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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S81<br />

nal <strong>de</strong> células linfói<strong>de</strong>s B, e o produto observado no exame citológico, apesar<br />

<strong>de</strong> insuficiente para diagnóstico, não permitiu excluir Linfoma <strong>de</strong> Hodgkin.<br />

Foi então realizada biópsia excisional da tumefação que mostrou gânglios linfáticos<br />

com peri-a<strong>de</strong>nite e folículos linfói<strong>de</strong>s estimulados, com extensa infiltração<br />

por eosinófilos e proliferação vascular, sem células <strong>de</strong> Hodgkin ou<br />

Langerhans, levantando a hipótese <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> Doença <strong>de</strong> Kimura. Consi -<br />

<strong>de</strong> rando esta hipótese diagnóstica foi pedido o doseamento <strong>de</strong> IgE sérica, que<br />

se revelou elevado. O diagnóstico <strong>de</strong> presunção neste caso clínico baseia-se<br />

na presença <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nomegalia cervical, histologicamente consistente com<br />

Doença <strong>de</strong> Kimura, associada à presença <strong>de</strong> IgE sérica elevada, na ausência<br />

<strong>de</strong> eosinofilia periférica, situação já <strong>de</strong>scrita em casos anteriores. Clinica -<br />

mente a Doença <strong>de</strong> Kimura po<strong>de</strong> mimetizar uma neoplasia, tal como aconteceu<br />

no caso <strong>de</strong>scrito. Apesar <strong>de</strong> rara, a Doença <strong>de</strong> Kimura <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong> -<br />

rada no diagnóstico diferencial <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nomegalia cervical com infiltrado <strong>de</strong><br />

eosinófilos e hiperplasia folicular proeminente.<br />

Palavras-chave: Doença <strong>de</strong> Kimura, a<strong>de</strong>nomegalia cervical, eosinofilia.<br />

PD72 - A<strong>de</strong>noma da parótida em ida<strong>de</strong> pediátrica<br />

Carla Rocha 1 ; Filipa Flor <strong>de</strong> Lima 2 ; Armanda Passas 2 ; Carmen Silva 2 ; Miguel<br />

Campos 3 ; António M. Ferreira 4 ; Ana Maia 2<br />

1- Hospital <strong>de</strong> São João, E.P.E. Porto; 2- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, UAG-MC do<br />

Hos pital <strong>de</strong> São João, E.P.E. Porto; 3- Serviço <strong>de</strong> Cirurgia Pediátrica, Hos -<br />

pital <strong>de</strong> São João, E.P.E. Porto; 4- Serviço <strong>de</strong> Cirurgia Plástica, UAG-Cirurgia<br />

do Hospital <strong>de</strong> São João, E.P.E. Porto<br />

Introdução: O a<strong>de</strong>noma pleomórfico é o tumor benigno mais frequente das<br />

glândulas salivares, mas é raro em ida<strong>de</strong> pediátrica. A maioria ocorre nas<br />

glândulas salivares maiores, principalmente na parótida, sendo mais frequente<br />

em doentes do sexo feminino, com ida<strong>de</strong>s compreendidas entre os 40<br />

e 60 anos. Caso clínico: Apresenta-se o caso clínico <strong>de</strong> uma adolescente <strong>de</strong><br />

14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, referenciada pelo seu Médico Assistente à consulta <strong>de</strong><br />

<strong>Pediatria</strong> Geral do H.S.João por tumefacção facial direita volumosa, pré auri -<br />

cular com cerca <strong>de</strong> 12 meses <strong>de</strong> evolução. À palpação apresentava consistência<br />

dura, era imóvel e indolor. As serologias e marcadores tumorais foram<br />

negativos. A ecografia foi compatível com a<strong>de</strong>noma pleomórfico da glân dula<br />

parótida, posteriormente confirmado com citologia por biópsia aspirativa. A<br />

RM da cabeça e pescoço mostrou nódulo <strong>de</strong> 18mm <strong>de</strong> maior eixo, do lobo<br />

super ficial da parótida, fina camada <strong>de</strong> tecido parotí<strong>de</strong>o entre o nódulo e ao<br />

nervo facial; a<strong>de</strong>nomegalias jugulo-carotí<strong>de</strong>as bilaterais (21x12mm). Foi<br />

sub metida a paroti<strong>de</strong>ctomia total anterógrada, com preservação do nervo<br />

facial, apresentando boa evolução pós-operatória, verificando-se aos 2 meses<br />

