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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S103<br />

PD150 - Apendicite aguda em ida<strong>de</strong> pediátrica - experiência da urgência<br />

<strong>de</strong> um hospital central<br />

Joana Jardim 1 ; Elsa Silva 2 ; Pedro Leão 2 ; António Mesquita-Rodrigues 3 ;<br />

Henedina Antunes 4<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital <strong>de</strong> Braga; 2- Interna <strong>de</strong> Cirurgia, Hospital <strong>de</strong><br />

Braga ; 3- Director <strong>de</strong> Serviço <strong>de</strong> Cirurgia, Hospital <strong>de</strong> Braga; 4- Serviço <strong>de</strong><br />

<strong>Pediatria</strong>, Hospital <strong>de</strong> Braga;Instituto <strong>de</strong> Ciências da Vida e da Saú<strong>de</strong>, Escola<br />

<strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong>, Universida<strong>de</strong> do Minho<br />

Introdução: A apendicite aguda (AA) é a causa mais frequente <strong>de</strong> abdómen<br />

agudo em crianças e adolescentes, sendo responsável por 1-8% das admissões<br />

por dor abdominal no serviço <strong>de</strong> urgência.Um diagnóstico correcto constitui<br />

um <strong>de</strong>safio na população pediátrica.As apendicectomias não terapêuticas por<br />

suspeita <strong>de</strong> AA são relatadas em 4-24% dos casos. Objectivo: Estudo das<br />

variá veis diagnósticas em crianças e adolescentes admitidos no Hospital <strong>de</strong><br />

Braga com clínica compatível com AA e submetidas a apendicectomia.<br />

Mate rial e Métodos: Estudo retrospectivo através da consulta <strong>de</strong> processos<br />

clínicos <strong>de</strong> doentes submetidos a apendicectomia, entre Janeiro <strong>de</strong> 2007 e<br />

Dezembro <strong>de</strong> 2009, com ida<strong>de</strong> inferior a 18 anos.Foram avaliados dados epi<strong>de</strong>miológicos,<br />

apresentação clínica, exames auxiliares <strong>de</strong> diagnóstico (EAD),<br />

histologia, complicações e antibioticoterapia.Análise estatística através das<br />

curvas ROC (sensibilida<strong>de</strong>/especificida<strong>de</strong>) e regressão logística <strong>de</strong> Cox.<br />

Resultados: Foram submetidos a apendicectomia 232 doentes,59% do sexo<br />

masculino, ida<strong>de</strong> média 10,5 anos±3,4 anos.Apresentavam vómitos 58% dos<br />

doentes (odds ratio OR:9,858;p=0.002),34% Blumberg positivo<br />

(OR:3,606;p=0,031), 26% febre (Tºaxilar&gt;37,5º),19% anorexia, 13% dor<br />

à palpação da fossa ilíaca direita. O estudo analítico em 81%.Dos 188 doentes<br />

com hemograma: 84% apresentavam leucocitose&gt;10000/uL; das 141 PCR<br />

realizadas:71,1% encontravam-se elevadas. Ecografia abdominal foi efec -<br />

tuada em 37 doentes e foi diagnóstica em 86%, 2 falsos negativos.A análise<br />

das curvas <strong>de</strong> ROC(sensibilida<strong>de</strong>/especificida<strong>de</strong>) para os sinais e sintomas e<br />

para os exames auxiliares <strong>de</strong> diagnóstico não mostraram correlação com o<br />

diagnóstico <strong>de</strong> AA. A apendicectomia revelou AA perfurada em 6% dos<br />

doentes e apêndice sem alterações em 9,9% e as restantes supuradas. O tempo<br />

médio <strong>de</strong> internamento foi <strong>de</strong> 3,2 dias. Ocorreram re-internamentos em 3,4%<br />

dos casos por abcesso intra-abdominal (88%) ou da pare<strong>de</strong> abdominal, necessitando<br />

<strong>de</strong> re-intervenção em 2 doentes. Não houve diferença significativa<br />

entre a histologia e o tempo do diagnóstico à intervenção cirúrgica. Conclusão:<br />

A melhor correlação diagnóstica permanece clínica. Todas as AA foram<br />

supuradas ou perfuradas e a percentagem <strong>de</strong> laparotomias brancas não foi<br />

mais elevada que a maioria das séries pelo que, os EAD que gastam recursos<br />

e aumentam o tempo antes da intervenção com risco <strong>de</strong> complicações não se<br />

mostraram mais discriminadores, estando igualmente alterados nas laparo -<br />

tomias brancas e AA.<br />

Palavras-chave: Apendicite aguda, crianças, adolescentes, vómitos.<br />

PD151 - Hábitos intestinais e cólicas nos lactentes até aos 6 meses<br />

Arnaldo Cerqueira 1 ; Nicole Silva 2 ; Antonieta Dias 3<br />

1- Centro <strong>de</strong> Sau<strong>de</strong> Braga, Caranda; 2- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do Hospital <strong>de</strong><br />

