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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S114<br />

como orientação terapêutica. É ainda necessário uniformizar as atitu<strong>de</strong>s tera -<br />

pêuticas, sobretudo relativamente à analgesia e localização da sonda<br />

(nasogástrica vs nasojejunal).<br />

Palavras-chave: Pancreatite Aguda, terapêutica,dor abdominal.<br />

PD192 - Doença Celíaca - Alerta para diferentes formas <strong>de</strong> apresentação<br />

Ecaterina Scortenschi 1 ; Susana Moleiro 1 ; Luísa Gaspar 1 ; Ana Mariano 1 ; Maria<br />

João Virtuoso 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> Faro, E.P.E.<br />

Introdução: A doença celíaca é uma enteropatia auto-imune <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada<br />

pela exposição à gliadina em indivíduos geneticamente susceptíveis,<br />

traduzindo-se por um síndrome <strong>de</strong> má absorção. Estima-se que entre os 2,5 e<br />

os 15 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> afecte aproximadamente 1:300 a 1:80 crianças. Pelo facto<br />

<strong>de</strong> existir geralmente um atraso entre o início dos sintomas e o diagnóstico,<br />

acredita-se que é uma situação subdiagnosticada. Nesse sentido, os autores<br />

alertam para as várias formas <strong>de</strong> apresentação relatando 3 casos clínicos.<br />

Caso Clínico 1 - Criança do sexo feminino <strong>de</strong> 22 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, que recorreu<br />

ao Serviço <strong>de</strong> Urgência (SU) por má progressão pon<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 6<br />

meses <strong>de</strong> vida, associada a recusa alimentar parcial e <strong>de</strong>jecções pastosas<br />

abundantes. Ao exame físico apresentava-se emagrecida, mucosas pálidas,<br />

com acentuada redução da massa muscular e tecido adiposo nos membros,<br />

ná<strong>de</strong>gas e tórax, contrastando com um abdómen volumoso e distendido. Caso<br />

Clínico 2 - Criança do sexo masculino <strong>de</strong> 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, referenciado à consulta<br />

<strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> por anemia ferropénica refractária à terapêutica com ferro<br />

oral. O exame objectivo não revelou alterações significativas. Caso Clínico 3<br />

- Criança do sexo masculino <strong>de</strong> 11 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, que recorreu ao SU por<br />

anorexia, diarreia alternando com obstipação, vómitos periódicos e perda<br />

pon<strong>de</strong>ral não quantificada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 9 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. O exame objectivo não<br />

revelou alterações significativas. Em todos os casos clínicos verificou-se<br />

anticor pos anti-transglutaminase tecidular (IgG + IgA) elevados, sendo o<br />

diag nóstico <strong>de</strong>finitivo confirmado posteriormente por biópsia intestinal.<br />

Comentários: A forma clássica <strong>de</strong> apresentação da doença celíaca, <strong>de</strong>scrita<br />

no primeiro caso clínico, é cada vez menos observada. Desse modo, o índice<br />

<strong>de</strong> suspeita <strong>de</strong>ve ser elevado, sobretudo nos grupos <strong>de</strong> risco e nas formas paucisintomáticas<br />

ou extra-intestinais. O diagnóstico precoce e posterior a<strong>de</strong>são<br />

a uma dieta isenta <strong>de</strong> glúten são importantes, não só para alívio sintomático,<br />

nomeadamente das queixas gastrointestinais, mas também para a redução a<br />

longo prazo do risco <strong>de</strong> doenças neoplásicas (a<strong>de</strong>nocarcinoma do intestino<br />

<strong>de</strong>lgado, linfoma não Hodgkin) ou outras morbilida<strong>de</strong>s (osteoporose, inferti -<br />

li da<strong>de</strong> ou abortos <strong>de</strong> repetição, doença neurológica ou psiquiátrica).<br />

Palavras-chave: Anticorpo anti-transglutaminase, doença celíaca.<br />

PD193 - Enteropatia Exsudativa - Abordagem diagnóstica em <strong>Pediatria</strong><br />

Miguel André Fragata Correia 1 ; Inês Salva 1 ; Rita Machado 1 ; Rute Silva 1 ;<br />

