>de</strong> crianças com<br />
diagnós tico clínico e radiológico <strong>de</strong> bronquiectasias não associadas a fibrose<br />
quística, seguidas nos últimos 10 anos. Resultados: I<strong>de</strong>ntificadas 23 crianças,<br />
74% do sexo feminino. A primeira consulta foi em média aos 5,6<br />
anos, sendo os principais motivos: pneumonias recorrrentes (57%), tosse /<br />
broncorreia cró nicas (26%), seguimento <strong>de</strong> pneumonia complicada (22%) e<br />
bronquiectasias já i<strong>de</strong>ntificadas em 30%. As bronquiectasias foram confirmadas<br />
por TC torácica em todos os casos, em média aos 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A<br />
clínica predomi nante foi tosse crónica com broncorreia (91%), pneumonias<br />
recorrentes (74%); dispneia expiratória /pieira (52%), má progressão pon<strong>de</strong>ral<br />
(13%) e pneumonia arrastada (9%). Na altura do diagnóstico havia<br />
alterações da auscul tação pulmonar em 91% e em 13% hipocratismo digital.<br />
Factores predis ponentes / associados: infecções broncopulmonares recorrentes<br />
- 96%, bronquiolite obliterante (BO) - 39%, imuno<strong>de</strong>ficiência - 17%<br />
e malformação traqueobrônquica - 9%. As bronquiectasias eram focais em<br />
61% e difusas em 39%. Os lobos inferiores foram a localização mais frequente<br />
(70%). I<strong>de</strong>n ti ficaram-se bronquiectasias cilíndricas em 56%, quísticas<br />
em 13% e mistas (incluindo varicosas) em 13%. Os gérmens mais frequentes<br />
na expectoração foram Haemophilus influenzae (65%), Strep -<br />
tococcus pneumoniae (30%), Moraxella catarrhalis (26%) e Pseudomonas<br />
aeruginosa (13%). Foram instituídos cinesiterapia regular, reforço hídrico e<br />
mucolíticos nas agudizações em todos os doentes. Antibioterapia profilática<br />
foi usada em 17%. Houve melhoria sintomática evi<strong>de</strong>nte em mais <strong>de</strong> 90%<br />
dos casos. A repetição da TC em 8 crianças (35%), em média 21 meses após<br />
a primeira, mostrou melhoria dos aspectos radiológicos em 3, manutenção<br />
em 3 e agravamento em 2 casos (BO). Conclusões: Tal como <strong>de</strong>scrito habi -<br />
tualmente, as principais associa ções foram as infecções broncopulmonares<br />
recorrentes, doença pulmonar crónica (BO) e imuno<strong>de</strong>ficiências primárias.<br />
O Haemophilus influenzae foi o agente mais frequentemente responsável<br />
pelas complicações infecciosas. A experiência nestes casos confirma que<br />
uma a<strong>de</strong>quada gestão <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> modo continuado conduz a uma melho -<br />
ria sintomática significativa e po<strong>de</strong>, nalguns casos, reverter parcialmente as<br />
alterações radiológicas.<br />
Palavras-chave: Bronquiectasias, tosse crónica, broncorreia, pneumonia<br />
recorrente.<br />
PD103 - Pneumonia aguda com pneumatocelos: acerca <strong>de</strong> 2 casos<br />
Ana Relógio Fernan<strong>de</strong>s 1 ; Raquel Marta 1 ; Olga Se<strong>de</strong>lnikova 1 ; António Amador 1<br />
1- Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE, Hospital <strong>de</strong> Nossa Senhora do<br />
Rosário<br />
Introdução: Os pneumatocelos são estruturas quísticas <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s finas,<br />
preenchidas por líquido, que se formam no parênquima pulmonar, mais frequentemente<br />
no contexto <strong>de</strong> uma pneumonia aguda. O agente mais frequentemente<br />
associado nestes casos é o Staphylococcus aureus, embora também<br />
