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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S31<br />

Posters com apresentação em sala<br />

Área Científica - Nefrologia<br />

PAS1 - Glicosúria Renal: a propósito <strong>de</strong> 2 casos clínicos<br />

Joana Rebelo 1 ; Felisbela Rocha 1 ; Susana Gama Sousa 1 ; Paulo Teixeira 1<br />

1- CHMA - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Famalicão<br />

Introdução: A glicosúria como achado aci<strong>de</strong>ntal em crianças ou adolescentes<br />

po<strong>de</strong> ser secundária a hiperglicemia associada a distúrbios do metabolismo da<br />

glicose ou estar transitoriamente presente em caso <strong>de</strong> traumatismo ou infecção<br />

renal. A glicosúria renal po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r a um distúrbio genético isolado ou<br />

fazer parte do síndrome <strong>de</strong> Fanconi ou <strong>de</strong> outros distúrbios tubulares renais causados<br />

por fármacos ou erros do metabolismo, tais como a cistinose. Casos<br />

Clínicos: Os autores apresentam os casos <strong>de</strong> 2 adolescentes do sexo feminino<br />

(Caso 1, com 15 e Caso 2, com 16 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>), sem ante ce <strong>de</strong>ntes pessoais ou<br />

familiares <strong>de</strong> relevo, orientadas para Consulta Hospi talar <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> pelos<br />

respectivos Médicos Assistentes por glicosúria isol ada <strong>de</strong>tectada em análise <strong>de</strong><br />

rotina. Apresentavam-se assintomáticas e o exame objectivo era normal. Nega -<br />

vam intercorrências infecciosas ou traumatismos recentes, assim como ingestão<br />

<strong>de</strong> fármacos ou tóxicos. O sedimento urinário confirmou glicose&gt;1000 mg/dl<br />

com PH normal. Do estudo efectuado <strong>de</strong>s ta cou-se a presença <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> tole -<br />

rância oral à glicose, ionograma urinário, doseamento <strong>de</strong> ácidos orgânicos<br />

urinários e <strong>de</strong> ecografia renal sem alterações. Excluiu-se glicosúria nos familiares<br />

directos <strong>de</strong> ambas as doentes. O estudo genético revelou a presença, em heterozigotia,<br />

das mutações IVS7+5G&gt;A e Val296Leu (cariótipo 46,XX,<br />

t((8;9)(q13;q13)) no Caso 1 e, no Caso 2, das mutações c.89C&gt;T(p.R300C) e<br />

c.1961A&gt;G(p. N654S) no gene SLC5A2 (previamente <strong>de</strong>scritas). Discussão:<br />

A glicosúria renal caracteri za-se por glicosúria isolada persistente na ausência <strong>de</strong><br />

hiperglicemia, <strong>de</strong> alte rações da prova <strong>de</strong> tolerância oral à glicose e <strong>de</strong> disfunção<br />

tubular renal gene ralizada. Está associada a mutações no gene SCL5A2 (cromossoma<br />

16), responsável pelo cotransportador sódio/glicose (SGLT2) presente no<br />

túbulo renal proximal, e é <strong>de</strong> transmissão autossó mica recessiva. Apesar <strong>de</strong> o<br />

grau <strong>de</strong> glicosúria po<strong>de</strong>r ser variável, os doentes são geralmente assintomáticos<br />

e o prognóstico é favorável, sendo muito rara a ocorrência <strong>de</strong> complicações<br />

renais e extra-renais. Os autores preten<strong>de</strong>m alertar para esta entida<strong>de</strong>, uma vez<br />

que po<strong>de</strong> ser motivo <strong>de</strong> referenciação para Consulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> após realização<br />

<strong>de</strong> exames <strong>de</strong> rotina, salientando a importância tanto do diagnós tico diferencial<br />

com patologias mais graves, como do estudo genético, que possibilita a posterior<br />

quantificação do risco <strong>de</strong> recorrência da doença na família, com vista a um<br />

aconselhamento genético a<strong>de</strong>quado.<br />

Palavras-chave: Glicosúria renal; gene SCL5A2.<br />

PAS2 - Prevalência <strong>de</strong> malformações nefro-urológicas em doentes com<br />

fenda lábio-palatina<br />

Ana Margarida Pereira 1 ; Vânia Gonçalves 1 ; Ana Teixeira 1 ; Helena Pinto 1 ; Ana<br />

