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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S53<br />

<strong>de</strong> pterígios múltiplos a artrogripose e um fácies característico numa adolescente<br />

com um nível intelectual a<strong>de</strong>quado levou ao diagnóstico <strong>de</strong> Síndroma<br />

<strong>de</strong> Escobar. O estudo <strong>de</strong> biologia molecular efectuado para pesquisa <strong>de</strong><br />

mutações no gene CHRNG foi negativo. Destaca-se a relevância da história<br />

familiar e da observação clínica, como elementos fundamentais para o diagnóstico<br />

diferencial com a Síndroma <strong>de</strong> Noonan e para o aconselhamento<br />

genético <strong>de</strong> doentes com Síndroma <strong>de</strong> Esbobar, particularmente nos casos em<br />

que não é possível i<strong>de</strong>ntificar mutações patogénicas em genes habitualmente<br />

envolvidos na sua etiologia. Discussão: A Síndroma <strong>de</strong> Escobar, ou variante<br />

não letal da Síndroma <strong>de</strong> pterígios múltiplos, é uma doença rara, com cerca<br />

<strong>de</strong> duzentos casos publicados, autossómica recessiva, caracterizada por artrogripose<br />

congénita, múltiplos pterígios e fácies inexpressivo e característico<br />

com perfil achatado, ptose palpebral, hipertelorismo, fendas palpebrais orientadas<br />

para baixo e para fora e micrognatia a que se associa frequentemente<br />

limitação da abertura da boca e baixa implantação dos pavilhões auriculares.<br />

O “gestalt” facial da doente correspon<strong>de</strong> ao padrão habitual <strong>de</strong>scrito na lite -<br />

ratura e constitui, em conjunto com a multiplicida<strong>de</strong> dos pterígios, os ele -<br />

mentos essenciais para o diagnóstico.<br />

Palavras-chave: Escobar, Pterigios Múltiplos, Artrogripose.<br />

os 48 meses. O intervalo entre crises variou entre 2 e 6 semanas. A febre associou-se<br />

a amigdalite exsudativa em 100% (N=18), aftas em 50% (N=9) e<br />

a<strong>de</strong>nopatias cervicais em 27,8% (N=5). Foram avaliadas analiticamente, em<br />

crise, 12 crianças as quais apresentavam Proteína C Reactiva (PCR) com<br />

valo res entre 4,2 e 31,6 mg/dl, mediana <strong>de</strong> 12,4 mg/dl, e contagem <strong>de</strong> leucó -<br />

citos e neutrófilos normal ou aumentada. O teste rápido para o estreptococo<br />

do grupo A (SGA) foi negativo nestas crianças. Em todos os casos, verifi cou-<br />

-se resolução da crise nas 24 horas seguintes após administração <strong>de</strong> predni so -<br />

lona oral (1-2 mg/Kg). Das crianças que foram submetidas a amigdalectomia<br />

(N=11), apenas uma apresentou recorrência <strong>de</strong> crises nos 4 meses seguintes.<br />

Discussão: Neste estudo, a ida<strong>de</strong> e forma <strong>de</strong> apresentação estão <strong>de</strong> acordo<br />

com o <strong>de</strong>scrito na literatura. O valor médio <strong>de</strong> PCR em crise foi elevado, à<br />

semelhança do reportado em outros estudos. Apesar do significado ser incerto,<br />

o valor elevado <strong>de</strong> PCR, associado a teste rápido <strong>de</strong> SGA negativo, po<strong>de</strong>rá<br />

contribuir para o diagnóstico. O reconhecimento do PFAPA permite evitar a<br />

realização <strong>de</strong> exames <strong>de</strong>snecessários e terapêuticas inapropriadas (nomeadamente<br />

antibioticoterapia). Os autores salientam a evolução favorável verifi -<br />

cada após amigdalectomia.<br />

Palavras-chave: PFAPA; febre; amigdalectomia.<br />

PAS83 - Arritmia como forma <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> Esclerose Tuberosa<br />

Mariana Costa 1 ; Cristiana Ribeiro 1 ; Emília Belo 1<br />

1- Unida<strong>de</strong> Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Alto Minho<br />

A esclerose Tuberosa é uma doença neurocutânea autossómica dominante,<br />

com uma incidência <strong>de</strong> aproximadamente 1 em 5000 a 10000 nado-vivos. É<br />

caracterizada por várias aspectos que incluem hamartomas benignos múlti -<br />

plos, que envolvem vários órgãos. O seu diagnóstico é clínico e a expressão<br />

da doença varia consi<strong>de</strong>ravelmente. Mutações em dois genes, TSC1 e TSC2,<br />

foram i<strong>de</strong>ntificados em famílias com Esclerose Tuberosa. Os autores apresentam<br />

o caso <strong>de</strong> um recém-nascido <strong>de</strong> 18 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> que foi trazido ao<br />

