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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S79<br />

3) e não realizou exames laboratoriais (89,5%) nem <strong>de</strong> imagem (82,7%) ou<br />

tratamentos (60,2%). Em 21,6% dos casos foi pedida observação por ORL.<br />

Foram internados 2,3% dos casos: enfermaria (69,9%); SO/UICD (26,0%);<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuidados Intensivos(3,8%). Comentários: A patologia<br />

respirató ria e ORL foi uma causa muito frequente <strong>de</strong> recurso à UP. A maioria<br />

dos casos eram não-ur gentes e <strong>de</strong> pouca gravida<strong>de</strong> que maioritariamente<br />

não necessitou <strong>de</strong> exames complementares <strong>de</strong> diagnóstico, tratamentos ou<br />

internamento.<br />

Palavras-chave: Patologia Respiratória e ORL, Urgência<br />

PD65 - Urgência Pediátrica do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia - ALTE<br />

(Appa rent Life Threatening Event) - Resultados Preliminares:<br />

2000/02/04/06/08<br />

Patrícia Lopes 1 ; Lopes P 2 ; Marques F 2 ; Marques M 2 ; Nóbrega S 2 ; Queiroz G 2 ;<br />

Salvador M 2 ; Santos S 2 ; Simão I 2 ; Brissos J 2 ; Casimiro A 2 ; Cordovil C 3 ; Costa<br />

M 4 ; Crujo M 3 ; Fitas A 2 ; Francisco T 2 ; Gouveia S 4 ; Neves C 5 ; Coelho M 6<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia; 2- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>- HDE; 3- Interno <strong>de</strong><br />

Pedopsiquiatria-HDE; 4- Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica-HDE; 5- Assis -<br />

tente Hospitalar <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica-HDE; 6- Assistente Hospitalar Gra -<br />

duado <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica-HDE<br />

Introdução: A Urgência Pediátrica (UP) do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia<br />

(HDE) apresenta o maior movimento do País, recebendo principalmente<br />

doentes da Gran<strong>de</strong> Lisboa, Sul, regiões autónomas e PALOPs. A UP, forma<br />

comum <strong>de</strong> acesso ao Serviço Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SNS) com gran<strong>de</strong> impacto<br />

na dinâmica <strong>de</strong>ste, é também um observatório epi<strong>de</strong>miológico das patologias<br />

da comunida<strong>de</strong>. ALTE (apparent life threatening event) <strong>de</strong>signa um<br />

episódio súbito <strong>de</strong> alteração no padrão respiratório <strong>de</strong> um lactente, assustador<br />

para o observador, caracterizado pela combinação <strong>de</strong> qualquer dos<br />

seguintes sinais: apneia (central ou obstrutiva), alteração da coloração da<br />

pele ou lábios (congestão ou cianose), alteração do tónus muscular e/ou<br />

engasgamento. Objec tivo: Conhecer a evolução temporal e caracterizar os<br />

casos <strong>de</strong> ALTE que recorreram à UP do HDE na sequência <strong>de</strong> um episódio<br />

<strong>de</strong> ALTE nos anos 2000/02/04/06/08. Métodos: Análise retrospectiva dos<br />

dados <strong>de</strong> todos os 392 768 registos <strong>de</strong> episódios <strong>de</strong> UP cujo diagnóstico<br />

principal correspondia à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> ALTE nos anos <strong>de</strong> 2000/02/04/06/08.<br />

Resultados: Trinta e oito lactentes (1/10.000 episódios <strong>de</strong> urgência)<br />

preencheram os critérios <strong>de</strong>fi ni dos, com uma média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 50 dias <strong>de</strong><br />

vida (min. 4 dias e máx. 7 meses e 2 dias), 57% do sexo masculino. Destes,<br />

15% (n=6) foram transportados para a UP em viatura <strong>de</strong> emergência mé dica<br />

e 8% (n=3) necessitaram <strong>de</strong> manobras <strong>de</strong> reanimação por profissionais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> antes da admissão hospitalar. Na triagem foi atribuído grau <strong>de</strong> priori -<br />

da<strong>de</strong> urgente ou muito urgente em 97% dos casos, tendo o tempo <strong>de</strong> espera<br />

médio até à observação médica sido <strong>de</strong> 17 minutos. O exame objectivo à<br />

entrada apresentava sinais <strong>de</strong> alarme em 21% (n=8) dos casos (dificulda<strong>de</strong><br />

respiratória, cianose ou hipotonia). Em 28% (n=11) dos casos existia uma<br />

doença aguda concomitante com o episódio, mais frequentemente uma<br />

infecção respiratória. Foram pedidos exames complementares <strong>de</strong> diagnós -<br />

tico em 50% dos casos (n=17), mais frequentemente exames <strong>de</strong> imagem.<br />

