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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S46<br />

computador <strong>de</strong> uso pessoal. Durante o tempo <strong>de</strong> aulas, 7% não ace<strong>de</strong> a internet<br />

em casa; enquanto 11% dispen<strong>de</strong> duas ou mais horas «a navegar» (este<br />

valor aumenta para 43% durante as férias). Cerca <strong>de</strong> 62% costuma «navegar»<br />

à noite e 3% apenas durante o fim-<strong>de</strong>-semana. Os objectivos enume rados no<br />

uso da internet foram: visitas ao You Tube (99%), trabalho e pesquisas (96%),<br />

serviço <strong>de</strong> mensagens instantâneas (92%), acesso ao correio electrónico<br />

(89%) e jogos on-line (87%). Cerca <strong>de</strong> 82% referiu usar com frequência o<br />

MSN, 42% com um número <strong>de</strong> contactos igual ou superior a 100; e 25% afirma<br />

ter o contacto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecidos. Cerca <strong>de</strong> 11% publica dados pessoais online;<br />

39% já se encontrou ou conhece alguém que teve encontro com «amigos<br />

virtuais» e 11% já foi ou conhece alguém que tenha sido vítima <strong>de</strong> «ciber-<br />

bullying». Apenas 10% refere ter limitações no uso da internet, relacionadas<br />

com o limite <strong>de</strong> tráfego/gastos (46%) e <strong>de</strong> tempo (31%). A existência <strong>de</strong> controlo<br />

parental foi assumida por 12% dos adolescentes, sobretudo através da<br />

verificação dos conteúdos visitados (56%). Discussão: Os resultados do estudo<br />

apontam para as seguintes noções associadas ao uso da internet: facilida<strong>de</strong><br />

no acesso; tempo <strong>de</strong> «navegação» excessivo; comportamentos <strong>de</strong> risco (interacção<br />

com pessoas <strong>de</strong>sconhecidas, publicação <strong>de</strong> dados pessoais) e falta <strong>de</strong><br />

controlo por parte dos pais. Estes dados po<strong>de</strong>rão servir como alerta à comunida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> forma a fomentar uma utilização correcta <strong>de</strong>ste meio.<br />

Palavras-chave: Internet, Adolescentes, Comportamentos <strong>de</strong> risco, Prevenção.<br />

PAS58 - Cinco Anos <strong>de</strong> Consulta <strong>de</strong> Medicina do Adolescente do Hospital<br />

<strong>de</strong> Santo André, Leiria<br />

Ligia Paulos 1 ; Pascoal Moleiro 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Santo André, Leiria<br />

Introdução: A Adolescência é um processo complexo <strong>de</strong> maturação, sendo<br />

que a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidar do adolescente faz emergir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

criação <strong>de</strong> uma consulta específica e individualizada: a Consulta <strong>de</strong> Medicina<br />

do Adolescente (CMA) Objectivos: Caracterização do movimento assistencial<br />

da CMA do Hospital <strong>de</strong> Santo André <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação (2005). Classificação<br />

das patologias e a sua distribuição por sexo/ida<strong>de</strong>. Material e Métodos:<br />

Estudo retrospectivo <strong>de</strong>scritivo. Período <strong>de</strong> tempo: Maio/2005 a Junho/2010.<br />

Variáveis: sexo/ida<strong>de</strong> na 1ª consulta, nº <strong>de</strong> consultas, tempo <strong>de</strong> seguimento e<br />

referenciação. Classificação das patologias segundo a Classi ficação Inter nacio -<br />

nal <strong>de</strong> Doenças - 9. Tratamento estatístico: Excel for Win dows. Resultados:<br />

Foram observados 618 adolescentes (124 adolescen tes/ano), 58% do sexo<br />

femi nino, 2/3 entre os 14 e os 17 anos.Foram efectua das 4127 consultas (825<br />

consultas/ano), média <strong>de</strong> 1as consultas/ano <strong>de</strong> 15% do total. Os Cuidados <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Primários (CSP) referenciaram 20% dos casos. Tempo médio <strong>de</strong> seguimento<br />

<strong>de</strong> 15,4 meses com uma média <strong>de</strong> 4,4 consultas/doen te/ano. Apoio <strong>de</strong><br />

outras consultas em 37% dos casos: Dietética (58%) e Pedopsiquiatria (28%).<br />

O grupo das Doenças Mentais (44%) foi o mais representativo: Problemas<br />

Familiares/Sociais (PFS) (17%), Pertur ba ções do Humor (PH) (17%), Pertur -<br />

bação do Comportamento Alimentar (PCA) (8%). As Doenças Nutricio -<br />

nais/Me ta bólicas são o 2º grupo mais prevalente (40%) no qual a Obesi -<br />

da<strong>de</strong>/Excesso <strong>de</strong> Peso (OE) correspon<strong>de</strong> a 31% dos adolescentes. Os PFS, as<br />

