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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S96<br />

não <strong>de</strong>mons trou hemangiomas. Foi formulado o diagnóstico <strong>de</strong> hemangiomatose<br />

neonatal da pele e fígado. Foi medicada com corticoterapia <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

os 4 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> com melhoria ligeira das lesões. Iniciou propranolol<br />

pelos 12 meses com redução efectiva das lesões cutâneas e hepáticas.<br />

Comentários: É essencial o acompanhamento clínico precoce e periódico <strong>de</strong><br />

todos os portadores <strong>de</strong> hemangiomas múltiplos <strong>de</strong>vido à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

HND. Recomenda-se a realização <strong>de</strong> ecografia abdominal para exclusão <strong>de</strong><br />

lesões hepáticas e se necessário tratamento agressivo. O uso experimental do<br />

propranolol neste caso foi benéfico e sem efeitos secundários.<br />

Palavras-chave: Hemangiomatose neonatal, propranolol.<br />

PD126 - Rubéola Congénita - ainda uma doença do século XXI<br />

Ana Rita Prior 1 ; Sandra Valente 1 ; Margarida Abrantes 1 ; João Costa 1 ; Carlos<br />

Moniz 1<br />

1- Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE - Hospital <strong>de</strong> Santa Maria, Departa -<br />

mento da Criança e da Família<br />

Introdução: A rubéola congénita surge como uma complicação importante<br />

da infecção pelo vírus da rubéola durante a gravi<strong>de</strong>z, po<strong>de</strong>ndo comprometer<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento do feto e causar aborto, morte fetal e anomalias congénitas.<br />

Em Portugal, após a introdução da vacina contra a rubéola no Plano<br />

Nacio nal <strong>de</strong> Vacinação (PNV) em 1987, o número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong>clarados <strong>de</strong><br />

rubéola congénita tem <strong>de</strong>scido significativamente, não tendo sido <strong>de</strong>scrito<br />

nenhum caso nos últimos <strong>de</strong>z anos. Caso Clínico: Recém-nascido do sexo<br />

masculino, aparentemente bem até às 12 horas <strong>de</strong> vida, quando inicia cianose<br />

perioral, pali<strong>de</strong>z, petéquias e lesões cutâneas púrpuricas dispersas pelo corpo,<br />

acompanhadas <strong>de</strong> trombocitopenia. Nos antece<strong>de</strong>ntes, a referir mãe (GIIIPII),<br />

sem cumprimento do PNV, nomeadamente sem nenhuma toma <strong>de</strong> vacina<br />

anti-sarampo-parotidite-rubéola (VASPR), não imune à rubéola (serologias<br />

do 1º trimestre da gravi<strong>de</strong>z, sem repetição <strong>de</strong>ste estudo ao longo da gestação).<br />

Atra vés da anamnese e exame objectivo, o diagnóstico mais provável, em -<br />

bora pouco frequente, era tratar-se <strong>de</strong> um caso <strong>de</strong> rubéola congénita, que foi<br />

confirmado laboratorialmente. Discussão: Os autores preten<strong>de</strong>m com a apresentação<br />

<strong>de</strong>ste caso, alertar para o facto <strong>de</strong> apesar <strong>de</strong> “quase erradicada”, a<br />

Rubéola, e consequentemente a Rubéola Congénita, ser uma doença que<br />

ainda se encontra entre nós. Deste modo, a Rubéola não <strong>de</strong>verá ser esque cida<br />

durante o programa <strong>de</strong> vigilância da gravi<strong>de</strong>z, contribuindo quer para a i<strong>de</strong>ntificação<br />

precoce <strong>de</strong> novos casos, quer para a referenciação e prevenção <strong>de</strong><br />

eventuais situações <strong>de</strong> risco, como mulheres em ida<strong>de</strong> fértil não imunes mas<br />

que possam ser vacinadas após a gravi<strong>de</strong>z.<br />

Palavras-chave: Rubéola congénita, gravi<strong>de</strong>z, imunização<br />

PD127 - Listeriose Neonatal<br />

Filipa Soares Vieira 1 ; Marta Contreiras 1 ; Mónica Marçal 1 ; Ana Nunes 1<br />

1- Centro Hospitalar Lisboa Oci<strong>de</strong>ntal, Hospital São Francisco Xavier<br />

Introdução: A Listeria monocytogenes é um importante agente patogénico no<br />

período neonatal, constituindo uma das 3 maiores causas <strong>de</strong> meningite. A<br />

infecção do recém-nascido (RN) po<strong>de</strong> ocorrer na forma precoce ou tardia. O<br />

tratamento consiste em ampicilina e gentamicina durante 14 a 21 dias e a taxa<br />