Maia 1<br />

1- Hospital São João<br />

Introdução: As fendas lábio-palatinas (FLP) constituem malformações congénitas<br />

comuns, com uma prevalência <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1:750 nados vivos. É glo balmente<br />

reconhecido que as crianças com FLP apresentam frequentemente outras anoma -<br />

lias congénitas associadas, estando as malformações nefro-uro lógicas (MNU)<br />

entre as mais prevalentes. De acordo com estudos <strong>de</strong>senvol vidos noutros países<br />

europeus, a prevalência <strong>de</strong> MNU em doentes com FLP po<strong>de</strong> atingir os 11,3%.<br />

Objectivos: Investigar a prevalência <strong>de</strong> MNU em doentes com FLP. Métodos:<br />

Análise retrospectiva dos processos clínicos dos doentes com FLP seguidos pelo<br />

Grupo Transdisciplinar <strong>de</strong> Fendas Lábio-Pa la tinas <strong>de</strong> um hospital terciário do<br />

Porto, entre 1992 e Março <strong>de</strong> 2010 (período <strong>de</strong> 18 anos). As FLP foram classificadas<br />

<strong>de</strong> acordo com a classificação <strong>de</strong> Spina; as MNU foram classificadas<br />

segundo o ICD-10. Resultados: Foram avaliados 358 doentes com ida<strong>de</strong> média<br />

<strong>de</strong> 8,8 anos (2 meses-22 anos); 58,7% eram do sexo masculino. Foram <strong>de</strong>tectadas<br />

outras malformações para além da FLP em 56,4% dos doentes, sendo as<br />

MNU as terceiras mais frequentes (em 16,2% do total <strong>de</strong> doentes); as malformações<br />

faciais, incluindo oculares e do ouvido, (29,6%) e as cardíacas (19,0%)<br />

foram as mais encontradas. As MNU mais prevalentes foram a hidronefrose (em<br />

53,4%), hipospádias (12,1%) e agenesia/hipoplasia renal (12,1%); estas malformações<br />

associaram-se predo minantemente a fendas do tipo III (em 48,3%).<br />

Quarenta e dois (72,4%) dos doentes com MNU apresentavam outras malformações<br />

associadas, tendo sido i<strong>de</strong>ntificados síndromes ou sequências em 41,4%;<br />

os mais frequentes foram a S. Pierre Robin (37,5%) e a S. <strong>de</strong> Micro<strong>de</strong>lecção<br />

22q11.2 (20,8%). Tinham diagnóstico prénatal 31 dos doentes com MNU<br />

(53,4%). Conclusão: Neste estudo, a prevalência <strong>de</strong> MNU em doentes com FLP<br />

foi superior à encontrada na literatura. O reconhecimento da elevada prevalência<br />

<strong>de</strong>sta associação <strong>de</strong>ve rá ser tida em conta na avaliação dos doentes com FLP,<br />

quer a nível do diagnóstico prénatal, quer posteriormente com realização siste -<br />

mática <strong>de</strong> ecografia renopélvica para exclusão/confirmação da presença <strong>de</strong>stas<br />

anomalias. Estas malformações são reconhecidas como uma importante causa <strong>de</strong><br />

morbilida<strong>de</strong> em ida<strong>de</strong> pediátrica, havendo frequentemente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> orientação<br />

e/ou correcção precoce para evitar futuras complicações.<br />

Palavras-chave: Malformações nefro-urológicas, Fenda lábio-palatina,<br />

Ecografia renopélvica<br />

PAS3 - Nefrite lúpica na criança: experiência do Hospital Pediátrico <strong>de</strong><br />

Coimbra<br />

Dora Gomes 1 ; Cristina Pereira 1 ; Raquel Santos 1 ; Clara Gomes 1 ; António Jorge<br />

