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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S28<br />

Introdução: A infecção por Vírus Herpes Humano tipo 6 (VHH-6) é comum<br />

nos dois primeiros anos <strong>de</strong> vida. As manifestações clássicas em crianças imunocompetentes<br />

são o exantema súbito ou uma síndrome febril aguda inespecífica.<br />

Esta infecção raramente cursa com meningoencefalite ou outras manifestações<br />

potencialmente graves. Existem casos <strong>de</strong>scritos na literatura <strong>de</strong> associação entre<br />

infecção por VHH-6 e trombocitopenia, geralmente benigna e sem necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tratamento, cujo mecanismo patogénico permanece ainda por esclarecer.<br />

Relato <strong>de</strong> caso: Lactente <strong>de</strong> 2 meses, sexo feminino, nascida após gestação <strong>de</strong><br />

termo por fertilização in vitro, internada por hemorragia cerebral no contexto <strong>de</strong><br />

trombocitopenia grave. Inicialmente admitida no SU por episódios <strong>de</strong> engasgamento,<br />

com estudo analítico, ecografia transfontanelar e EEG sem alterações.<br />

Internada dois dias <strong>de</strong>pois por crise tónico-clónica generalizada, associada a<br />

petéquias, sufusões hemorrágicas e hematúria macroscópica. Analiticamente<br />

apresentava anemia (Hb 9,5g/dL), trombocitopenia grave (&lt;10x10^9/L) que<br />

não respon<strong>de</strong>u à IGIV e estudo da coagulação sem alte rações. A TC cerebral e<br />

EEG realizados no segundo dia <strong>de</strong> internamento foram normais. Por apresentar<br />

múltiplas crises convul sivas realizou RM cerebral que mostrou múltiplos focos<br />

hemorrágicos cerebrais e cerebelosos. O aspirado <strong>de</strong> medula óssea foi compatível<br />

com trombo citopenia <strong>de</strong> causa periférica (megacariócitos em número <strong>de</strong> acordo<br />

com celularida<strong>de</strong> e sem dismorfia). Na pesquisa etiológica efectuada foi i<strong>de</strong>n -<br />

tificado o VHH-6 no sangue (pesquisa por Polymerase Chain Reaction: 9x10^2<br />

cópias/mL), traduzindo uma infecção activa por este vírus. O estudo do líquido<br />

cefalo-raquidiano não revelou alterações. O EEG realizado posteriormente<br />

mostrou mo<strong>de</strong>rada activida<strong>de</strong> epileptiforme na área temporal esquerda. Fez uma<br />

transfusão <strong>de</strong> concentrado <strong>de</strong> plaquetas. Dois dias <strong>de</strong>pois verificou-se normalização<br />

sustentada da contagem plaquetária. Do ponto <strong>de</strong> vista clínico observouse<br />

uma hipotonia axial transitória com recuperação progressiva e completa, sem<br />

recorrência das crises convulsivas. Comentários: Os autores preten<strong>de</strong>m realçar<br />

a rarida<strong>de</strong> da apresentação clínica da infecção a VHH-6 num pequeno lactente<br />

com trombocitopenia grave e hemorragia cerebral associada. O VHH-6 <strong>de</strong>ve ser<br />

consi<strong>de</strong>rado na pesquisa <strong>de</strong> um agente etiológico nas situações <strong>de</strong> trombocitopenia<br />

grave em lactentes, sem causa aparente.<br />

Palavras-chave: Trombocitopenia, Vírus Herpes Humano tipo 6, Hemorra -<br />

gia cerebral.<br />

CO44 - Transplante <strong>de</strong> Progenitores Hematopoiéticos no Tratamento <strong>de</strong><br />

Imuno<strong>de</strong>ficiências Primárias: revisão <strong>de</strong> 19 anos<br />

Silvia Jorge 1 ; Sonsoles San Roman 2 ; Diego Plaza 2 ; Ana Sastre 2 ; Ana<br />

Martinez 2 ; Purificación Garcia-Miguel 2<br />

1- HPP Hospital <strong>de</strong> Cascais; 2- Servicio <strong>de</strong> Hemato-Oncología Pediátrica y<br />

Transplante <strong>de</strong> Progenitores Hematopoyéticos, Hospital La Paz<br />

Introdução: As imuno<strong>de</strong>ficiências primárias (IDP) são um grupo hetero géneo<br />

<strong>de</strong> doenças hereditárias com <strong>de</strong>feitos num ou mais componentes do sistema<br />

imunitário, levando a maior susceptibilida<strong>de</strong> a infecções. Nas formas mais<br />

graves, esse compromisso <strong>de</strong>termina morte prematura nos pri meiros anos <strong>de</strong><br />

vida, e a terapêutica passa por um transplante <strong>de</strong> progenitores hematopoié ticos<br />

(TPH). Objectivos: Caracterizar a população <strong>de</strong> crianças transplantadas por<br />

IDP no Serviço <strong>de</strong> Hemato-Oncologia e TPH do Hospital La Paz, e a evo lu -<br />