PH e a PCA são responsáveis por meta<strong>de</strong> das patologias no sexo feminino. No<br />

sexo masculino a OE e os PFS estão presentes em 60% Discussão: Como<br />

noutras CMA, o sexo feminino é mais prevalente sendo que os PFS, as PH, a<br />

PCA e a OE assumem-se como as patologias dominantes nos adolescentes<br />

seguidos. O mesmo se verifica na distribuição por sexos, com predomínio dos<br />

PFS em ambos os sexos, sendo que no feminino dominam também as PH e no<br />

masculino a OE. Contra ria mente aos dados publicados, a faixa etária entre os<br />

14 e os 17 anos foi mais prevalente As alterações ginecológicas e pubertárias<br />

e as dificulda<strong>de</strong>s escolares são neste estudo menos significativas. Destaca-se a<br />

inversão numérica na referenciação pelos CSP, contrariando o recomendado<br />

pelas autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Conclusão: A avaliação da CMA durante estes 5<br />

anos <strong>de</strong>monstrou que o adolescente apresenta problemas específicos do seu<br />

grupo etário tornando essencial a criação da CMA.<br />

Palavras-chave: Adolescência, Consulta <strong>de</strong> Medicina do Adolescente<br />

Área Científica - <strong>Pediatria</strong> Ambulatória<br />

PAS59 - Controlo parental e disciplina na infância e adolescência: retrato<br />

<strong>de</strong> uma população<br />

Filipa Neiva 1 ; Miguel Costa 1 ; Aparício Braga 2<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Braga, Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>; 2- Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Braga U.S.<br />

Infias; ARS Norte<br />

Introdução:Certas práticas parentais durante o final da infância(5-10 anos) e<br />

adolescência po<strong>de</strong>m ter um efeito duradouro na saú<strong>de</strong> da criança. Muitos estudos<br />

já <strong>de</strong>monstraram relação entre controlo parental <strong>de</strong>ficitário e agressi -<br />

vida<strong>de</strong>, aci<strong>de</strong>ntes, comportamentos <strong>de</strong> risco. Objectivo: Caracterizar o tipo <strong>de</strong><br />

monitorização exercido pelos pais tendo em conta a ida<strong>de</strong> dos indivíduos.<br />

Comparar o tipo <strong>de</strong> controlo em 2 faixas etárias, comparar a percepção<br />

pais/filhos.Mét:Inquéritos realizados entre 11-12/2009 em 2centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

da ARS Norte. Três grupos: crianças com ida<strong>de</strong> &lt;= 10 anos - grupo A(GA),<br />

ida<strong>de</strong> &gt;10 anos, B(GB), pais- C(GC). Análise com SPSS 17.0.Resultados:<br />

Efectuados 64 inquéritos: 17GA-12 /5 , 18GB-8 /10 , 29GC-27 /2 .<br />

Ida<strong>de</strong> média(MED) GA 13,5(+2,06)anos, GB 8,9(+0,99)anos, GC<br />

37,79(+6,14)anos. Em 94,1%GA/72,2%GB (p=0,117) os pais sabem a que<br />

horas os filhos saem da escola, 82,4%GA/83,3%GB(p=0,547) os pais sabem<br />

sempre on<strong>de</strong> eles estão e 70,6%GA/38,9%GB (p=0,015) não costumam andar<br />

sozinhos na rua. No GC todos referiam saber a que horas os filhos saiam da<br />

escola, 89,7% sabiam sempre on<strong>de</strong> o filho está. No GA 41,2% pais conhecem<br />

todos os seus amigos, no GB33,3% referem ter alguns amigos com quem os<br />

pais não gostam que saiam. No GB44,4% costumam sair à noite (22,2% raramente)<strong>de</strong>stes<br />

27,8%tem sempre horas para chegar a casa, apenas 33,3%costumam<br />

cumprir horários. Em MED vêem 2,00(+1,38)h GA/2,88(+1,41)h GB <strong>de</strong><br />

TV por dia, 88,2%GA/66,7%GB(p=0,274) acompanhados pelos pais e<br />

1GA/3GB costumam ver programas que não são para a sua ida<strong>de</strong>. No GC<br />

93,1% referem ver TV com os seus filhos. Em MED navegam 2,06(+3,34)h<br />

GA/6,24(+5,37)h GB na internet por semana, 58,8%GA/16,7%GB(p=0,006)<br />

estão proibidos <strong>de</strong> visitar alguns sites. No GC 58,6%controla os sites que o<br />

filho visita. 70,6% GA/16,7% GB (p=0,004)costumam contar sempre aos pais<br />

o que vão fazer no dia seguinte, no GC 50,1%referem que tal informação lhes<br />