<strong>de</strong> pós-operatório, uma parésia muito ligeira do elevador do lábio superior e<br />

do zigomático major, com restante função do nervo facial preservada.<br />

Comentários: Preten<strong>de</strong>-se com este caso lembrar que, embora a patologia<br />

mais frequente das glândulas salivares em ida<strong>de</strong> pediátrica seja <strong>de</strong> etiologia<br />

inflamatória/infecciosa, a patologia tumoral/oncológica po<strong>de</strong> ser a etiologia<br />

<strong>de</strong> tumefacções faciais. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cirurgia neste caso pren<strong>de</strong>-se com o<br />

caso da biópsia e respectiva citologia aspirativa não serem abrangentes <strong>de</strong><br />

toda a glândula e po<strong>de</strong>rem haver focos <strong>de</strong> malignida<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: Tumefacção facial, glândulas salivares, a<strong>de</strong>noma pleomórfico<br />

da parótida, ida<strong>de</strong> pediátrica.<br />

PD73 - Tumefacção temporo-zigomática: que diagnóstico?<br />

Joana Grenha 1 ; Joana Rodrigues 1 ; Victor Costa 2 ; Lucília Norton 2 ; Graça<br />

Ferreira 1<br />

1- Centro Hospitalar <strong>de</strong> Vila Nova <strong>de</strong> Gaia e Espinho; 2- IPO-Porto<br />

Introdução: A Histiocitose <strong>de</strong> Células <strong>de</strong> Langerhans (LCH), uma condição<br />

rara <strong>de</strong> fisiopatologia pouco conhecida, caracteriza-se pela proliferação<br />

mono clonal <strong>de</strong> células com fenótipo <strong>de</strong> células <strong>de</strong> Langerhans activadas. As<br />

células po<strong>de</strong>m acumular-se em qualquer órgão, sendo a pele, o osso e o tecido<br />

linfático os mais afectados. Caso clínico: É apresentado o caso <strong>de</strong> uma<br />

crian ça <strong>de</strong> sexo feminino, com 8 anos, saudável, que recorre ao Serviço <strong>de</strong><br />

Urgência (SU) por dor pré-auricular à esquerda, sem febre ou história <strong>de</strong><br />

traumatismo. Foi objectivada uma tumefacção dolorosa na região temporozi<br />

go mática esquerda atribuída à presença <strong>de</strong> uma otite média aguda ipsila -<br />

teral pelo que cumpriu oito dias <strong>de</strong> antibioterapia. Por aumento progressivo<br />

da lesão recorreu, duas semanas <strong>de</strong>pois, ao SU do Centro Hospitalar <strong>de</strong> Vila<br />

Nova <strong>de</strong> Gaia e Espinho. Foi constatada uma tumefacção com três centíme -<br />

tros, pétrea e dolorosa à palpação, associada a limitação na mobilida<strong>de</strong> man -<br />

dibular. Sem febre ou sintomas sistémicos. O estudo analítico não revelou<br />

alterações. A investigação imagiológica através <strong>de</strong> ecografia, RMN maxilofa<br />

cial e cintigrafia do esqueleto foi concordante no diagnóstico <strong>de</strong> osteo-ar -<br />

trite temporo-zigomática esquerda, com envolvimento dos tecidos adjacentes.<br />

Iniciou tratamento com cefuroxime endovenoso, registando-se me -<br />

lhoria funcional mandibular, mas sem diminuição da tumefacção ou queixas<br />

álgicas. Duas semanas após início <strong>de</strong> antibioterapia realizou tomografia<br />

computori zada maxilo-facial que <strong>de</strong>monstrou agravamento da lesão arti cular<br />

com perda <strong>de</strong> substância óssea e provável zona abcedada. Dada a aparente<br />

falência tera pêutica, para esclarecimento etiológico foi submetida a biópsia<br />

aspirativa da lesão, sugestiva <strong>de</strong> LCH. Foi enviada ao IPO do Porto, tendose<br />

confirmado o diagnóstico <strong>de</strong> LCH, com envolvimento ganglionar e<br />

esplénico. Iniciou tratamento com ciclos <strong>de</strong> vimblastina e prednisolona, <strong>de</strong><br />

acordo com o protocolo LCH III-doença multissistémica. Registou-se me -<br />

lhoria clínica progressiva e resolução completa da tumefacção ao fim <strong>de</strong> 14<br />

meses. A última PET não apresentava evidência <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong> histiocitose<br />

metabolicamente activas. Discussão: A presença <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong> LCH nos<br />

ossos da face, não sendo o local mais frequentemente afectado, condiciona<br />

um risco acrescido <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong>sfavorável. Ainda que os achados imagio -<br />

lógicos sejam sugestivos <strong>de</strong> pato logia infecciosa, a falência terapêutica associada<br />

a suspeição clínica obrigam o recurso a métodos invasivos para<br />

esclarecimento etiológico.<br />

Palavras-chave: Tumefacção; temporo-zigomática; histiocitose; osteoartrite.<br />

