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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S83<br />

Tendo em conta a evidência histológica <strong>de</strong> doença localizada, a ausência <strong>de</strong><br />

achados imagiológicos sugestivos <strong>de</strong> disseminação e a progressiva diminuição<br />

dos valores <strong>de</strong> AFP após a cirurgia, consi<strong>de</strong>ramos tratar-se <strong>de</strong> um tumor no<br />

estadio I. Não existe assim indicação para quimioterapia adjuvante, sendo<br />

necessária vigilância clínica, imagiológica e do valor <strong>de</strong> AFP perio dicamente.<br />

Apesar do bom prognóstico <strong>de</strong>sta neoplasia, o risco <strong>de</strong> recorrência é <strong>de</strong> 20%.<br />

Palavras-chave: Tumor, testículo, saco vitelino.<br />

PD79 - Linfoma <strong>de</strong> Burkitt íleocecal e apendicite aguda: uma associação<br />

rara<br />

Pierre Gonçalves 1 ; Henedina Antunes 2 ; Íris Maia 3 ; Susana Carvalho 1<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do Hospital <strong>de</strong> Braga; 2- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hos -<br />

pital <strong>de</strong> Braga, Instituto <strong>de</strong> Ciências da Vida e da Saú<strong>de</strong>, Escola <strong>de</strong> Ciências<br />

da Saú<strong>de</strong>, Universida<strong>de</strong> do Minho; 3- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do Instituto<br />

Português <strong>de</strong> Oncologia do Porto Francisco Gentil, EPE<br />

Introdução: O linfoma <strong>de</strong> Burkitt (LB) é um tumor <strong>de</strong> células B e está associado<br />

em 80% dos casos à translocação t(8,14). Existem duas formas: a endé -<br />

mica, associada em 95% dos casos a infecção por vírus Epstein Barr (frequente<br />

em África) e a esporádica (mais frequente em Portugal). A forma<br />

esporádica atinge o abdómen, medula óssea e membranas serosas. Mais frequente<br />

entre os 5-15 anos e no sexo masculino (3-4 :1 ), e apresenta-se<br />

como massas abdominais, frequentemente associados a dor abdominal,<br />

náuseas e obstrução intestinal. O LB manifesta-se frequentemente como<br />

invaginação em crianças, sendo a associação com apendicite aguda (AA)<br />

rara. Os autores <strong>de</strong>screvem uma forma, incomum, <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> LB<br />

como AA. Descrição do caso: Adolescente, , 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e sem<br />

antece<strong>de</strong>ntes clínico-patológicos <strong>de</strong> relevo, observado no serviço <strong>de</strong> urgência<br />

do Hospital <strong>de</strong> Braga por dor abdominal periumbilical e fossa ilíaca direita<br />

(FID), anorexia e febre, com 6 dias <strong>de</strong> evolução. Ao exame físico tinha febre<br />

e apresentava abdómen mole e <strong>de</strong>pressível, sem massas palpáveis, mas<br />

doloroso à palpação na região do hipogastro e FID. Analiticamente com<br />

11500/uL leucócitos, 79,9% neutrófilos e PCR 172,1 mg/L. A ecografia<br />

abdominal revelou alterações compatíveis com AA com abcesso peri-apendi -<br />

cular. Proce<strong>de</strong>u-se a laparotomia com realização <strong>de</strong> apendicectomia, tendo-se<br />

verificado, peri-operatoriamente, tratar-se <strong>de</strong> AA supurada com abcesso pél -<br />

vico. O pós-operatório <strong>de</strong>correu sem intercorrências, tendo alta ao 3º dia pós<br />

cirurgia completando 7 dias <strong>de</strong> antibioticoterapia. O resultado anatomo-pa to -<br />

lógico da peça operatória revelou AA e LB íleocecal, tendo sido orientado<br />

para o Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do IPO-Porto. Confirmado o diagnóstico histo -<br />

lógico e <strong>de</strong>tectada translocação envolvendo o gene MYC localizado em 8q24.<br />

Efectuado o diagnóstico <strong>de</strong> LB abdominopélvico, sem atingimento medular,<br />

nem do SNC. Cumpriu tratamento <strong>de</strong> quimioterapia, <strong>de</strong> acordo com o protocolo<br />

LMB 2001- grupo B, e os exames <strong>de</strong> reavaliação no final <strong>de</strong> tratamento<br />

não tinham evidência <strong>de</strong> doença linfomatosa. Discussão: Este caso clínico<br />

<strong>de</strong>monstra a importância da realização do exame histológico a todos os<br />

apêndices excisados. Neste caso a histologia revelou presença <strong>de</strong> um LB ileocecal.<br />