Serviço <strong>de</strong> Urgência por recusa alimentar, vómitos e prostração. Ao Exame<br />

Físico notou-se uma taquicardia (279 batimentos por minuto) e má perfusão<br />

periférica. O electrocardiograma revelou taquicardia supraventricular, que<br />

reverteu após a adiministração <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nosina. Foi medicado com propanolol e<br />

a taquicardia não recorreu O ecocardiograma mostrou vários tumores dispersos<br />

pelo coração, sugestivos <strong>de</strong> rabdomiomas. A ressonância magnética cerebral<br />

revelou hamartomas subependimários em ambos os ventrículos laterais.<br />

A ecografia abdominal e o exame oftalmológico eram normais. O estudo<br />

genético revelou uma mutação no gene TSC1 o que confirmou o diagnóstico<br />

clínico. Ambos os pais e o seu irmão <strong>de</strong> 5 anos são aparentemente saudáveis.<br />

Esta família foi orientada para consulta <strong>de</strong> Genética. Discussão: a Esclerose<br />

Tuberosa <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada como hipótese diagnóstica numa criança com<br />

estes sinais e sintomas associada a estes achados nos exames Auxiliares <strong>de</strong><br />

Diagnóstico mesmo com uma história familiar negativa. Apenas um terço dos<br />

casos <strong>de</strong> Esclerose Tuberosa são familiares e aparentemente casos não fami -<br />

liares po<strong>de</strong>m representar quer mutações espontâneas quer mosaicismo. Uma<br />

vez que existe uma gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> clínica associada, é importante<br />

excluir a mutação nos pais <strong>de</strong>vido ao risco para futuras gestações.<br />

Palavras-chave: Arritmia; esclerose tuberosa.<br />

PAS84 - Casuística <strong>de</strong> PFAPA da Consulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do CHMA<br />

Cláudia Melo 1 ; Janine Coelho 1 ; Daniel Gonçalves 1 ; Fernanda Carvalho 1 ;<br />

Sónia Carvalho 1<br />

1- Centro Hospitalar Médio Ave - Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Famalicão<br />

Introdução: O PFAPA (acrónimo <strong>de</strong> Periodic Fever, Aphtas, Pharyngitis and<br />

Cervical A<strong>de</strong>nopathies) é um síndrome febril periódico <strong>de</strong> etiologia <strong>de</strong>sco -<br />

nhe cida caracterizado por episódios regulares <strong>de</strong> febre associada a pelo<br />

menos um dos seguintes: a<strong>de</strong>nopatia cervical, faringite ou estomatite aftosa.<br />

Os episódios <strong>de</strong> febre têm a duração <strong>de</strong> 3 a 6 dias, com intervalos <strong>de</strong> 2 a 6<br />

semanas, encontrando-se a criança assintomática entre as crises. O uso <strong>de</strong><br />

corticói<strong>de</strong> oral na crise origina geralmente resolução sintomática. Objectivos:<br />

Descrever a apresentação e evolução clínica das crianças com diagnóstico<br />

<strong>de</strong> PFAPA seguidas na Consulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>. Metodologia: Foram revistos<br />

os processos clínicos das crianças que cumpriram os critérios <strong>de</strong> diag -<br />

nóstico <strong>de</strong> PFAPA, seguidas na Consulta <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>, entre Julho <strong>de</strong> 2004 e<br />

Julho <strong>de</strong> 2010 e recolhidos dados relativos a sexo, ida<strong>de</strong> à data <strong>de</strong> apresentação<br />

e <strong>de</strong> diagnóstico, forma <strong>de</strong> apresentação, exames realizados, trata mento<br />

e evolução clínica. Resultados: Entre as 18 crianças i<strong>de</strong>ntificadas, 72,2%<br />

eram do sexo masculino (N=13) e 27,8% do sexo feminino (N=5). A ida<strong>de</strong><br />

media na <strong>de</strong> início da sintomatologia foi <strong>de</strong> 16,5 meses, variando entre os 7 e<br />

Área Científica - Endocrinologia<br />

PAS85 - Ginecomastia e não só…<br />

Diana Gonzaga 1 ; Luísa Araújo 2 ; Patrícia Nascimento 2 ; Anabela Ban<strong>de</strong>ira 1 ;<br />

Helena Cardoso 1 ; Cida<strong>de</strong> Rodrigues 2 ; Teresa Borges 1<br />

1- Centro Hospitalar do Porto- Unida<strong>de</strong> Hospital Santo António; 2- Centro<br />