PD74 - Anemia <strong>de</strong> Fanconi - Um diagnóstico a não esquecer<br />

Diana Moreira Amaral 1 ; C Silva 1 ; Nunes S 2 ; M Bom Sucesso 2 ; MJ Gil da<br />

Costa 2 ; AP Fernan<strong>de</strong>s 2<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, EPE. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina UP, Porto; 2- Unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Hematologia e Oncologia Pediátrica, EPE. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina UP,<br />

Porto<br />

Introdução: A anemia <strong>de</strong> Fanconi (AF) é a mais comum das Anemias Aplá -<br />

sicas Hereditárias. A pancitopenia é o achado mais frequente e está geralmente<br />

associada a múltiplas anomalias congénitas. É uma doença autossó -<br />

mica recessiva ou, mais raramente, ligada ao X, caracterizada por instabilida<strong>de</strong><br />

cromossómica. Caso clínico: Adolescente <strong>de</strong> 12 anos, sexo masculino,<br />

raça negra, natural <strong>de</strong> São Tomé e Príncipe. Queixas <strong>de</strong> astenia <strong>de</strong> agravamento<br />

progressivo, com três anos <strong>de</strong> evolução, e epistáxis recorrentes.<br />

Detectada pancitopenia grave <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> transfusões no Hospital <strong>de</strong> S.<br />

Tomé e Príncipe pelo que foi transferido para o Hospital <strong>de</strong> S. João, para<br />

esclarecimento etiológico. Objectivada baixa estatura, pali<strong>de</strong>z cutâneo-mu -<br />

cosa, fimose e criptorquidia esquerda. O estudo analítico relevou panci -<br />

topenia grave (Hg &lt; 8 g/dL; neutrófilos &lt; 500/μL e plaquetas &lt;<br />

30 000/μL). Esfregaço <strong>de</strong> sangue periférico sem células imaturas, com<br />

anisocitose plaquetária, glóbulos rubros com anisopoiquilocitose. Biópsia <strong>de</strong><br />

medula óssea revelando hipoplasia medular acentuada e mielograma com<br />

mielodisplasia das três linhagens hematopoiéticas. Cariótipo <strong>de</strong> medula óssea<br />

com <strong>de</strong>lecção <strong>de</strong> 7q. Pesquisa <strong>de</strong> quebras cromossómicas espontâneas e<br />

induzidas por diepoxibutano positiva, levando ao diagnóstico <strong>de</strong> AF. Durante<br />

o internamento manteve pancitopenia severa, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> transfusões <strong>de</strong><br />

glóbulos rubros e plaquetas. Actualmente, em seguimento na consulta externa,<br />

mantendo suporte transfusional. Dada a existência <strong>de</strong> familiares compa -<br />

tíveis aguarda a realização, a curto prazo, <strong>de</strong> transplante <strong>de</strong> células hemato -<br />

poiéticas (TCH). Detectado HTLV1 no estudo pré-transplante. Discussão: Os<br />

autores alertam para a importância <strong>de</strong> um estudo sistematizado na abordagem<br />

da pancitopenia e para o facto das anomalias congénitas, habitualmente associadas<br />

à AF, po<strong>de</strong>rem estar ausentes em 40% dos casos o que torna difícil o<br />

diagnóstico feito apenas com bases clínicas. Esta criança apresenta predisposição<br />

para outros tumores, não só genética, pela instabilida<strong>de</strong> cromossó -<br />

mica que apresenta, como também adquirida, dado estar infectada pelo vírus<br />

HTLV1. É imperativa a realização do TCH a curto prazo, dado ser o único<br />

tratamento curativo da aplasia medular. Contudo, o TCH acarreta morbilida<strong>de</strong><br />

significativa e não impe<strong>de</strong> o aparecimento <strong>de</strong> outras complicações associadas<br />

à AF, po<strong>de</strong>ndo mesmo aumentar, <strong>de</strong>vido a regimes <strong>de</strong> condicionamento pré-<br />

-trans plante, o risco <strong>de</strong> malignida<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: Anemia Fanconi, anemia aplásica.<br />

PD75 - Maus Tratos ou Doença?<br />

Ângela Oliveira 1 ; Pierre Gonçalves 1 ; Clara Machado 1 ; Joana Dias 1 ; Madalena<br />

Calheiros 1 ; Ariana Afonso 1 ; Helena Silva 1 ; Almerinda Pereira 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Braga<br />

Introdução: A Hemofilia A é um distúrbio hemorrágico recessivo ligado ao<br />

X, caracterizado pela ausência, redução ou <strong>de</strong>feito na produção do factor <strong>de</strong><br />

S81

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