Braga; 3- Centro <strong>de</strong> Sau<strong>de</strong> Braga<br />

Introdução: As cólicas têm sido <strong>de</strong>scritas utilizando a “regra dos 3”: choro,<br />

pelo menos, três horas por dia, pelo menos três dias por semana e num perío -<br />

do <strong>de</strong> 3 semanas. O diagnóstico po<strong>de</strong> ser difícil pois uma criança normal<br />

po<strong>de</strong> chorar mais <strong>de</strong> duas horas por dia. Aparecimento nas primeiras sema -<br />

nas <strong>de</strong> vida e geralmente com resolução espontânea por volta dos 4-6 meses.<br />

A prevalência estimada <strong>de</strong> 5-25%, sendo uma causa frequente <strong>de</strong> preo -<br />

cupação na consulta <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> infantil. A evidência disponível sugere que a<br />

cólica infantil po<strong>de</strong> ter várias causas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. As hipóteses médicas<br />

incluem hipersensibilida<strong>de</strong> ou alergia alimentar, a imaturida<strong>de</strong> da função<br />

intestinal e dismotilida<strong>de</strong>, e as hipóteses comportamentais incluem interação<br />

materno-in fantil insuficiente, a ansieda<strong>de</strong> da mãe e do temperamento da<br />

crian ça difícil. Em um pequeno subconjunto <strong>de</strong> crianças com comporta -<br />

mento colicky, uma doença médica específica. Objectivo: Caracterizar uma<br />

amostra <strong>de</strong> recém-nascidos e lactentes com cólicas seguidos na consulta <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Infantil num Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Braga. Métodos: Estudo transversal<br />

<strong>de</strong> 88 recém-nascidos e lac tentes com cólicas. Recolhidos dados socio<strong>de</strong>mográficos<br />

e clínicos, e informações acerca das atitu<strong>de</strong>s dos cuidadores<br />

peran te a cólica, através <strong>de</strong> um questionário composto por 40 itens. Utilizado<br />

programa estatístico SPSS 16.0. Os dados <strong>de</strong>scritos como média (±<strong>de</strong>svio<br />

padrão), tendo sido consi<strong>de</strong>rada significância estatística <strong>de</strong> 95% (p&lt;0,05).<br />

Resultados: 55% do sexo femi nino e 90% <strong>de</strong> raça caucasiana. Média <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>s: 2,5 meses±1 18% <strong>de</strong> pais licen ciados. 64% faziam leite materno,<br />

27% leite adaptado e 9% alimen ta ção diversificada. Relativamente aos<br />

hábitos intestinais: média <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong>jec ções/dia±1 , 10% <strong>de</strong> <strong>de</strong>jecções duras.<br />

60% das mães reconheciam a presença <strong>de</strong> cólica pelo choro. Média <strong>de</strong><br />

choro/dia: 2h 50% das mães já tinham recorrido ao médico assistente por<br />

cólicas. No tratamento da cólica: 70% das mães usavam medicamentos e<br />

40% aplicavam massagem. Conclusões: Os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<br />

oferecer apoio, confiança e empatia para o cuidador, e adoptar uma abordagem<br />

biopsicossocial para as crianças e suas famílias, consi<strong>de</strong>rando todas<br />

as doenças médica subjacente, além <strong>de</strong> analisar a unida<strong>de</strong> familiar. O tratamento<br />

da cólica infantil varia entre os médicos e as famílias muitas vezes são<br />

frustradas pela incapacida<strong>de</strong> da prescrição <strong>de</strong> uma cura para a cólica.<br />

Palavras-chave: Colicas, habitos intestinais, tratamento.<br />

PD152 - Obstipação na criança – experiência <strong>de</strong> uma consulta <strong>de</strong> Cuida -<br />

dos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Primários<br />

Paula Marques Neto 1 ; Cristina Pereira 1 ; Lívia Fernan<strong>de</strong>s 1<br />

1- Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> S. Martinho do Bispo – Coimbra<br />