<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 20-30%. Em Portugal são estimados 1,4 casos <strong>de</strong> listeriose<br />

por milhão <strong>de</strong> habitantes, mas os dados disponíveis são escassos. Caso clí nico<br />

1: RN do sexo masculino, gestação sem intercorrências. Parto eutó cico às 31<br />

semanas, por ruptura prematura <strong>de</strong> membranas, com líquido amnió tico tinto <strong>de</strong><br />

mecónio, febre e parâmetros <strong>de</strong> infecção bacteriana maternos positivos. Peso<br />

ao nascer 1470g, com índice <strong>de</strong> Apgar 4/9 (ventilado), necessitando <strong>de</strong> CPAP<br />

durante 8 horas. Analiticamente: leucócitos 12,6 x109/L, PCR 14,5mg/dl e<br />

hemocultura positiva para Listeria monocytogenes. Medicado com ampicilina<br />

e gentamicina durante 14 dias. A ecografia cerebral a D17 revelou hemorragia<br />

intraventricular grau I bilateral já reabsorvida em D60. Restante evolução<br />

favorável, com avaliação do <strong>de</strong>senvolvimento normal. Caso clínico 2: RN do<br />

sexo masculino, mãe AgHbs positivo. Parto eutócico às 30 semanas, com peso<br />

ao nascer 1350g e índice <strong>de</strong> Apgar 2/7 (ventilado). Transferido para a Unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Cuidados Intensivos em choque séptico e falência multiorgânica. Anali ti -<br />

camente leucócitos 6,0 x10 9/L (84% neutrófilos), PCR 9mg/dl, com hemocultura<br />

positiva para Listeria monocytogenes. Medicado com ampicilina e genta -<br />

mi cina (19 dias). A evolução clínica foi <strong>de</strong>sfavorável, e a ecografia cerebral em<br />

D9 revelou hemorragia intraventricular grau III bilateral e hidrocefalia. Colo -<br />

cada câmara <strong>de</strong> drenagem ventricular a D18 por quadro convulsivo, com colocação<br />

<strong>de</strong> shunt ventriculo-peritoneal a D180. Como intercorrências teve uma<br />

sepsis tardia em D22 e uma meningite em D89. A avaliação do <strong>de</strong>senvol vi -<br />

mento aos 17 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> corrigida evi<strong>de</strong>nciou atraso em todas as esca las<br />

aplicadas e foi confirmada sur<strong>de</strong>z sensorioneural profunda bilateral. Comentários:<br />

Apesar <strong>de</strong> estes serem os dois únicos casos <strong>de</strong>scritos <strong>de</strong> Listeriose<br />

neonatal no nosso país em 2008 e 2009, esta incidência é provavelmente subvalorizada<br />

por não ser uma patologia <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração obrigatória. Estes dois<br />

casos clínicos reflectem a forma precoce da infecção (mais comum). Apesar<br />

da terapêutica a<strong>de</strong>quada houve uma evolução <strong>de</strong>sfavorável no segundo caso,<br />

com sequelas a longo prazo, o que alerta para a gravida<strong>de</strong> da doença.<br />

Palavras-chave: Listeriose, sepsis, meningite, neonatal<br />

PD128 - Bócio congénito - a propósito <strong>de</strong> um caso clínico<br />

Joaquina Antunes 1 ; Pedro Fernan<strong>de</strong>s 1 ; Cristina Faria 1 ; Isabel Andra<strong>de</strong> 1 ; Nuno<br />

Andra<strong>de</strong> 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> São Teotónio, E.P.E. Viseu<br />

Introdução: O Bócio <strong>de</strong>fine-se como aumento do volume da glândula<br />

tiroi<strong>de</strong>ia para além dos limites normais para a ida<strong>de</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da<br />

etiologia e da função tiroi<strong>de</strong>ia. Embora algumas causas <strong>de</strong> bócio sejam<br />

congé nitas, o bócio e a disfunção da tirói<strong>de</strong> que frequentemente o acompa -<br />

nha, po<strong>de</strong>m não ser evi<strong>de</strong>ntes no nascimento. Caso clínico: Recém-nascido<br />

(RN) sexo masculino, filho <strong>de</strong> pais jovens e não consanguíneos. Fruto <strong>de</strong> uma<br />

segunda gestação, vigiada, mãe com antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> hipertiroidismo, tendo<br />

realizado terapêutica com Propiltiouracilo entre a 15ª e 34ª semanas (S) <strong>de</strong><br />

gestação. Diagnóstico ecográfico pré-natal <strong>de</strong> hipertrofia tiroi<strong>de</strong>ia às 34 S.<br />

Parto pré-termo às 35S e 6 dias, eutócico, com boa adaptação à vida extraute<br />

rina e somatometria a<strong>de</strong>quada. Por apresentar tumefacção cervical, apesar<br />