Correia 1<br />

1- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra<br />

Introdução: A Nefrite lúpica é uma manifestação frequente no Lupus Erite -<br />

matoso Sistémico (LES) na criança, sendo um factor importante no prognós -<br />

tico. Objectivos: Avaliação da apresentação clínica, tratamento e evolução dos<br />

casos <strong>de</strong> nefrite lúpica. Material e Métodos: Estudo retrospectivo e <strong>de</strong>scritivo<br />

da casuística da Consulta <strong>de</strong> Nefrologia do Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra<br />

entre 1990 e 2009. Resultados: Foram i<strong>de</strong>ntificadas nove crianças com ida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> diagnóstico entre os 7 e 14 anos (mediana <strong>de</strong> 10 anos), sendo 77% do sexo<br />

feminino. Na apresentação inicial do LES o envolvimento renal estava presente<br />

em 7/9 dos casos manifestando-se com proteinúria em 89%, hematúria em<br />

55%, hipertensão arterial em 33% e insuficiência renal aguda em 11% dos<br />

casos. As manifestações extra-renais mais frequentes foram: rash malar em<br />

77%, artrite em 67%, pancitopenia em 55% e febre em 33%. Ana li ticamente<br />

todos os doentes tinham ANA e Ac DNAds positivos e 8/9 hipo comple men -<br />

témia. A biópsia renal foi efectuada em todos os doentes e reve lou, segundo a<br />

classificação <strong>de</strong> OMS, glomerulonefrite proliferativa difusa tipo IV em sete<br />

(78%), glomerulonefrite proliferativa focal tipo III em um e glomerulonefrite<br />

membranosa (GM) tipo V em um. Todos os doentes ini ciaram corticoterapia<br />

em altas doses com boa resposta clínica. Em 7/9 associou-se pulsos <strong>de</strong> ciclofos -<br />

famida mensal e numa criança com GM asso ciou-se ciclosporina. O tempo<br />

médio <strong>de</strong> seguimento na consulta foi <strong>de</strong> 2,9 anos. No tratamento <strong>de</strong> manutenção<br />

foi usado azatioprina em 5 crianças e a partir <strong>de</strong> 2006 micofenolato mofetil<br />

(MMF); na GM manteve-se ciclosporina. Dos que respon<strong>de</strong>ram inicialmente,<br />

33% tiveram pelo menos um episódio <strong>de</strong> proteinuria ou sindrome nefrítico, não<br />

ocorrendo em nenhum dos doentes medi cados com MMF. À data da última<br />

avaliação existia manutenção <strong>de</strong> positivida<strong>de</strong> dos marcadores <strong>de</strong> LES em 60%<br />

e <strong>de</strong> hipocomplementémia em 22%. Nenhum caso evoluiu para insuficiência<br />

renal crónica e ocorreu uma morte por envolvimento multiorgânico com falência<br />

hepato-renal. Conclusão: A nefrite é frequente no LES sendo fundamental<br />

o diagnóstico precoce e tratamento agressivo. O MMF mostrou-se eficaz na<br />

nossa série, o que associado a menor toxicida<strong>de</strong> em relação a outros imunossupressores,<br />

e <strong>de</strong> acordo com dados <strong>de</strong> outros centros <strong>de</strong>va ser consi<strong>de</strong>rado um<br />

fármaco <strong>de</strong> eleição no tratamento <strong>de</strong> manutenção da nefrite lúpica.<br />

Palavras-chave: Nefrite lúpica, lupus eritematoso sistémico, criança.<br />

PAS4 - Uroculturas na população pediátrica do Baixo Alentejo – agentes<br />

etiológicos e susceptibilida<strong>de</strong> aos antimicrobianos<br />

Ana Moutinho 1 ; Nélia Costa 1 ; Fátima Furtado 1 ; Isabel Brito Lança 1 ; Maurílio<br />

Gaspar 1<br />

1- Unida<strong>de</strong> Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Baixo Alentejo, Hospital José Joaquim<br />

Fernan<strong>de</strong>s - Beja<br />

S31

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