Introdução: a obstipação é uma situação frequente na pediatria, po<strong>de</strong>ndo<br />

atingir 5-10% das queixas que motivam consultas em cuidados primários e<br />

até 25% dos doentes enviados às consultas Gastrenterologia Pediátrica.<br />

Define-se por frequência <strong>de</strong> <strong>de</strong>jecções inferior a 3 por semana ou por fezes <strong>de</strong><br />

consistência dura, dor à <strong>de</strong>fecação ou retenção <strong>de</strong> fezes, mesmo que a frequência<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>jecções seja normal. Após o período neonatal 90-95% das obstipações<br />

são funcionais. Objectivos: caracterizar uma população pediátrica<br />

quanto à existência <strong>de</strong> obstipação e sua relação com factores dietéticos,<br />

genéticos ou educacionais, bem como analisar suas características clínicas,<br />

evolução, investigação e abordagem terapêutica. Material e métodos: estudo<br />

<strong>de</strong>scritivo prospectivo, através da aplicação <strong>de</strong> um inquérito aos pais <strong>de</strong><br />

crianças observadas numa consulta <strong>de</strong> rotina em Cuidados <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Primários, e escolhidos <strong>de</strong> forma aleatória. A análise estatística foi efectuada<br />

usando SPSS® (v17.0) (p&lt;0,001). Resultados: foram aplicados 146<br />

inqué ritos. A ida<strong>de</strong> das crianças variou entre os 4 meses e os 14 anos. Cerca<br />

<strong>de</strong> um quarto (24%) dos pais inquiridos referiu que a sua criança era obsti -<br />

pada (n=35). A mediana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sta amostra foi <strong>de</strong> 7 anos, sendo 60% dos<br />

sexo feminino. O início da sintomatologia variou entre o período neonatal<br />

(26%), introdução do leite adaptado (26%), diversificação alimentar (20%) e<br />

ida<strong>de</strong> escolar (17%). Cerca <strong>de</strong> 80% referiam <strong>de</strong>jecções duras ou tipo cíbalas.<br />

Meta<strong>de</strong> das crianças apresentava atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> retenção, sendo esta variável<br />

estatisticamente significativa (p&lt;0,001), e referiu consumo reduzido <strong>de</strong><br />

água. Foram testadas outras variáveis (antece<strong>de</strong>ntes familiares, consumo <strong>de</strong><br />

fibras, exercício físico, uso do WC escolar) mas sem diferença significativa<br />

em relação à amostra <strong>de</strong> crianças não obstipadas. A maioria das crianças<br />

(71%) necessitou <strong>de</strong> observação médica, particularmente por pediatra (84%),<br />

sendo que 69% recebeu tratamento (dieta, fármacos e medidas educacionais).<br />

Apenas uma criança realizou exames auxiliares <strong>de</strong> diagnóstico para esclare -<br />

cimento etiológico. A maioria das crianças (68%) já não estava medicada na<br />

altura do inquérito. Comentários: No nosso estudo 1 /4 das crianças eram<br />

obstipadas. Meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas apresentavam atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> retenção, sendo esta<br />

variá vel estatisticamente significativa. Na maioria dos casos a causa é funcional<br />

não necessitando <strong>de</strong> exames complementares, assentando o trata mento<br />

em medidas dietéticas, farmacológicas e educacionais.<br />

Palavras-chave: Obstipação, pediatria, atitu<strong>de</strong>s retenção.<br />

PD153 - Quando uma pequena moeda po<strong>de</strong> valer muito...<br />

Olinda Carvalho 1 ; Miguel Salgado 1 ; Luís Lopes 1 ; Helena Ramalho 1<br />

1- Unida<strong>de</strong> Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Alto Minho - Viana do Castelo<br />

A ingestão <strong>de</strong> corpos estranhos é uma situação frequente que atinge sobre tudo<br />

crianças até aos 3 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A moeda é <strong>de</strong> longe o corpo estranho mais<br />

vezes encontrado. Quando esta atinge o estômago, a sua eliminação é maio -<br />

ritariamente espontânea, daí ser adoptada e aconselhada uma atitu<strong>de</strong> expectante.<br />

Os autores apresentam o caso clínico <strong>de</strong> uma criança <strong>de</strong> 3 anos que é<br />

levada ao Serviço <strong>de</strong> Urgência após ingestão <strong>de</strong> uma moeda <strong>de</strong> 5 cêntimos<br />

testemunhada pela mãe. Não apresentava disfagia, sialorreia ou sintomas respiratórios.<br />

A radiografia abdominal simples revelou a presença <strong>de</strong> objecto circular<br />

radiopaco localizado na cavida<strong>de</strong> gástrica. Foi realizada radiografia <strong>de</strong><br />

controlo oito dias mais tar<strong>de</strong>, na qual a moeda apresentava localização sobreponível.<br />

Foi efectuada endoscopia digestiva alta, tendo-se <strong>de</strong>tectado o refe -<br />

rido corpo estranho na gran<strong>de</strong> curvatura do corpo gástrico. No local on<strong>de</strong> se<br />

encontrava constatou-se uma úlcera <strong>de</strong> pressão profunda, embora com integrida<strong>de</strong><br />

da pare<strong>de</strong>. Com a apresentação <strong>de</strong>ste caso clínico os autores pre -<br />

S103

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