<strong>de</strong> parâmetros vitais estáveis foi internado na UCERN. Realizou ecografia<br />

cervical que revelou aumento global das dimensões da glândula tiroi<strong>de</strong>ia<br />

(bócio), com estrutura homogénea, sem formações nodulares, com istmo <strong>de</strong><br />

10mm, LD 18mm e LE 20 mm. Mãe com T4L 0,6 ng/dl (0,9-1,8) e TSH 2,69<br />

mUI/L (0,35-5,5) e RN com T4L 0,9 ng/dl (0,9-1,8) e TSH 11,72 mUI/L<br />

(0,35-5,5) no primeiro dia <strong>de</strong> vida e T4L 1,2 ng/dl e TSH 4,00 mUI/L, ao<br />

nono dia <strong>de</strong> vida. Foi realizado rastreio <strong>de</strong> doenças metabólicas. Durante o<br />

internamento o RN esteve sempre hemodinamicamente estável, sem manifestações<br />

clínicas <strong>de</strong> alterações da função tiroi<strong>de</strong>ia com diminuição progressiva<br />

das dimensões da glândula tiroi<strong>de</strong>ia. Alta com reavaliação em consulta <strong>de</strong><br />

Endocrinologia no Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra (HPC) e consulta <strong>de</strong><br />

Neonatologia no nosso hospital. Discussão: O bócio neonatal secundário à<br />

ingestão <strong>de</strong> fármacos durante a gestação é uma entida<strong>de</strong> infrequente, uma vez<br />

que são necessárias doses diárias elevadas para o seu <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento. A<br />

maioria dos RN está eutiroi<strong>de</strong>u, mas mais raramente, tal como no nosso caso<br />

tem uma fase transitória <strong>de</strong> hipotiroidismo que muito raramente requer tera -<br />

pêutica substitutiva.<br />

Palavras-chave: Bócio congénito, recém-nascido<br />

PD129 - O Recém-Nascido com Enterocolite Necrotizante: Revisão <strong>de</strong> 4<br />

anos e meio<br />

Ines Sobreira 1 ; Cátia Sousa 1 ; Fernanda Gomes 1 ; C.Pereira Duarte 1<br />

1- Hospital do Divino Espírito Santo - Ponta Delgada, EPE<br />

Introdução: A Enterocolite Necrotizante (NEC) afecta predominantemente<br />

recém-nascidos (RN) prematuros, havendo no entanto outros factores <strong>de</strong> risco<br />

bem <strong>de</strong>finidos (alimentação entérica, infecção ou situações que comprome -<br />

tam a perfusão intestinal). Objectivos: Caracterizar os RN com NEC internados<br />

na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neonatologia do Hospital do Divino Espírito Santo<br />

(HDES) entre Janeiro 2006 e Junho 2010. Métodos: Estudo retrospectivo,<br />

com consulta do processo único. Avaliaram-se características <strong>de</strong>mográficas,<br />

factores <strong>de</strong> risco, apresentação, estadiamento, tratamento e mortalida<strong>de</strong>.<br />

Resultados: No período te tempo estudado, estiveram internados 767 RN,<br />

dos quais 16 tiveram NEC (2%). Onze eram do sexo feminino, 5 do masculino,<br />

sendo a distribuição por anos uniforme. A maioria (12) tinha 26-31 sema -<br />

nas <strong>de</strong> gestação, 2 tinham 32-36 semanas e 2 tinham 37-41 semanas. A distri -<br />

buição por peso <strong>de</strong> nascimento foi a seguinte: 750-1000g: 6; 1001-1500g: 4;<br />

1501-2000g: 2; 2001-2500g: 2;&gt; 2500g: 2. A maioria (12) nasceu por<br />

cesariana e 11 necessitaram <strong>de</strong> reanimação ao nascer. A maioria (10) não<br />

apre sentava qualquer malformação aparente. Dois RN apresentavam-se<br />

infectados na altura do diagnóstico, um <strong>de</strong>les com isolamento <strong>de</strong> E. coli na<br />

hemocultura e o outro com sépsis sem agente isolado. A maioria iniciou alimentação<br />

entérica em D2 <strong>de</strong> vida. O início <strong>de</strong> sintomas variou entre D1 e D32<br />

<strong>de</strong> vida, com uma mediana <strong>de</strong> 3 dias. As manifestações clínicas foram as<br />

habituais, sem alterações laboratoriais sugestivas <strong>de</strong> infecção na maioria dos<br />

casos. De acordo com o Estadiamento <strong>de</strong> Bell : Grau I 9; Grau II 4; Grau III<br />

2; 1 caso não confirmado. Todos os RN ficaram em pausa alimentar após o<br />

S96

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