acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Acta Pediatr Port 2010:41(5):S85<br />
na antipneumocócica conjugada, tratamento agressivo <strong>de</strong> doença atópica e<br />
infecciosa e, em casos graves e seleccionados, terapêutica <strong>de</strong> substituição com<br />
Imunoglobulina.<br />
Palavras-chave: Défice <strong>de</strong> anticorpos, infecções recorrentes, imuno<strong>de</strong>ficiência.<br />
PD86 - Esofagite Eosinofílica - 2 casos clínicos<br />
Ana Novo 1 ; Mónica Tavares 1 ; Diana Pinto 1 ; Maria João Oliveira 1 ; Helena<br />
Falcão 2 ; Fernando Pereira 3 ; Fernanda Teixeira 1<br />
1- Centro Hospitalar do Porto – Hospital <strong>de</strong> Santo António; 2- Centro Hospi -<br />
talar do Porto – Hospital Maria Pia; 3- Centro Hospitalar do Porto - Hospital<br />
Maria Pia<br />
Introdução: A Esofagite Eosinofílica (EE) <strong>de</strong>fine-se como uma entida<strong>de</strong><br />
clínico-patológica primária do esófago, caracterizada por sintomas gastrointestinais<br />
superiores em associação a infiltração eosinofílica intra-epitelial<br />
confirmada por biópsia e na ausência documentada <strong>de</strong> doença do refluxo gastrointestinal<br />
(DRGE). Clinicamente traduz-se por disfagia, imp<strong>acta</strong>ção alimentar,<br />
vómitos, dor epigástrica e regurgitação alimentar. A sua incidência<br />
tem vindo a crescer nos últimos anos, com um aumento <strong>de</strong> 4 a 18 vezes no<br />
número <strong>de</strong> casos diagnosticados. Casos clínicos: O primeiro caso refere-se a<br />
um adolescente <strong>de</strong> 17 anos, com episódios frequentes <strong>de</strong> engasgamento e<br />
recusa alimentar para sólidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros meses <strong>de</strong> vida, associados a<br />
disfagia gradual para sólidos e imp<strong>acta</strong>ção alimentar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância, com<br />
agravamento nos últimos 4 anos. Sem história conhecida <strong>de</strong> patologia alér -<br />
gica. Medicado com inibidor da bomba <strong>de</strong> protões (IBP) sem melhoria clí -<br />
nica. Internado no nosso Serviço após laceração esofágica com pneumome -<br />
diastino, consequência <strong>de</strong> Endoscopia Digestiva Alta (EDA) realizada para<br />
<strong>de</strong>simp<strong>acta</strong>ção alimentar. Por suspeita <strong>de</strong> EE repetiu EDA com biópsia que<br />
confirmou o diagnóstico. Medicado com Bu<strong>de</strong>sonido inalado <strong>de</strong>glutido <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
há 2 anos, com boa evolução clínica. O segundo caso diz respeito a uma<br />
crian ça <strong>de</strong> 10 anos, sexo feminino, com antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> rinoconjuntivite e<br />
asma alérgica, que apresentava epigastralgias e regurgitação alimentar associada<br />
a vómitos, com 2 meses <strong>de</strong> evolução, e posterior disfagia para sólidos<br />
com episódios <strong>de</strong> imp<strong>acta</strong>ção alimentar. Sem factores <strong>de</strong> agravamento conhe -<br />
cidos. Medicada com IBP com noção <strong>de</strong> alívio sintomático apenas parcial,<br />
pelo que, por suspeita <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> EE, realizou EDA que confirmou o diagnóstico.<br />
Medicada com Fluticasona <strong>de</strong>glutida durante 8 meses, mantendo-se<br />
actualmente assintomática. Discussão: O aumento da prevalência <strong>de</strong> doença<br />
alérgica aliada à maior consciencialização da existência <strong>de</strong> EE tem contri -<br />
buído para o seu diagnóstico. Os dois casos apresentados preten<strong>de</strong>m realçar<br />
o elevado grau <strong>de</strong> suspeição clínica necessária no diagnóstico precoce <strong>de</strong>sta<br />
entida<strong>de</strong> dada a sobreposição sintomática, nomeadamente com a DRGE, e a<br />
escassez <strong>de</strong> dados patognomónicos, mesmo a nível endoscópico. Assim,<br />
peran te um doente com episódios <strong>de</strong> disfagia para sólidos e imp<strong>acta</strong>ção alimentar,<br />
mesmo sem antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> atopia, e com ausência <strong>de</strong> resposta à<br />