possam estar implicados outros agentes. Os pneumatocelos tornam-se radio -<br />
lo gicamente evi<strong>de</strong>ntes entre o 5º e o 7º dia <strong>de</strong> doença, sendo raramente<br />
visíveis na radiografia <strong>de</strong> tórax inicial. A tomografia compturizada (TC) não<br />
é geralmente necessária para fazer o diagnóstico, mas po<strong>de</strong> ser útil para fazer<br />
o diagnóstico diferencial com abcesso pulmonar e para a guiar a aspiração por<br />
agulha quando necessário. Casos clínicos: Os autores apresentam dois casos<br />
<strong>de</strong> pneumonia aguda com pneumatocelos em crianças. O primeiro caso refe -<br />
re-se a uma menina <strong>de</strong> 6 anos, com antece<strong>de</strong>ntes pessoais <strong>de</strong> asma e radio -<br />
grafias <strong>de</strong> tórax anteriores sem alterações, em quem o diagnóstico <strong>de</strong> pneumatocelos<br />
foi um achado na radiografia <strong>de</strong> controlo feita no 5º dia <strong>de</strong> internamento<br />
por pneumonia aguda, confirmado por TC torácica, a qual foi também<br />
repetida durante o seguimento. O segundo caso trata <strong>de</strong> uma menina <strong>de</strong><br />
11 anos internada por pneumonia aguda com uma evolução lenta, apesar <strong>de</strong><br />
terapêutica a<strong>de</strong>quada. O diagnóstico foi feito em radiografia <strong>de</strong> tórax reali -<br />
zada no sétimo dia <strong>de</strong> internamento para pesquisar eventuais complicações da<br />
pneumonia; o seguimento pós-alta também foi feito com radiografia. Não foi<br />
possível isolar o agente etiológico em qualquer dos casos; em ambos verificou-se<br />
resolução clínica e radiológica completa. Conclusão: Embora a TC<br />
torácica consiga <strong>de</strong>finir um padrão <strong>de</strong> anomalias mais específico que a radiografia<br />
convencional em crianças com pneumatocelos, é também fonte <strong>de</strong><br />
altas doses <strong>de</strong> radiação ionizante. Assim, sempre que o diagnóstico <strong>de</strong> pneumatocelos<br />
é feito por radiografia <strong>de</strong> tórax, e na ausência <strong>de</strong> outras complicações,<br />
a TC torácica <strong>de</strong>ve ser evitada.<br />
Palavras-chave: Pneumatocelos, pneumonia, radiografia, TC.<br />
Área Científica - Nefrologia<br />
PD104 - Divertículos vesicais múltiplos: um achado pouco comum num<br />
lactente com ITU<br />
Joana Rebelo 1 ; Sónia Carvalho 1 ; Armando Reis 2 ; Paulo Teixeira 1<br />
1- CHMA - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Famalicão; 2- Centro Hospitalar do Porto, Unida<strong>de</strong><br />
Maria Pia<br />
Introdução: A infecção do tracto urinário (ITU) constitui uma das infecções<br />
bacterianas graves mais frequentes no primeiro ano <strong>de</strong> vida, implicando a<br />
realização <strong>de</strong> estudo imagiológico do sistema urinário, com o objectivo <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntificar alterações anatómicas ou funcionais que condicionem um risco<br />
aumentado <strong>de</strong> ITUs recorrentes e consequente lesão renal <strong>de</strong>finitiva. A alte -<br />
ração mais frequentemente diagnosticada é o refluxo vesico-ureteral (RVU),<br />
mas muitas outras po<strong>de</strong>m estar presentes. Caso Clínico: Lactente do sexo<br />
masculino, sem antece<strong>de</strong>ntes perinatais ou familiares <strong>de</strong> relevo. Ecografias<br />
pré-natais sem alterações. Antropometria ao nascimento a<strong>de</strong>quada à ida<strong>de</strong><br />
S89