Maria João Brito 1 ; José Cabral 1<br />

1- Hospital Dona Estefânia<br />

Introdução: A gastrenteropatia exsudativa não é uma doença única, mas consequência<br />

<strong>de</strong> vários processos fisiopatológicos que resultam na perda <strong>de</strong> proteínas<br />

para o tracto gastrointestinal. Po<strong>de</strong> ser a manifestação primária ou a<br />

componente <strong>de</strong> várias doenças, pelo que representa um <strong>de</strong>safio diagnóstico<br />

em <strong>Pediatria</strong>. Caso 1: Criança <strong>de</strong> 3 meses que inicia diarreia, cerca <strong>de</strong> 15<br />

<strong>de</strong>jecções/dia, com muco, prostração, aumento do volume abdominal e escrotal<br />

e perda pon<strong>de</strong>ral. Analiticamente apresentava hipoproteinémia (3,1g/dL),<br />

hipoalbuminemia (1,9g/dL)). No 2º dia <strong>de</strong> vida tinha sido sujeito a cirurgia<br />

por hérnia diafragmática e má rotação completa intestinal com gastrojejunostomia<br />

por pâncreas anular e malformação do duo<strong>de</strong>no. Da investigação etio -<br />

lógica a referir serologia para CMV compatível com infecção aguda e viruria<br />

para CMV positiva. Apresentava também IgE específicas classe 2 para a<br />

caseína. A endoscopia digestiva mostrou espessamento <strong>de</strong> pregas mucosas<br />

gástricas compatível com gastropatia hipertrófica e inflamação da mucosa<br />

cólica. As biópsias revelaram e<strong>de</strong>ma e congestão vascular da mucosa gás -<br />

trica, ligeira atrofia vilositária duo<strong>de</strong>nal e jejunal sem infiltrado inflamatório<br />

e hemorragia superficial na mucosa do cólon. Após Instituição <strong>de</strong> fórmula<br />

extensamente hidrolisada houve melhoria clínica. Caso 2: Criança <strong>de</strong> 2 anos<br />

com vómitos, diarreia, e<strong>de</strong>ma palpebral, maleolar e das mãos. Tinha ante ce -<br />

<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> rim único com refluxo vésico-ureteral. Analiticamente apresentava<br />

hipoproteinémia (3,16g/dL), hipoalbuminemia (2,4g/dL) e hipogamaglobulinemia.<br />

Coproculturas, pesquisas <strong>de</strong> vírus entéricos e giardia negativas e<br />

serologias para yersinia enterocolitica, campylobacter jejuni e EBV negativas.<br />

Apresentava IgM equívoca e IgG positiva para CMV com avi<strong>de</strong>z da IgG<br />

fraca. A endoscopia digestiva alta mostrou estômago com mucosa muito<br />

e<strong>de</strong>maciada, friável e com exsudado na zona do fundo gástrico com pregas<br />

normais; sem outras alterações. A biopsia revelou hiperplasia foveolar, dila -<br />

tação quística com atrofia e infiltrado inflamatório da mucosa gástrica, tendo<br />

sido realizado o diagnóstico final <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> Menetrier. Discussão: Os<br />

aspectos atípicos <strong>de</strong>stes dois casos po<strong>de</strong>m estar presentes num doente com<br />

enteropatia exsudativa. Os aspectos da biopsia e apresentação clínica no<br />

primeiro caso colocam dúvidas no diagnostico etiológico e orientação tera -<br />

pêutica e no segundo caso em relação a outros diagnósticos diferenciais.<br />

Palavras-chave: Enteropatia, citomegalovírus.<br />

PD194 - Colecistite Aguda Complicada <strong>de</strong> Sépsis<br />

Eulalia Viveiros 1 ; Joana Oliveira 1 ; António Cabral 1 ; Rute Gonçalves 1 ; Carla<br />

Pilar 1 ; Conceição Freitas 1<br />

1- Hospital Central do Funchal<br />

Introdução: A colecistite aguda é uma entida<strong>de</strong> rara na infância. Nos últimos<br />

