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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S20<br />

da VNI e às horas 6, 12, 24 e 48 <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da VNI. Análise estatística através<br />

do programa SPSS®v.17, nível <strong>de</strong> significância 0,05. Resultados: No período<br />

referido, 34 lactentes foram internados por bronquiolite aguda com necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> apoio ventilatório com VNI; 24(70,6%) do sexo masculino, ida<strong>de</strong> mediana <strong>de</strong><br />

44 dias(10-300). Dos factores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> evolução grave <strong>de</strong>staca-se: 17(50%)<br />

antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> prematurida<strong>de</strong>; 29(85,3%) ida<strong>de</strong>&lt;3meses, dos quais<br />

10(29,4%) recem-nascidos; 15(44,1%) com doença subjacente, das quais<br />

10(55,5%) com cardiopatia congénita. O agente mais frequentemente implica do<br />

foi o VSR (73,5%). Na admissão, o score Wood-Downes (WD) teve um valor<br />

mediano <strong>de</strong> 6 (3-8); 25(73,5%) apresentou radiografia <strong>de</strong> tórax compatível com<br />

bronquiolite não complicada (hiperinsuflação ou infiltrado inters ticial).A me -<br />

diana <strong>de</strong> tempo até iniciar VNI foi <strong>de</strong> 24 horas (2-94), coinci <strong>de</strong>nte com agravamento<br />

clínico e radiológico: WD mediano <strong>de</strong> 9; 61,7% apresentou alterações<br />

radiográficas <strong>de</strong> novo, dos quais 47% apre sentaram atelectasia do lobo superior<br />

direito. A principal indicação foi SDR grave(41,2%), seguida <strong>de</strong> apneia(29,4%)<br />

e Insuficiência Respiratória Aguda hipercápnica(29,4%). Observou-se melhoria<br />

clínica nas primeiras 6 horas após o início <strong>de</strong> VNI, com diminuição da frequên -<br />

cia car día ca(163vs152;p=0,005), frequência respirató ria(65vs55;p=0,000),<br />

pCO2(53,0vs43,9;p=0,013) e pH(7,33vs7,39;p=0,001). Um total <strong>de</strong> 3 em 34<br />

pacientes necessitou <strong>de</strong> Ventilação Mecânica (VM). Conclusão: A VNI surge<br />

como um método <strong>de</strong> ventilação eficaz e seguro, cujas principais indicações são<br />

SDR grave, apneias e Insuficiência Respiratória Aguda hipercápnica. A sua utilização<br />

precoce associa-se a melhoria clínica e gasimétrica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras<br />

horas, evitando o recurso à VM.<br />

Palavras-chave: Bronquiolite aguda, nCPAP, VNI.<br />

CO17 - Pieira Recorrente no Lactente - Que Evolução?<br />

Cristiana Carvalho 1 ; Ana Cristina Brett 2 ; Maria Manuel Zarcos 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Sto André, EPE Leiria; 2- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra<br />

Introdução: A pieira recorrente no lactente é uma entida<strong>de</strong> clínica que se re -<br />

ve la complexa do ponto <strong>de</strong> vista da história natural e do prognóstico. Objectivos:<br />

Avaliar as crianças com pieira recorrente no 1º ano <strong>de</strong> vida e sua evo -<br />

lução. Material e Métodos: Estudo retrospectivo <strong>de</strong>scritivo com carácter<br />

explora tório, baseado nos processos clínicos das crianças seguidas na con sulta<br />

<strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>/Pneumologia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2002 por pieira recorrente (3 ou mais episódios<br />

em 6 meses) com inicio no 1º ano <strong>de</strong> vida. Analisado: sexo, ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> início<br />

dos sintomas, ida<strong>de</strong> na 1ª consulta, antece<strong>de</strong>ntes pessoais e fami liares,<br />

clínica, exa mes complementares e evolução. Tratamento estatístico em<br />

PASW® 18 (α=0,05). Resultados: Foram seguidas 97 crianças, 79% do sexo<br />

masculino. A média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> início dos sintomas foi 5,7M±2,6 e a média <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> na 1ª consulta foi 17,5M±9. À data da primeira consulta, 64% referiam<br />

1 ou mais crises/mês e em 62% as crises duravam &lt;1 semana. A gravida <strong>de</strong><br />

das crises justificou internamento em 53% <strong>de</strong>stas. As infecções respira tó rias<br />

agudas prece<strong>de</strong>ram a crise em 94% dos casos. Dos antece<strong>de</strong>ntes consta tou-se<br />

baixo peso ao nascer (BPN) em 13%, complicações respiratórias neonatais em<br />

6% e 54% fizeram aleitamento materno (≥4M). Frequentavam o infantário<br />

41% das crian ças na altura do inicio dos sintomas. Tinham antece<strong>de</strong>ntes fami -<br />

liares <strong>de</strong> atopia 79% das crianças e em 38% havia fuma dores no domicílio.<br />