é facultada pelos filhos.Conclusão:Diferenças estatisticamente significativas<br />

entre o tipo <strong>de</strong> controlo exercido pelos pais nos 2grupos etários, nomeadamente,<br />

em relação localização dos filhos e no controlo dos sites visitados na<br />

internet. Na maioria os resultados foram sobreponíveis entre os 2grupos.O<br />

tipo <strong>de</strong> monitorização <strong>de</strong>ve ser alterado com a ida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo ser fonte <strong>de</strong><br />

conflitos, instabilida<strong>de</strong> e insegurança para o jovem. Alguma monitorização é<br />

pru<strong>de</strong>nte e necessária. Deve fazer parte da consulta <strong>de</strong> rotina dos jovens, uma<br />

tentativa <strong>de</strong> compreensão e intervenção em relação a esta temática.<br />

Palavras-chave: Controlo parental, monitoraização.<br />

PAS60 - Obesida<strong>de</strong> infantil - avaliação e intervenção multidisciplinar<br />

Patrícia Mação 1 ; Daniela Alves 1 ; Carlos Rodrigues 1<br />

1- Centro Hospitalar Cova da Beira<br />

Introdução: Os programas multidisciplinares <strong>de</strong> prevenção e i<strong>de</strong>ntificação<br />

precoce da obesida<strong>de</strong> são fundamentais. Objectivos: Caracterizar as crianças<br />

com excesso <strong>de</strong> peso que participaram, no ano lectivo 2009-2010, num projecto<br />

multidisciplinar (médicos, nutricionistas, professores e pais) contra a<br />

obesida<strong>de</strong>. Material e Métodos: Estudo <strong>de</strong>scritivo longitudinal, <strong>de</strong> crianças<br />

integradas num programa multidisciplinar para redução da obesida<strong>de</strong>. Numa<br />

fase inicial, foram avaliadas pelos professores as crianças <strong>de</strong> seis escolas da<br />

região da Cova da Beira a frequentar o 6º ano <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>. Numa segunda<br />

fase, convocaram-se todas as crianças com IMC ≥P85. Nas crianças que<br />

compareceram à consulta foram avaliados parâmetros antropométricos e<br />

labo ratoriais. Foi ainda aplicado um inquérito aos pais (incluindo percepção<br />

da imagem corporal dos seus filhos). A intervenção consistiu em tentar corrigir<br />

os erros alimentares e incentivar a activida<strong>de</strong> física regular. Um a seis<br />

meses <strong>de</strong>pois as crianças foram reavaliadas. Resultados: Das 588 crianças<br />

avaliadas inicialmente, 190 foram convocadas por apresentarem um IMC<br />

≥P85, e <strong>de</strong>stas compareceram 43 (23 %). Dezoito crianças (42 %) tinham<br />

IMC ≥P95. A mediana das ida<strong>de</strong>s foi <strong>de</strong> 11,8 anos (mín. 11 anos, máx. 14<br />

anos), sendo 24 (56 %) rapazes e 19 (44 %) raparigas. Em média a percen -<br />

tagem <strong>de</strong> massa gorda foi 27.9 % no sexo masculino e 31.1 % no sexo feminino.<br />

A circunferência abdominal foi superior ao P90 em 17 crianças, das<br />

quais 82 % eram obesas. Três crianças apresentaram valores <strong>de</strong> pressão arterial<br />

(PA) acima do P95 em mais que uma ocasião, e <strong>de</strong>ssas apenas uma com<br />

valores <strong>de</strong> PA diastólica &gt;P95. Foram avaliadas laboratorialmente 36<br />

crian ças. Apresentavam alterações do perfil lipídico sete (2 - colesterol total<br />

≥ P95, 2 - LDL ≥ P95, 3 - HDL &lt; P5 e 2 TG ≥ P95) e oito tinham critérios<br />

<strong>de</strong> insulino-resistência. Verificou-se que cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> dos pais (51 %)<br />

subestima o peso dos seus filhos. Foram reavaliadas 33 crianças, sendo que<br />

mais <strong>de</strong> 90 % conseguiram diminuir o IMC. Comentários: Tal como noutros<br />

estudos, a circunferência abdominal parece estar directamente relacionada<br />

com o grau <strong>de</strong> obesida<strong>de</strong>. A melhoria dos valores <strong>de</strong> IMC nas crianças que<br />

a<strong>de</strong>riram ao programa e foram reavaliadas, reforça a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter<br />

intervenções multidisciplinares no combate à obesida<strong>de</strong>. A percepção errada,<br />

S46

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