ção após transplante. Métodos: Estudo <strong>de</strong>scritivo retrospectivo dos pro ces sos<br />

clínicos das crianças transplantadas com o diagnóstico <strong>de</strong> IDP, <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong><br />

1991 a Dezembro <strong>de</strong> 2009, com mais <strong>de</strong> 6 meses <strong>de</strong> seguimento pós-transplante.<br />

Os parâmetros analisados incluíram dados <strong>de</strong>mográ ficos, quadro clí -<br />

nico e evolução até ao diagnóstico, dados relativos ao TPH, tempo até recupe -<br />

ração hematopoiética e imunitária e complicações precoces (até 100 dias) póstrans<br />

plante e tardias pós-transplante. Resultados: Foram efectuados 29 TPH<br />

por IDP, correspon<strong>de</strong>ntes a 9,1% do total <strong>de</strong> TPH reali zados no pe ríodo, dos<br />

quais três foram segundos transplantes por falência <strong>de</strong> enxerto. Foram transplantadas<br />

18 crianças com imuno <strong>de</strong>ficiência combinada grave (SCID), 4 com<br />

linfohistiocitose hemofagocitica, 2 com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> a<strong>de</strong> si nas leuco citárias,<br />

e 2 com síndrome <strong>de</strong> Wiscott-Aldrich, com uma média <strong>de</strong> segui mento após<br />

TPH <strong>de</strong> 54 meses. A ida<strong>de</strong> à data do transplante variou entre 3 e 61 meses, com<br />

mediana <strong>de</strong> 11 meses. O intervalo entre o diagnós tico e o TPH foi menor ou<br />

igual a 3 meses em meta<strong>de</strong> das crianças. Tinham ante ce <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> infecções <strong>de</strong><br />

repetição 15 crianças. Foram efectuados 14 TPH haploi dênticos, 4 <strong>de</strong> dador<br />

familiar compatível e 11 <strong>de</strong> dador não familiar (4 dos quais <strong>de</strong> células <strong>de</strong><br />

cordão). Em 7 dos TPH foi utilizado condiciona mento <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> redu -<br />

zida, e 4 foram efectuados sem condicionamento. O tempo até reconstituição<br />

da imunida<strong>de</strong> celular variou entre 6 e 19 meses. Relati va mente à imunida<strong>de</strong><br />

humoral, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte com transfusões <strong>de</strong> imuno glo bu lina foi<br />

mais prolongada. A mortalida<strong>de</strong> precoce (até 100 dias pós-TPH) foi <strong>de</strong> 31%.<br />

A sobrevivência global foi <strong>de</strong> 54% (61% para as crian ças com SCID).<br />

Conclusões: O TPH possibilitou a cura, com recons tituição da imunida<strong>de</strong><br />

celular e sobrevida superior a um ano, em 13 doentes. O investimento no diagnóstico<br />

precoce e a optimização do tratamento das complicações precoces pós-<br />

TPH po<strong>de</strong>rão contribuir para melhorar os resultados.<br />

Palavras-chave: Imuno<strong>de</strong>ficiência primária, transplante <strong>de</strong> progenitores<br />

hematopoiéticos.<br />

CO45 - Tumores do SNC em Lactentes - Experiência do Hospital <strong>de</strong><br />

S. João<br />

Diana Moreira Amaral 1 ; C Silva 2 ; AP Fernan<strong>de</strong>s 3 ; S Nunes 3 ; M Bom Sucesso 3 ;<br />

L Osório 4 ; L Castro 5 ; J Pereira 6 ; MJ Gil-da-Costa 7<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, EPE. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina UP, Porto; 2- Serviço <strong>de</strong><br />

Pediatra, EPE. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina UP, Porto; 3- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Hemato logia<br />

e Oncologia Pediátrica, EPE. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina UP, Porto; 4- Ser viço <strong>de</strong><br />

Radioterapia, EPE. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina UP, Porto ; 5- Serviço <strong>de</strong> Anato -<br />

mia-Patológica, EPE. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina UP, Porto; 6- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Neu -<br />

ro cirurgia Pediátrica, EPE. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina UP, Porto; 7- Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Hematologia e Oncologia Pediátrica, EPE. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina UP, Porto<br />

Introdução: Os tumores do Sistema Nervoso Central em lactentes cons tituem<br />

um grupo particular e um <strong>de</strong>safio pela sua rarida<strong>de</strong> e pela dificulda<strong>de</strong> na abordagem<br />

terapêutica. Os efeitos laterais a médio/longo prazo condicionam a<br />

escolha da terapêutica neste grupo particular <strong>de</strong> doentes. Métodos: Revisão retrospectiva<br />

dos processos clínicos <strong>de</strong> lactentes com tumores do SNC, orientados<br />

para o Hospital <strong>de</strong> S. João entre 1993 e 2010, no sentido <strong>de</strong> apurar dados sócio-<br />