tera pêutica com IBP, este diagnóstico <strong>de</strong>ve sempre ser colocado.<br />
Palavras-chave: Esofagite Eosinofílica, imp<strong>acta</strong>ção alimentar, atopia.<br />
PD87 - Indução <strong>de</strong> tolerância oral em crianças com alergia às proteínas<br />
do leite <strong>de</strong> vaca<br />
Ruben Rocha 1 ; Susana Branco 1 ; Artur Bonito-Vitor 1<br />
1- Hospital S. João<br />
Introdução: A alergia às proteínas do leite <strong>de</strong> vaca (APLV) é a principal alergia<br />
alimentar nas crianças. O tratamento habitual consiste na evicção do leite<br />
<strong>de</strong> vaca da dieta até à aquisição espontânea <strong>de</strong> tolerância, que ocorre na maioria<br />
dos casos até aos 18 meses. Naqueles em que o problema persiste, a indu -<br />
ção <strong>de</strong> tolerância po<strong>de</strong> ser uma alternativa. Objectivo: Caracterizar as crian -<br />
ças da consulta <strong>de</strong> Imunoalergologia Pediátrica, com o diagnóstico <strong>de</strong> APLV,<br />
que concluíram o protocolo <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> tolerância. Métodos: Estudo <strong>de</strong>scritivo,<br />
retrospectivo, das crianças com APLV confirmada por prova <strong>de</strong> pro -<br />
vo cação oral e submetidas a prova <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> tolerância com doses crescentes,<br />
tendo sido consi<strong>de</strong>rada dieta livre a tolerância <strong>de</strong> 200mL <strong>de</strong> leite <strong>de</strong><br />
vaca / iogurte por dia. Resultados: Foram onze as crianças incluídas no estudo<br />
e que concluíram o protocolo <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> tolerância, sendo 73% do sexo<br />
masculino e a mediana da ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seis anos. Actualmente seis (54%) encontram-se<br />
em dieta livre e as restantes cinco alcançaram uma tolerância para<br />
doses inferiores a 200ml, isto é, encontram-se em dieta restrita com 2, 3, 4,<br />
10 e 15 ml <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> vaca por dia. A mediana da ida<strong>de</strong> do início dos sintomas<br />
<strong>de</strong> APLV foi 4,5 meses e as manifestações foram reacções <strong>de</strong> urticária (50%),<br />
anafilaxia (38%) e sintomas digestivos (12%). Os testes cutâneos foram posi -<br />
tivos em todos os casos. O doseamento da IgE específica para o leite <strong>de</strong> vaca<br />
revelou-se inferior à classe 3 em 20% dos casos e superior ou igual à classe<br />
3 em 80% dos casos. A mediana da duração do protocolo foi <strong>de</strong> 13 meses<br />
(dieta livre - 5,2 meses vs dieta restrita - 17,5 meses, p=0,13). Foram neces -<br />
sárias, em média, 20 alterações <strong>de</strong> dose por doente até ao final do protocolo<br />
(dieta livre - 13 vs dieta restrita - 26,6, p=0,36). A percentagem <strong>de</strong> crianças<br />
com reacções adversas foi 73% (dieta livre - 40% vs dieta restrita - 83%,<br />
p=0.18), na maioria dos casos ligeiras. A mediana do follow-up após o tér -<br />
mino da prova foi <strong>de</strong> 4,5 meses. Conclusão: Embora apenas meta<strong>de</strong> das<br />
crian ças se encontrem em dieta livre, nas outras, a prova <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> tole -<br />
rância permitiu uma maior liberalização da dieta e a diminuição <strong>de</strong> manifestações<br />
graves <strong>de</strong> alergia.<br />
Palavras-chave: Alergia, leite <strong>de</strong> vaca, tolerância.<br />
PD88 - Sensibilização a Alergenos numa População <strong>de</strong> Crianças com<br />
Asma da Região Centro<br />
Tânia Russo 1 ; Maria Manuel Zarcos 1<br />
1- Hospital <strong>de</strong> Santo André, Leiria<br />
Introdução: A patologia alérgica apresenta uma prevalência crescente em<br />
ida<strong>de</strong> pediátrica e é responsável por uma morbilida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável. A expo -<br />
sição e sensibilização a alergenos representam uma potencial área <strong>de</strong> inter -<br />
ven ção preventiva. Objectivos: Caracterizar o perfil <strong>de</strong> sensibilização a<br />
alergenos <strong>de</strong> uma população <strong>de</strong> crianças asmáticas da região Centro e i<strong>de</strong>ntificar<br />