Hospitalar do Porto- Unida<strong>de</strong> Hospital Maria Pia<br />

Introdução: A ginecomastia é um motivo frequente <strong>de</strong> referenciação para a<br />

consulta <strong>de</strong> endocrinologia pediátrica. O fenótipo marfanoi<strong>de</strong> representa um<br />

<strong>de</strong>safio clínico, implicando consi<strong>de</strong>rar vários diagnósticos diferenciais.<br />

Descrição do Caso: Adolescente do sexo masculino, actualmente com 18<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, referenciado à consulta <strong>de</strong> Endocrinologia Pediátrica por<br />

ginecomastia bilateral notada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Trata-se <strong>de</strong> um filho<br />

único, <strong>de</strong> pais jovens, não consanguíneos. Antece<strong>de</strong>ntes pessoais e familiares<br />

irrelevantes. À data da primeira observação, 16 anos e 6 meses apresentava<br />

um hábito marfanoi<strong>de</strong> caracterizado por: membros longilíneos com tronco<br />

curto, aracnodactilia, escoliose dorsal, hiperlaxi<strong>de</strong>z articular, pés planos, sem<br />

outras dismorfias. Verificada ginecomastia bilateral exuberante, sem sinais<br />

inflamatórios ou escorrência mamária. Peso 56,7 Kg, estatura 173 cm (P46,2;<br />

SDS - 0,09), IMC 18,9 Kg/m2 (P27,4; SDS -0,6); Envergadura 171 cm.<br />

Estadio pubertário IV-V (volume testicular 12-15 ml). Auscultação cardíaca<br />

sem alterações; restante exame normal. Perante o hábito marfanoi<strong>de</strong> foi efectuada<br />

a seguinte investigação: ecocardiograma e avaliação por oftalmologia<br />

normais; estudo hormonal incluindo βHCG, Sulfato <strong>de</strong>hidroepiandrosterona,<br />

estradiol, testosterona, FSH, LH e função tiroi<strong>de</strong>ia normais; Cariótipo 46 XY.<br />

Ecografia mamária revelou ginecodiopomastia bilateral. De realçar 2 doseamentos<br />

<strong>de</strong> homocisteína &gt;15 μmol/L com metionina e cisteína normais.<br />

Perante hiperhomocisteinemia persistente pediu-se o estudo molecular do<br />

polimorfismo da Metileno Tetrahidrofolato Redutase (MTHFR) que <strong>de</strong>monstrou<br />

mutação 677C&gt;T em homozigotia. Realizou-se doseamento <strong>de</strong> vitamina<br />

B12 normal, vitamina B6 e ácido fólico diminuídos. Foi orientado para<br />

consulta <strong>de</strong> cirurgia pediátrica para correcção cirúrgica <strong>de</strong> ginecomastia.<br />

Discursão: A ginecomastia nem sempre é idiopática, necessitando muitas<br />

vezes <strong>de</strong> investigação complementar. A hiperhomocisteinemia é um factor <strong>de</strong><br />

risco in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> doença vascular aterosclerótica e trombose venosa e<br />

arterial. Ocorre <strong>de</strong>vido a diversas causas, sendo o polimorfismo termolábil da<br />

MTHFR uma causa genética frequente.<br />

Palavras-chave: Ginecomastia, hábito marfanoi<strong>de</strong>, hiperhomocisteinemia.<br />

PAS86 - Doença <strong>de</strong> Addison - A Propósito <strong>de</strong> um Caso Clínco<br />

Marília José Marques Galinha 1 ; M S. Andra<strong>de</strong> 2 ; E Júlia 1 ; L Lopes 2 ; G Fonseca 2<br />

1- Hospital Rainha Santa Isabel - Centro hospitalar Medio Tejo ; 2- Hospital<br />

Dona Estefânia - Centro Hospitalar Lisboa Central<br />

Introdução: A doença <strong>de</strong> Addison (DA) é uma situação rara, em especial na<br />

ida<strong>de</strong> pediátrica. Nas crianças, para além das causas e síndromes auto-imu -<br />

nes, po<strong>de</strong>m também estar-lhe associadas causas metabólicas, infecciosas e<br />

genéticas. Os autores <strong>de</strong>screvem um caso clínico <strong>de</strong> DA num adolescente do<br />

sexo masculino. Caso Clínico: Adolescente <strong>de</strong> 14 anos que recorreu a um<br />

serviço <strong>de</strong> urgência hospitalar por um quadro <strong>de</strong> astenia, anorexia, cansaço<br />

S53

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