-<strong>de</strong> mográficos, clínica, <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> diagnóstico, tipo <strong>de</strong> tumor, topografia,<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento, sobrevivência e estado actual dos doentes. Foi usado<br />

o programa SPSS e as curvas <strong>de</strong> Kaplan-Meier na análise <strong>de</strong> sobrevivência.<br />

Resultados: Vinte lactentes, 4 :1 , ida<strong>de</strong>s entre 0 e 11 meses (mediana 6,2<br />

meses). Tipo <strong>de</strong> tumor: tumor neuro-ectodérmico primitivo (PNET) (n=8);<br />

tumores dos plexos corói<strong>de</strong>us (n=6) (4 papilomas e 2 carcinomas); glioma <strong>de</strong><br />

baixo grau (n=1); ependimoma (n=1); oligo<strong>de</strong>ndroglioma anaplásico (n=1);<br />

tumor teratói<strong>de</strong>/rabdói<strong>de</strong> (n=1); glioma difuso do tronco cerebral (n=1); tumor<br />

do cerebelo não biopsado (n=1). Topografia: supratentoriais (n=11) 55% e<br />

infratentorias (n=9) 45%. Demora média <strong>de</strong> diagnóstico: 24 dias(mínimo 0 dias<br />

- diagnóstico pré-natal, máximo 90 dias); sinais e sintomas mais frequentes:<br />

aumento do perímetro cefálico (n=10), irritabilida<strong>de</strong> (n=8), vómitos (n=5) e<br />

olhar em “sol poente” (n=4). Terapêu tica: 17 (85%) cirurgia (59% ressecção<br />

parcial); 14 (70%) quimioterapia e cirurgia. Apenas um doente submetido a<br />

radioterapia (focal) na abordagem inicial. Sobrevivência global aos 2 e 5 anos<br />

igual e <strong>de</strong> 62%, com segui mento me diano <strong>de</strong> 23 meses. Actualmente 45% dos<br />

doentes estão vivos sem doença (4 meduloblastomas, 5 tumores dos plexos<br />

coroi<strong>de</strong>us). Dos 9 casos actualmente sem doença, 3 apresentam atraso do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, sobretudo a nível da motricida<strong>de</strong>. Conclusão: A amostra<br />

reve la gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tumores nesta faixa etária, com prepon<strong>de</strong>rância<br />

dos PNET e tumores dos plexos corói<strong>de</strong>us. Alertamos para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

implementar avaliações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sistemáticas no sentido <strong>de</strong> iniciar<br />

precocemente intervenção psico-educativa. É imperativo valorizar a clínica <strong>de</strong><br />

apresentação, uma vez que a precocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diagnóstico tem implicações<br />

prognósticas. Dada a rarida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta patologia é absolutamente crucial a integração<br />

em protocolos cooperativos internacionais no sentido <strong>de</strong> melhorar a<br />

sobrevivência dos doentes e diminuir a morbilida<strong>de</strong> dos tratamentos.<br />

Palavras-chave: Tumores do sistema nervoso central, lactentes.<br />

CO46 - Linfoma <strong>de</strong> Hodgkin num Centro <strong>de</strong> Referência: casuística <strong>de</strong><br />

2000-2009<br />

Ana Leça Torres 1 ; Rui Bergantim 2 ; Vítor Costa 3 ; Lucília Norton 3<br />

1- Unida<strong>de</strong> Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Alto Minho - Hospital Santa Luzia; 2- Hospital<br />

São João; 3- Instituto Português <strong>de</strong> Oncologia do Porto Francisco Gentil<br />

Introdução: O Linfoma <strong>de</strong> Hodgkin (LH) é uma patologia maligna com taxa<br />

<strong>de</strong> sobrevida crescente. A sobrevivência livre <strong>de</strong> doença associa-se muitas<br />

vezes a efeitos tóxicos a longo-prazo, como consequência do uso <strong>de</strong> agentes<br />

alquilantes e/ou <strong>de</strong> radioterapia. Por isso, é fundamental utilizar o tratamento<br />

com melhor relação eficácia-toxicida<strong>de</strong>. Objectivos: Conhecer as caracterís -<br />

ticas epi<strong>de</strong>mio lógicas e clínico-patológicas; avaliar a frequência <strong>de</strong> recidivas e<br />

sequelas, sobrevivência livre <strong>de</strong> doença e global nas crianças e adolescentes<br />

com LH. Métodos: Estudo retrospectivo <strong>de</strong> doentes portadores <strong>de</strong> LH, com<br />

diagnóstico estabele cido entre Janeiro <strong>de</strong> 2000 e Dezembro <strong>de</strong> 2009, no Ser -<br />

viço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>. Analisa ram-se os seguintes parâmetros: sexo, ida<strong>de</strong>, tempo<br />

entre a primeira manifestação e o diagnóstico, clínica, características histopatológicas<br />

e imunofe notípicas, tipo <strong>de</strong> tratamento, resposta inicial à quimiote -<br />

rapia, recidivas, sequelas e estado actual. Determinaram-se as sobrevivências<br />

S28

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