22.07.2014 Views

acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Acta Pediatr Port 2010:41(5):S105<br />

com diagnóstico <strong>de</strong> Perturbação <strong>de</strong> Défice <strong>de</strong> Atenção e Hiperactivida<strong>de</strong> aos<br />

6 anos, sob terapêutica com metilfenidato. Nos 3 casos realizou-se avaliação<br />

estruturada com diagnóstico <strong>de</strong> Défice Cognitivo profundo, Défice cognitivo<br />

mo<strong>de</strong>rado e Estado limite do funcionamento cognitivo. O diagnóstico clínico<br />

foi confirmado pelo estudo molecular nos 3 casos, tendo sido i<strong>de</strong>ntificadas as<br />

seguintes mutações: c.35G&gt;C (p.G12A); c.34G&gt;A (p.G12S) e<br />

c.37G&gt;T (p.G13C), todas em heterozigotia e <strong>de</strong> novo. Os 3 casos têm<br />

apoio multidisciplinar, além <strong>de</strong> intervenção precoce nas áreas da Fisioterapia,<br />

Terapia Ocupacional e Terapia da Fala, e rastreio tumoral semestral. Todos<br />

foram integrados precocemente no Jardim <strong>de</strong> Infância. Discussão: Os autores<br />

preten<strong>de</strong>m lembrar esta doença rara <strong>de</strong> ocorrência esporádica. O acompa -<br />

nhamento precoce e multidisciplinar <strong>de</strong>stas crianças é fundamental para<br />

potencializar as suas capacida<strong>de</strong>s. A evolução clínica não é uniforme, parecendo<br />

emergir uma correlação genotipo-fenotipo, em relação com o grau <strong>de</strong><br />

sobreactivação <strong>de</strong> HRAS. São contudo necessários mais dados que permitam<br />

estabelecer uma associação prognóstica com a mutação encontrada.<br />

Palavras-chave: Síndrome <strong>de</strong> Costello, défice cognitivo, mutação <strong>de</strong> novo,<br />

seguimento multidisciplinar.<br />

PD158 - Síndrome <strong>de</strong> X-Frágil – casuística <strong>de</strong> um Centro <strong>de</strong> Desenvol -<br />

vimento Infantil<br />

Lia Oliveira 1 ; Rita Sousa Gomes 1 ; Tiago Proença dos Santos 1 ; Artur Sousa 1 ;<br />

Manuela Baptista 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE<br />

Introdução: A síndrome <strong>de</strong> X-frágil é uma patologia <strong>de</strong> transmissão dominante<br />

ligada ao X. Trata-se da principal causa hereditária <strong>de</strong> défice cognitivo,<br />

com uma incidência aproximada <strong>de</strong> 1 em 3600 no sexo masculino, e 1 em<br />

5000 no sexo feminino. Ocorre por expansão <strong>de</strong> tripletos, apresentando<br />

expres sivida<strong>de</strong> clínica variável: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem com QI<br />

normal a défice cognitivo grave, ou associação a outras perturbações do <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

como perturbações do espectro do autismo (PEA) e per turbação<br />

<strong>de</strong> défice <strong>de</strong> atenção e hiperactivida<strong>de</strong> (PDAH). São frequentes o atraso da linguagem,<br />

hipersensibilida<strong>de</strong> a diversos estímulos, estereotipias, eco lália, birras,<br />

e evicção do contacto ocular. Fenotipicamente salienta-se, ainda, macro -<br />

orquidismo pré-pubere e displasia do tecido conjuntivo. De acordo com a<br />

gravida<strong>de</strong> do caso, <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>lineado um plano <strong>de</strong> interven ção individua -<br />

lizado. Objectivos: Caracterizar a população com diagnóstico <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong><br />

X-frágil seguida em consulta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um hospital terciário,<br />

quanto a género, ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diagnóstico, comorbilida<strong>de</strong>s do neuro <strong>de</strong>sen -<br />

volvimento, características fenotípicas, medicação, <strong>de</strong>sempenho cognitivo, e<br />

intervenção. Métodos: Estudo retrospectivo com consulta <strong>de</strong> processo clínico<br />

(n=8), analisado através <strong>de</strong> estatística <strong>de</strong>scritiva. Resultados: Totalida<strong>de</strong> do<br />

género masculino. Ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> diagnóstico entre os 2 - 8 anos. Associação com<br />

PDAH em 2/3 dos casos e com PEA em 1/3. Fenotipi ca mente todos apresentam<br />

algumas das características típicas, porém em alguns prevalecem características<br />

físicas e noutros comportamentais. Aqueles que têm diagnóstico <strong>de</strong><br />