factores <strong>de</strong> risco relacionados com a exposição. Material e métodos:<br />
Estudo analítico retrospectivo, entre Setembro <strong>de</strong> 2009 e Junho <strong>de</strong> 2010,<br />
através da aplicação <strong>de</strong> questionários e consulta <strong>de</strong> processos clínicos <strong>de</strong> crianças<br />
observadas na consulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>-Pneumologia por asma, com níveis<br />
<strong>de</strong> IgE total superiores a 165 U/mL e IgE especifica positiva para pelo menos<br />
1 dos 8 alergenos testados, ambas <strong>de</strong>terminadas por ImunoCAP 250<br />
(Phadia®). A significância estatística foi testada através do teste qui-qua -<br />
drado (nível <strong>de</strong> significância 0,05). Resultados: Foram incluídas 102 crianças<br />
e jovens, 60% do sexo masculino, com média etária 11,6±3,8 anos;<br />
51% tinha entre 10 e 15 anos, apenas 1 criança tinha menos <strong>de</strong> 2 anos. Em<br />
78% dos casos, tratava-se <strong>de</strong> asma controlada, sendo não controlada apenas<br />
numa criança. A maioria (78%) apresentava outras formas <strong>de</strong> atopia (rinite<br />
63%, eczema 45%, conjuntivite 8%, alergias alimentares 5%); 67% tinham<br />
antece<strong>de</strong>ntes familiares <strong>de</strong> doença atópica. As sensibilizações mais frequentes<br />
foram para Dermatophagoi<strong>de</strong>s pteronysinus (DP) (99%), Dermatophagoi<strong>de</strong>s<br />
farinae (DF) (99%) e gramíneas (48%). Não foi encontrada relação significativa<br />
entre sensibilização a DP ou DF e existência <strong>de</strong> peluches ou tapetes no<br />
quarto. A residência em meio rural (70%) estava associada a sensibilização a<br />
gramíneas (p<0,05) e fungos (p<0,05) e a residência próximo <strong>de</strong> pinhal<br />
a sensibilização a gramíneas (p<0,05). Relativamente a faneras <strong>de</strong> cão e<br />
gato, a coabitação com cão associou-se a sensibilização para a respectiva<br />
fane ra (p<0,05). A frequência <strong>de</strong> infantário actual ou passada, bem como a<br />
ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> início igual ou inferior a 3 anos, não estavam significativamente<br />
associadas a sensibilização a maior ou menor número <strong>de</strong> alergenos. Conclusões:<br />
A sensibilização a ácaros (DP e DF) apresenta uma gran<strong>de</strong> prevalência<br />
nesta população <strong>de</strong> crianças asmáticas, embora não se tenha i<strong>de</strong>ntificado<br />
relação com as fontes <strong>de</strong> exposição habitualmente <strong>de</strong>scritas. A residência em<br />
meio rural e próximo <strong>de</strong> pinhal, características <strong>de</strong>sta região, representa uma<br />
significativa fonte <strong>de</strong> sensibilização precoce a gramíneas e fungos.<br />
Palavras-chave: Alergenos, sensibilização, asma, crianças.<br />
PD89 - Imunoterapia específica subcutânea: a perspectiva do doente e da<br />
família<br />
Ana Luísa Santos Leite 1 ; Arménia Oliveira 2 ; Paulo Guimarães 2 ; Ana Maria<br />
Ribeiro 2<br />
1- Centro Hospitalar <strong>de</strong> Vila Nova <strong>de</strong> Gaia/Espinho, EPE; 2- Centro Hospi -<br />
talar Entre Douro e Vouga, EPE<br />
Introdução: A imunoterapia específica subcutânea (ITSC) consiste na admi -<br />
nis tração gradual <strong>de</strong> extractos alergénicos, em quantida<strong>de</strong>s crescentes, a um<br />
indivíduo previamente sensibilizado e sintomático para a exposição ao aler -<br />
génio causal. O objectivo <strong>de</strong>ste estudo foi conhecer a valorização da ITSC<br />
dada pelo próprio doente e sua família, bem como i<strong>de</strong>ntificar as principais<br />
vantagens e <strong>de</strong>svantagens citadas. Metodologia: Aplicação <strong>de</strong> um inquérito a<br />
doentes seguidos em consulta <strong>de</strong> Imunoalergologia Pediátrica sob terapêu tica<br />
com ITSC e seu respectivo acompanhante. Excluíram-se doentes sob ITSC há<br />
menos <strong>de</strong> um ano. Resultados: Incluíram-se 55 doentes (62% do sexo masculino),<br />
com média etária <strong>de</strong> 14 anos e 55 acompanhantes. 46% tinham asma<br />
e rinite associadas e, previamente à ITSC, 47% referiam recurso frequente à<br />
S85