O tratamento cirúrgico não é consensual, no entanto a excisão precoce<br />

e o consequente diagnóstico, associado a quimioterapia é frequentemente<br />

asso ciado a prognóstico favorável, estimando-se nos casos <strong>de</strong> doença locali -<br />

zada a sobrevivência <strong>de</strong> 90%.<br />

Palavras-chave: Apendicite aguda; Linfoma <strong>de</strong> Burkitt; Protocolo LMB.<br />

PD80 - Tumores do Sistema Nervoso Central – a experiência <strong>de</strong> 10 anos.<br />

Hugo Cavaco 1 ; Ana Cristina Aveiro 2 ; Ana Paula Ornelas 2 ; Sofia Nunes 3 ;<br />

Duarte Salgado 4 ; Gil Bebiano 5 ; Maria João Teixeira 2<br />

1- Hospital Central do Funchal; 2- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital Central do<br />

Fun chal; 3- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do Instituto Português <strong>de</strong> Oncologia <strong>de</strong> Lis -<br />

boa; 4- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do Instituto <strong>de</strong> Oncologia <strong>de</strong> Lisboa; 5- Serviço<br />

<strong>de</strong> Neurocirurgia do Hospital Central do Funchal<br />

Introdução: Os tumores primários do Sistema Nervoso Central (SNC) cons -<br />

tituem a principal causa <strong>de</strong> morte por doença na população pediátrica, sendo o<br />

segundo grupo <strong>de</strong> tumores mais frequente e o principal tumor <strong>de</strong> órgãos sólidos.<br />

Os avanços terapeuticos (cirurgia, quimioterapia e radioterapia) permitiram<br />

uma melhoria das taxas <strong>de</strong> sobrevida, verificando-se contudo uma elevada<br />

morbilida<strong>de</strong>/mortalida<strong>de</strong> associada especialmente aos tumores malig nos.<br />

Métodos: Estudo <strong>de</strong>scritivo retrospectivo longitudinal, com revi são dos casos<br />

clínicos <strong>de</strong> tumores do SNC diagnosticados entre Junho <strong>de</strong> 2000 e Julho <strong>de</strong><br />

2010, através da colheita <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>mográficos, clínicos, imagiológicos e<br />

cirúrgicos dos processos clínicos. Foram incluídas crianças com menos <strong>de</strong> 15<br />

anos ao diagnóstico, seguidos na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hemato-On co logia Pediátrica e<br />

Serviço <strong>de</strong> Neurocirurgia do Hospital Central do Fun chal, e Serviço <strong>de</strong> Pedia -<br />

tria do Instituto Português <strong>de</strong> Oncologia <strong>de</strong> Lisboa. Resultados: Foram anali -<br />

sados 20 casos <strong>de</strong> tumores do SNC, 55% do sexo feminino, com ida<strong>de</strong>s ao<br />

diagnóstico compreendidas entre 1 mês e 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (mediana: 8A; 45%<br />

entre os 10-14A). O diagnóstico foi feito em média 118 dias após o início dos<br />

sintomas, sendo os mais frequentes cefaleias (60%), ataxia/alterações da marcha<br />

(40%), náuseas/vómitos (35%), movimentos oculares anómalos (35%),<br />

alterações do tónus muscular (25%) e emagrecimento (20%). O astrocitoma<br />

foi o subtipo histológico mais frequente (45% dos casos), seguido do meduloblastoma<br />

(15%) e glioma (15%), consi<strong>de</strong>rando que em 20% dos casos não<br />

foi possível realizar biópsia. Imagiolo gicamente 55% dos casos foram supratentoriais.<br />

I<strong>de</strong>ntificou-se um factor genético em 3 casos (Neurofibromatose<br />

tipo 1). Relativamente aos doentes submetidos a exérese total do tumor, ne -<br />

nhum necessitou <strong>de</strong> terapêutica adjuvante ou sofreu recidiva. A taxa <strong>de</strong> sobrevida<br />

foi <strong>de</strong> 70% e os 4 casos que ficaram com sequelas apresentavam subtipos<br />

histológicos mais agressivos. Conclusões: Os tumores do SNC representam<br />

26% dos tumores infantis diagnosticados nos últimos 10 anos na R.A.M. e<br />

25% dos casos foram diagnosticados nos últimos 6 meses. Verificou-se uma<br />

discreta predominância do sexo feminino, com 45% dos casos com ida<strong>de</strong> compreendida<br />

entre os 10 e os 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A exérese total do tumor, quando<br />

possível, <strong>de</strong>monstrou óptimos resultados. Meta<strong>de</strong> dos doentes encontram-se<br />

livres <strong>de</strong> doença, sendo que 83% dos casos fatais apresentavam subtipos histo -<br />

lógicos malignos mais agressivos.<br />

Palavras-chave: Tumor do sistema nervoso central; R.A.M.<br />

PD81 - Doença oncológica pediátrica – casuística <strong>de</strong> um hospital geral<br />