PDAH fazem terapêutica com metilfenidato, e os que apresentam alterações<br />

comportamentais estão medicados com risperidona. Gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> nas<br />

avaliações cognitivas nas suas diversas componentes: défice cognitivo mo<strong>de</strong> -<br />

rado em aproximadamente 2/3 dos casos e grave em 1/3. Todos apresentaram<br />

melhorias adaptativas com o plano <strong>de</strong> intervenção instituído. Conclusões: Os<br />

resultados obtidos estão <strong>de</strong> acordo com a bibliografia. Pela heterogeneida<strong>de</strong> e<br />

frequência <strong>de</strong>sta patologia, é necessário um alto índice <strong>de</strong> suspeição e referenciar<br />

uma criança com apa rente défice cognitivo a uma consulta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

A antecipação da ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diagnóstico permite iniciar precocemente a<br />

intervenção, melho rando o prognóstico a médio prazo.<br />

Palavras-chave: X-frágil, défice cognitivo, neuro<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

PD159 - Urgência Pediátrica do Hospital <strong>de</strong> Dona Estefânia Situações<br />

Especiais - Resultados preliminares: 2000/02/04/06/08<br />

Anaxore C. Casimiro 1 ; Francisco T 2 ; Gouveia S 3 ; Lopes P* 2 ; Marques F 2 ;<br />

Nóbrega S 2 ; Queiroz G 2 ; Santos S 2 ; Simão I 2 ; Marques M 2 ; Nóbrega S 2 ; Salvador<br />

M 2 ; Brissos J 2 ; Cordovil C 4 ; Costa M 3 ; Crujo M 4 ; Fitas A 2 ; Neves C 5 ; Coelho M 6<br />

1- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, Hospital Dona Estefânia; 2- Interno <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>;<br />

3- Interno <strong>de</strong> Cardiologia Pediátrica; 4- Interno <strong>de</strong> Pedopsiquiatria; 5- Assis -<br />

tente Hospitalar <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> Médica; 6- Assistente Hospitalar Graduado <strong>de</strong><br />

<strong>Pediatria</strong> Médica<br />

Introdução: A urgência pediátrica (UP) é uma via <strong>de</strong> acesso fácil aos ser viços<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A gran<strong>de</strong> afluência à mesma po<strong>de</strong>rá levar a um aumento dos tempos<br />

<strong>de</strong> espera, aumento dos abandonos e menor qualida<strong>de</strong> no preenchimento das<br />

fichas <strong>de</strong> atendimento. Sendo a UP do Hospital Dona Estefânia (HDE) a <strong>de</strong><br />

maior movimento do país, estes aspectos po<strong>de</strong>m reflectir-se no seu funcio -<br />

namento. Objectivo: Caracterizar os casos “Situações Especiais” (abandono/<br />

não respon<strong>de</strong>, preenchimento ilegível/ não interpretável, registadas como “sem<br />

acto clínico” ou “nada escrito”) e i<strong>de</strong>ntificadas nas fichas <strong>de</strong> UP nos anos<br />

2000/02/04/06/08. Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos dados retirados<br />

aleatoriamente das 392.768 fichas <strong>de</strong> atendimento nos anos<br />

2000/02/04/06/08, seleccionando os casos <strong>de</strong> “Situações Especiais” – amostra -<br />

gem <strong>de</strong> 46.812 fichas. Resultados: I<strong>de</strong>ntificaram-se 1438 casos especiais (3,1%<br />

do total da amostra): Nada escrito 40,35%, abandono/não res pon <strong>de</strong> 35,5%, não<br />

legível/interpretável 12,0%, sem acto clínico 3,8% e outros 8,5%. As percentagens<br />

mais elevadas <strong>de</strong> abandono da UP em relação aos movimentos globais<br />

<strong>de</strong>sses anos foram 2,0% em 2000 e 1,6% em 2008. Estes foram mais frequentes<br />

nos meses <strong>de</strong> Inverno (Dezembro e Janeiro), que correspon<strong>de</strong>ram a 53,5% dos<br />

casos <strong>de</strong> abandono e à 2ª feira (1,9% do movi mento diário) apresentando<br />

aparente paralelismo directo com os níveis do movi mento assistencial. As taxas<br />

<strong>de</strong> abandono por período horário foram: 1,5% - 18.00-24.00h, 0,9% - 8.00-<br />