Internados 55% dos lactentes (n=21), dois dos quais em Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cui -<br />

dados Intensivos. Comentários: Este estudo e um dos <strong>de</strong> maior dimensão<br />

entre nós. Nesta população a incidência foi inferior à <strong>de</strong>scrita em vários<br />

estudos anteriores, verificando-se que, na maioria dos casos, os lactentes se<br />

apresentam na UP já sem sintomas e com exame objectivo normal. Numa<br />

proporção apreciável dos casos foi i<strong>de</strong>ntificada doença aguda aquando do<br />

episódio.<br />

Palavras-chave: ALTE; Urgência; <strong>Pediatria</strong>; Near-miss.<br />

Área Científica - Hematologia e Oncologia<br />

PD66 - Leucemia Mielomonocítica Juvenil – a propósito <strong>de</strong> um caso clínico<br />

Duarte Malveiro 1 ; Raquel Firme 2 ; Madalena Fialho 2 ; Maria José Ribeiro 3 ;<br />

Anabela Brito 2 ; Nuno Lynce 2<br />

1- Hospital <strong>de</strong> São Francisco Xavier - CHLO; 2- Departamento da Mulher e<br />

da Criança, HPP Hospital <strong>de</strong> Cascais; 3- Instituto Português <strong>de</strong> Oncologia <strong>de</strong><br />

Lisboa Fernando Gentil<br />

Introdução: A Leucemia Mielomonocítica Juvenil (LMMJ) é responsável<br />

por 2-3% das leucemias em ida<strong>de</strong> pediátrica, ocorrendo em 95% dos casos<br />

abaixo dos 4 anos. Os autores apresentam este caso pela sua rarida<strong>de</strong>, pelas<br />

dificulda<strong>de</strong>s diagnósticas que implica <strong>de</strong>vido à inespecificida<strong>de</strong> semiológica<br />

e laboratorial, e porque a celerida<strong>de</strong> do diagnóstico é fundamental para o<br />

sucesso tera pêutico. Caso Clínico: Criança do sexo feminino, 18 meses <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>, com antece<strong>de</strong>ntes familiares <strong>de</strong> Neurofibromatose. Tem antece<strong>de</strong>ntes<br />

pessoais <strong>de</strong> Neurofibromatose tipo 1, infecções respiratórias baixas disp nei -<br />

zantes, má progres são estaturo-pon<strong>de</strong>ral e anemia microcítica hipocrómica.<br />

Internada por aumento do volume abdominal e obstipação com 4 dias <strong>de</strong><br />

evolução. À observa ção apresentava razoável estado geral, pali<strong>de</strong>z mucocutâ<br />

nea, manchas café-au-lait dispersas pelo tegumento, sopro sistólico,<br />

esplenomegália palpá vel 10 cm abaixo do rebordo costal e hepatomegália<br />

discreta. Analiticamente <strong>de</strong>stacava-se anemia normocítica e normocrómica,<br />

trombocitopénia e leuco citose (86.300/μL - Neutrófilos 28%, Linfócitos<br />

28%). A ecografia abdominal confirmou hepatoesplenomegália homogénea<br />

sem lesões focais. A conjugação <strong>de</strong> melhoria laboratorial, mielograma e<br />

serologias para CMV compatíveis com infecção recente fizeram admitir,<br />

inicial mente, reacção leucemói<strong>de</strong> como hipótese diagnóstica mais provável.<br />

No <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> uma semana verificou-se <strong>de</strong>terioração do estado geral e<br />

agravamento laboratorial, com aparecimento <strong>de</strong> células blásticas e gran<strong>de</strong><br />

percen tagem <strong>de</strong> células monocitói<strong>de</strong>s no esfregaço <strong>de</strong> sangue periférico.<br />

Repetiu mielograma (estudo morfológico, imunológico e citogenético), que<br />

foi compatível com LMMJ. Está, actualmente, sob qui mioterapia enquanto<br />

aguarda dador compatível para realização <strong>de</strong> transplante medular.<br />

Discussão: A LMMJ é uma doença rara, com mau prognóstico e que acarreta<br />

dificulda<strong>de</strong>s e atraso no diagnóstico. Se por um lado, faz diagnóstico<br />

diferencial com reacção leucemói<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> também apresentar-se no <strong>de</strong>curso<br />