Tinham diagnós tico <strong>de</strong> eczema 25% das crianças e em 2% <strong>de</strong> alergia às proteínas<br />

<strong>de</strong> vaca; em 3% havia má progressão pon<strong>de</strong>ral. Foi realizada investigação<br />

durante o segui mento em consulta em 61% dos casos (teste <strong>de</strong> suor, dosea -<br />

mento <strong>de</strong> imunoglobulinas, outros). Não foi <strong>de</strong>mons trada relação significativa<br />

entre o grupo <strong>de</strong> crianças que permanecem em consulta com ida<strong>de</strong> ≥3 anos<br />

(n=58) ou ≥6 anos (n=19) com as que tiveram alta com ida<strong>de</strong> inferior (&lt;3 e<br />

&lt;6 anos, respectivamente) em relação à frequência <strong>de</strong> crises no 1º ano <strong>de</strong><br />

vida, história pessoal <strong>de</strong> eczema, história familiar <strong>de</strong> atopia e a presença <strong>de</strong><br />

fumadores no domicílio. Em ambos os grupos, o BPN é factor <strong>de</strong> risco para<br />

evolução para pieira persistente (OR 3,5). Encon tram-se em seguimento 57<br />

crian ças, sendo o tempo médio <strong>de</strong> seguimento dos doentes com alta <strong>de</strong><br />

32M±24. Comentários: Nesta amostra o BPN asso-|ciou-se a pieira persistente.<br />

A maioria das crianças tem evolução favorável com alta antes dos 6 anos,<br />

sugerindo que a pieira recorrente do lactente é uma doença autolimitada.<br />

Palavras-chave: Pieira recorrente, lactente.<br />

CO18 - Ventilação Não Invasiva na insuficiência respiratória aguda, no<br />

contexto <strong>de</strong> amiotrofia espinhal: uma abordagem inovadora<br />

Inês Salva 1 ; Miguel Correia 1 ; Fátima Abreu 1 ; Ana Soudo 1 ; Joaquim Sequeira 1<br />

1- Hospital Dona Estefânia<br />

Introdução: a atrofia muscular espinhal é uma doença neuromuscular congénita<br />

autossómica recessiva, associada a <strong>de</strong>generação do primeiro neurónio<br />

motor e consequente atrofia muscular. Ocorre em 1 em 10 000 nascimentos e<br />

classifica-se classicamente em quatro gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> acordo com a ida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aparecimento dos sinais. Caracteriza-se clinicamente por fraqueza mus -<br />

cular progressiva nos membros, músculos respiratórios e músculos inervados<br />

pelos pares cranianos. O diagnóstico <strong>de</strong>finitivo é efectuado por estudo gené -<br />

tico e pela biópsia muscular. A <strong>de</strong>scompensação é geralmente causada por<br />

infecções respiratórias, constatando-se a importância crescente da ventilação<br />

não inva siva no tratamento sobretudo na compensação da insuficiência respiratória<br />

crónica. Os autores relatam a sua experiência na utilização <strong>de</strong> ventilação<br />

não invasiva também em situações <strong>de</strong> insuficiência respiratória aguda<br />

mesmo fora <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuidados Intensivos. Caso clínico: Uma criança<br />

do sexo feminino <strong>de</strong> 17 meses, com o diagnóstico <strong>de</strong> amiotrofia espinhal tipo<br />

I e uma crian ça do sexo masculino <strong>de</strong> 3 anos, com o diagnóstico <strong>de</strong> amiotrofia<br />

espinhal tipo II, internadas num contexto <strong>de</strong> insuficiência respiratória aguda<br />

por infecção respiratória baixa. A primeira criança apresentava uma pneumonia<br />

da base pulmonar direita associada, culminando em apneia e bradicárdia<br />

ao 4º dia <strong>de</strong> internamento; foi submetida a ventilação não invasiva binível,<br />

com melhoria progressiva. Actualmente apresenta necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ventilação<br />

não invasiva no período <strong>de</strong> sono e intermitente durante o dia. O segundo caso<br />

correspon<strong>de</strong>u a internamento por infecção respiratória baixa <strong>de</strong> etiologia viral<br />

em criança sem indicação prévia para apoio ventilatório; foi instituída ventilação<br />

não invasiva, com resolução gradual do quadro clínico, com normo -<br />

xémia e normocápnia ao 3º dia <strong>de</strong> internamento. Actualmente tem necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ventilação não invasiva apenas no período <strong>de</strong> sono. Conclusão: Este<br />