18.00h e 0,5% - 0.00-8.00h. Relativamente aos casos <strong>de</strong> preenchimento não<br />

legível/interpretável, foram encontradas mais frequentemente nos casos em que<br />

intervieram outras especialida<strong>de</strong>s, algumas das quais passaram a fazer os registos<br />

alternativamente no Sistema SAM; nos casos <strong>de</strong> atendimento exclusivo da<br />

pediatria, 0,3% das fichas eram não legíveis/interpretáveis. Comentários: Este<br />

estudo, o <strong>de</strong> maior dimensão rea li zado entre nós e dos maiores a nível internacional,<br />

parece confirmar que em períodos <strong>de</strong> maior pressão assistencial houve<br />

um aumento <strong>de</strong> algumas situa ções especiais não <strong>de</strong>sejadas ao nível da organização<br />

da UP e do registo <strong>de</strong> dados clínicos. A evi<strong>de</strong>nte repercussão <strong>de</strong>stes indicadores<br />

no perfil <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e eficiência da UP, a sua relação com as<br />

condições logísticas e <strong>de</strong> pres tação dos profissionais, para além dos inconvenientes<br />

jurídicos que por vezes daí <strong>de</strong>correm, são factores a consi<strong>de</strong>rar na<br />

análise integrada do funciona mento da UP.<br />

Palavras-chave: Abandono, mau~preenchimento, urgência.<br />

PD160 - Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento da Criança - Referenciação e<br />

Intervenção<br />

Vilma Oliveira Passos 1 ; Cátia Cardoso 2 ; Ana Carvalho Marques 2<br />

1- Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Cruz; 2- Hospital Dr. Nélio Mendonça<br />

Introdução: O Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento da Criança do Hospital Dr. Nélio<br />

Mendonça comemorou em Maio <strong>de</strong> 2010 os seus 10 anos <strong>de</strong> existência. Tratase<br />

do único Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento da Região e para além do diagnós tico<br />

é responsável pela intervenção nas crianças até aos 6 anos. As crian ças são<br />

avaliadas por uma equipa transdisciplinar composta por médico pedia tra,<br />

médico <strong>de</strong> reabilitação pediátrica, enfermeira, terapeuta da fala, tera peuta<br />

ocupa cional, educadora especializada, psicóloga e assistente social, on<strong>de</strong> é<br />

<strong>de</strong>lineado um plano interventivo. Sempre que necessário o CDC conta com o<br />

apoio <strong>de</strong> uma Pedopsiquiatra. Material e Métodos: Os autores avaliaram as<br />

crianças admitidas pela primeira vez no CDC no primeiro semestre <strong>de</strong> 2009.<br />

Resultados: As ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> referenciação das 95 crianças analisadas distri -<br />

buíam-se entre um mês <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e os 72 meses, sendo a média <strong>de</strong> 26 meses. A<br />

distribuição por sexos era a seguinte, 34%(32) do sexo feminino e 66%(63) do<br />

sexo masculino. Geograficamente estavam distribuídos 40%(38) no concelho<br />

do Funchal, 15%(14) no concelho <strong>de</strong> Santa Cruz e 14%(13) no concelho <strong>de</strong><br />

Câmara <strong>de</strong> Lobos. Os Centros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> referenciaram 48%(45), 43%(41)<br />

foram enviados pelos <strong>Pediatria</strong>s assistentes (27% pela <strong>Pediatria</strong> geral e 16%<br />

pela UCINP). O principal motivo <strong>de</strong> referenciação foi o atraso <strong>de</strong> linguagem<br />

(24%), <strong>de</strong>pois as alterações <strong>de</strong> comportamento/sus peita <strong>de</strong> perturbação da<br />

relação e da comunicação (23%), 20% dos doentes foram referenciados por<br />

atraso global do <strong>de</strong>senvolvimento e 17% correspondiam a crianças prema -<br />

turas, ou que tinham sofrido intercorrência grave no período neonatal, para<br />

cumprimento do protocolo <strong>de</strong> seguimento. No diag nós tico final 43%(41) das<br />

crianças apresentavam atraso global do <strong>de</strong>senvolvimento, 9,5%(9) tinham<br />

atraso motor, 9,5%(9) atraso específico da linguagem e 5%(5) tinham uma<br />

perturbação do espectro do autismo. Dos doentes em intervenção 24%(23) iniciaram<br />

terapia da fala, 23%(22) terapia ocupacio nal/edu cadora especializada e<br />

21%(20) fisioterapia. 4% dos doentes têm intervenção floor-time com a<br />

psicóloga. Conclusão: A ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referenciação foi os dois anos, a maior parte<br />

das crianças eram do sexo masculino (66%), 69% das crianças residiam nos<br />

concelhos mais populosos da RAM. A refe renciação é feita principalmente<br />

pelos Centros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e pela <strong>Pediatria</strong>. Apesar do principal motivo <strong>de</strong> refe -<br />

renciação ter sido o atraso <strong>de</strong> linguagem (24%), verificamos que 43% das<br />

crian ças apresentavam atraso global <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Palavras-chave: Centro <strong>de</strong> Desenvolvimento Referenciação e Intervenção<br />

S105

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!