<strong>de</strong> uma infecção por CMV, como ocorre neste caso. O mielograma é inespe -<br />

cífico, com menos <strong>de</strong> 20% <strong>de</strong> blastos e observam-se todos os estadios matu -<br />

rativos mielói<strong>de</strong>s. A Neurofibromatose tipo 1 é uma entida<strong>de</strong> que se associa<br />

à LMMJ em 15% dos casos.<br />

Palavras-chave: Leucemia Mielomonocítica Juvenil, Reacção leucemói<strong>de</strong>,<br />

Neurofibromatose.<br />

PD67 - Leucemia Megacarioblástica Aguda - problemas diagnósticos<br />

Rute Barreto 1 ; Paula Rocha 1 ; Manuel João Brito 1 ; Manuela Benedito 1<br />

1- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra<br />

Introdução: A leucemia megacarioblástica aguda é um subtipo <strong>de</strong> leucemia<br />

mielói<strong>de</strong> aguda [LMA-M7 pela classificação FAB- (French-American-Bri-<br />

tish)], caracterizada por pelo menos 50% dos blastos serem da linhagem<br />

megacariocítica. Tem picos <strong>de</strong> incidência no adulto e antes <strong>de</strong> 3 anos.<br />

Corres pon<strong>de</strong> a 3-10% das LMA na criança, sendo a forma mais comum <strong>de</strong><br />

LMA associada Síndrome <strong>de</strong> Down. Tem clínica, morfologia e citogenética<br />

hete rogénias. O prognóstico é reservado, excepto na t(1;22), embora estudos<br />

recentes mostrem melhores resultados com quimioterapia intensiva.<br />

Descri ção do caso: Criança do sexo feminino, 2,5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, previamente<br />

saudável, com clínica <strong>de</strong> petéquias, equimoses, anorexia e febricula,<br />

com um mês <strong>de</strong> evolução e agravamento progressivo. Na observação tinha<br />

pali<strong>de</strong>z mucosa e púrpura. O hemograma revelava Hemoglobina 7,4g/dl;<br />

Leucócitos 5,23x109/L (neutrófilos 28%); Plaquetas (PLT) 10x109/L. O<br />

esfregaço <strong>de</strong> sangue periférico mostrava anisocitose, eritroblastos ocasionais,<br />

alguns linfó citos activados e raras células <strong>de</strong> morfologia atípica. Colo -<br />

cou-se hipótese diagnóstica <strong>de</strong> leucemia aguda. Apesar <strong>de</strong> terapêutica transfusional,<br />

mantinha trombocitopenia severa (PLT:2x109/L), que persistiu<br />

após tratamento com Imunoglobulina. O medulograma em D2 foi inconclusivo:<br />

amostra diluída com raros ninhos <strong>de</strong> células com características <strong>de</strong><br />

imaturida<strong>de</strong>, não classificadas por Imunofenotipagem (IF). Para exclusão<br />

<strong>de</strong> infiltração medular por neuroblastoma realizou tomografia toraco-abdo -<br />

minal - normal. Durante o internamento surgiram lesões cutâneas compatíveis<br />

com varicela. Após reso lução <strong>de</strong>sta intercorrência, mantinham-se<br />

as alterações hematológicas. Repetiu aspirado medular (D13), que foi morfologicamente<br />

sugestivo <strong>de</strong> LMA-M7, diagnóstico confirmado por<br />

imunofenotipagem, sendo o cariótipo 46XX, <strong>de</strong>l(3)(p21), t(9;11)<br />

(p22;q23,+19,-20,+mar[30]). Foi novamente transfundida com plaquetas,<br />

obtendo-se resposta a<strong>de</strong>quada. Iniciou então protocolo <strong>de</strong> quimioterapia<br />

(AML-15). Discussão: Trata-se <strong>de</strong> uma patologia rara, numa criança<br />

previa mente saudável, sem síndrome <strong>de</strong> Down. A intercorrência infecciosa<br />

condicionou a obtenção menos precoce do diagnóstico. A trombocitopenia<br />

severa, sem resposta transfusional po<strong>de</strong>rá justificar-se por uma <strong>de</strong>struição<br />

imune das plaquetas secundária à infecção vírica, dado ter melhorado com<br />

a resolução <strong>de</strong>ste quadro. O cariótipo revelou a presença da t(9;11), frequentemente<br />

associada a LMA com componente monocítico que confere<br />

um bom prognóstico.<br />

Palavras-chave: Leucemia megacarioblástica aguda, criança.<br />

S79

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