trabalho salienta a eficácia da ventilação não invasiva não apenas na melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos doentes com atrofia muscular espinhal, já rela -<br />

tado em outros trabalhos, mas também a sua utilização na <strong>de</strong>scompensação<br />

com insuficiência respiratória aguda, como alternativa à entubação oro-tra -<br />

queal, mesmo em crianças sem prévia adaptação <strong>de</strong> ventilação não invasiva<br />

no domicilio.<br />

Palavras-chave: Amiotrofia; espinhal; ventilação.<br />

Área Científica - Nefrologia<br />

CO19 - O <strong>de</strong>sempenho diagnóstico da procalcitonina na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

pielonefrite aguda – Estudo prospectivo<br />

Diana Moreira 1 ; Filipa Balona 1 ; Angelina Lameirão 2 ; Sandra Ramos 3 ;<br />

Eduarda Marques 1 ; Graça Ferreira 1 ; António Vilarinho 1<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> - Centro Hospitalar Vila Nova <strong>de</strong> Gaia / Espinho,<br />

EPE; 2- Serviço <strong>de</strong> Patologia Clínica - Centro Hospitalar Vila Nova <strong>de</strong> Gaia<br />

/ Espi nho, EPE; 3- Departamento <strong>de</strong> Matemática – LEMA/ISEP<br />

Introdução: A distinção entre pielonefrite aguda (PNA) e infecção do tracto<br />

urinário (ITU) sem envolvimento renal (ITUsR) é extremamente importante,<br />

já que a PNA po<strong>de</strong> requer tratamento e investigação mais agressivos.<br />

Objectivo: Avaliar o <strong>de</strong>sempenho diagnóstico da procalcitonina (PCT), proteína<br />

C reactiva (PCR), contagem total <strong>de</strong> leucócitos (CTL) e neutrófilos (N)<br />

na distinção entre PNA e ITUsR, em crianças com primeiro episódio <strong>de</strong> ITU<br />

febril. Material e Métodos: Estudo prospectivo analítico <strong>de</strong> 40 crianças<br />

(ida<strong>de</strong>:7 dias-36 meses), admitidas com diagnóstico inaugural <strong>de</strong> ITU febril,<br />

que realizaram nas primeiras 72 horas <strong>de</strong> antibioterapia, cintigrafia renal com<br />

99mTc-DMSA para avaliar envolvimento renal. Na comparação entre crian -<br />

ças com e sem PNA, a partir <strong>de</strong> variáveis clínico-analíticas categóricas e contínuas,<br />

foram usados testes do qui-quadrado/teste exacto e <strong>de</strong> Mann-Whitney,<br />

respectivamente. Para avaliar o po<strong>de</strong>r discriminativo dos marcadores PCT,<br />

PCR, CTL e N na i<strong>de</strong>ntificação da presença <strong>de</strong> PNA foram construídas curvas<br />

ROC. Consi<strong>de</strong>rou-se uma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erro tipo I (α) <strong>de</strong> 0.05. Resultados:<br />

No estudo, 15 (37.5%) crianças eram do sexo masculino e 95% apre -<br />

sen tavam tira teste urinária alterada. A mediana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> foi 6.5 (3.0-13.0)<br />

meses. Na admissão, a mediana do tempo <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong> febre foi 21.5<br />

(10.0-45.0) horas. A PNA foi diagnosticada em 26 (65%) crianças. Das variáveis<br />

analíticas estudadas, apenas a CTL não se revelou significativamente<br />

mais elevada no grupo <strong>de</strong> crianças com PNA. No grupo das crianças com e<br />

sem PNA, a mediana foi, respectivamente: 1.93 (0.97-3.18) vs 0.19<br />

(0.03-0.42) ng/ml para a PCT; 6.65 (4.56-12.64) vs 3.11 (1,23-7.14) mg/dl<br />

para a PCR, e 11400 (9540-16075) vs 8920 (5548-11928) para os N. A área<br />

abaixo da curva ROC (AUC) obtida foi: 0.962 (IC95%: 0.876-1.000) para a<br />

PCT; 0.783 (IC95%: 0.635-0.931) para a PCR; e 0.717 (IC95%: 0.551-0.884)<br />

para os N. O ponto <strong>de</strong> corte óptimo foi: 0.94 ng/ml (Sensibilida<strong>de</strong>: 76.9% e<br />

Especi fi ci da<strong>de</strong>: 92.9%) para a PCT e 5.17 mg/dl (Sensibilida<strong>de</strong>: 69,2% e<br />

Especifici da<strong>de</strong>: 71,4%) para a PCR. Conclusões: Este estudo evi<strong>de</strong>ncia a<br />

PCT como o marcador com maior capacida<strong>de</strong> discriminativa da presença <strong>de</strong><br />

S20

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