Patrícia Mação 1 ; Sandra Mesquita 1 ; Manuel João Brito 2 ; Carlos Rodrigues 1<br />

1- Centro Hospitalar Cova da Beira; 2- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra<br />

Introdução: As doenças neoplásicas são a principal causa <strong>de</strong> morte, não<br />

aci<strong>de</strong>n tal, em crianças após o primeiro ano <strong>de</strong> vida. Se a referenciação para<br />

Uni da<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oncologia Pediátrica permite rentabilizar recursos e acumular<br />

expe riência profissional, também o diagnóstico precoce e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

efectuar parte do tratamento no hospital da área <strong>de</strong> residência são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

benefício para a criança e família. Objectivos: Caracterizar as crianças com<br />

doença oncológica provenientes <strong>de</strong> um Hospital Distrital da Região Centro e<br />

orientadas para Serviços <strong>de</strong> Referência em Oncologia Pediátrica. Métodos:<br />

Estudo retrospectivo <strong>de</strong>scritivo, com análise dos processos clínicos <strong>de</strong> crian -<br />

ças com doença oncológica diagnosticada entre Janeiro <strong>de</strong> 1990 e Dezembro<br />

<strong>de</strong> 2009. Analisaram-se características <strong>de</strong>mográficas, tipo <strong>de</strong> neoplasia, abordagem<br />

terapêutica e evolução. Resultados: Durante o período consi<strong>de</strong>rado<br />

foram diagnosticadas 49 crianças com doença oncológica correspon<strong>de</strong>ndo a<br />

uma média <strong>de</strong> 2,5 casos/ano, com um máximo <strong>de</strong> seis casos em 2009.<br />

Verificou-se um predomínio do sexo masculino (59%). A mediana da ida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> diagnóstico foi 5 anos (mín. 6 meses, máx. 13 anos), com maior incidência<br />

entre 1 e 9 anos (73%). Relativamente ao tipo <strong>de</strong> tumor, as leucemias<br />

foram o mais frequente (27%), seguido pelos sarcomas <strong>de</strong> tecidos moles<br />

(20%), linfomas e tumores do SNC (16 % cada). No grupo dos sarcomas <strong>de</strong><br />

tecidos moles incluem-se 3 rabdomiossarcomas, 2 blastomas pleuropulmo -<br />

nares, 2 angiofibroblastomas, 1 lipoblastoma e 1 sarcoma gástrico. As leuce -<br />

mias foram o diagnóstico mais frequente no grupo <strong>de</strong> 1 a 9 anos. Os sarcomas<br />

<strong>de</strong> tecidos moles foram mais frequentes no grupo <strong>de</strong> 1-4 anos. Dos 8<br />

casos <strong>de</strong> tumores do SNC, 50% ocorreram entre os 5 e 9 anos. Na maioria das<br />

crianças a abordagem terapêutica inicial incluiu quimioterapia, com ou sem<br />

cirurgia. A taxa <strong>de</strong> sobrevivência global aos 5 anos foi <strong>de</strong> 71 %. Faleceram 11<br />

crianças e 3 fazem actualmente quimioterapia em regime <strong>de</strong> Hospital <strong>de</strong> Dia<br />

na área <strong>de</strong> residência. Comentários: Tal como em outras séries as leucemias<br />

foram o diagnóstico mais frequente. Destaca-se na nossa casuística o diagnóstico<br />

<strong>de</strong> tumores raros, nomeadamente sarcomas <strong>de</strong> malignida<strong>de</strong> intermédia<br />

e blastoma pleuropulmonar que fazem aumentar a percentagem dos sarco -<br />

mas, habitualmente <strong>de</strong> menor expressão noutras séries. A sobrevivência aos 5<br />

anos na nossa casuística é sobreponível aos dados nacionais.<br />

Palavras-chave: Oncologia pediátrica, casuística, hospital geral.<br />

PD82 - Blastoma pleuropulmonar - uma entida<strong>de</strong> a não esquecer<br />

Patrícia Mação 1 ; Arminda Jorge 1 ; Maria José Noruegas 2 ; Fátima Heitor 3<br />

1- Centro Hospitalar Cova da Beira; 2- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra;<br />

3- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra<br />

Introdução: O blastoma pleuropulmonar é uma patologia muito rara, corres -<br />

pon<strong>de</strong>ndo a menos <strong>de</strong> 1% das neoplasias em crianças. Po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se<br />

a partir <strong>de</strong> quistos pulmonares congénitos ou em crianças sem patologia pul-<br />

S83

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