20 anos a sua incidência tem vindo a aumentar, sendo responsável por 4% das<br />

colicistectomias. A colecistite aguda po<strong>de</strong> ser calculosa ou acalculosa, ambas<br />

caracterizadas por inflamação da vesícula biliar. Alguns factores <strong>de</strong> risco são<br />

semelhantes, mas a colecistite acalculosa está mais frequentemente associada a<br />

doenças sistémicas. A colelitíase em crianças saudáveis é incomum, apresentando<br />

uma incidência <strong>de</strong> 0.15% a 0,22%. O atraso no seu diagóstico <strong>de</strong>ve-se ao<br />

baixo índice <strong>de</strong> suspeição. Caso Clínico: Criança <strong>de</strong> 5 anos, sexo femi nino,<br />

raça caucasiana, recorre ao Serviço <strong>de</strong> Urgência por quadro <strong>de</strong> dor no hipocôndrio<br />

direito, com dois dias <strong>de</strong> evolução, persistente, associado a vómitos e<br />

febre. Sem história prévia <strong>de</strong> antibioticoterapia ou anemia hemolí tica. À entrada<br />

apresentava-se queixosa, estado geral conservado, anictérica, eupneica e<br />

febril. Abdómen doloroso à palpação profunda no hipocôndrio direito. Analiti -<br />

camente: leucocitose com neutrofilia, ALT: 14 U/L, AST 25 U/L e PCR 340<br />

mg/dL. Urina tipo II sem alterações, mas sedimento com alguns leucócitos e<br />

piócitos. Realizou uma ecografia abdominal que foi incon clusiva. Foi inter nada<br />

para vigilância e iniciou cefuroxime. Às 24 horas <strong>de</strong> internamento apresentou<br />

agravamento do quadro clínico com Murphy vesicular, acompanhado <strong>de</strong> rash<br />

petequial compatível com sépsis. Efectou transfusão <strong>de</strong> plasma fresco congelado<br />

e iniciou ceftriaxone com melhoria clínica e laboratorial. Repetiu ecografia<br />

abdominal que revelou vesícula bi liar <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s distendidas … lúmen com<br />

múltiplas imagens <strong>de</strong> pequenas dimensões hiperecogénicas – microlitíase, sem<br />

ectasia das vias biliar”. Optou-se por antibioticoterapia dirigida com Pipera ci -<br />

lina/Tazob<strong>acta</strong>m. A hemocultura foi negativa e a urocultura positiva com isolamento<br />

<strong>de</strong> E. Coli 105. Teve alta ao 21º dia <strong>de</strong> internamento, com colangiorressonância<br />

magnética progra mada. Foi submetida a colecistectomia electiva por<br />

via laparoscópica, que revelou lama vesicular, sem evidência <strong>de</strong> cálculos. Conclusão:<br />

Os autores relatam um caso <strong>de</strong> colecistite aguda complicada <strong>de</strong> sépsis<br />

e preten<strong>de</strong>m realçar a importância do seu diagnóstico diferencial em crianças<br />

com dor abdominal. Enfatizam o valor da semiologia clínica e da ecografia para<br />

o correcto diagnóstico da patologia, <strong>de</strong> modo a evitar atempadamente o risco <strong>de</strong><br />

sépsis, gangrena e perfuração da vesícula biliar.<br />

Palavras-chave: Colecistite aguda, colelitiase, colecistite acalculosa,<br />

colecis tectomia.<br />

Área Científica - Infecciologia<br />

PD195 - Gripe A - Pesquisa <strong>de</strong> Vírus Influenza A (H1N1) no Serviço <strong>de</strong><br />

<strong>Pediatria</strong> <strong>de</strong> um Hospital Central<br />

Duarte Malveiro 1 ; Pedro Flores 1 ; Eduarda Sousa 1 ; José Carlos Guimarães 1<br />

1- Hospital <strong>de</strong> São Francisco Xavier - CHLO<br />

Introdução: A infecção pelo Vírus Influenza A (H1N1) associa-se a eleva dada<br />

morbilida<strong>de</strong>, absentismo escolar e baixa mortalida<strong>de</strong>. A maioria dos casos são<br />

auto-limitados e ligeiros a mo<strong>de</strong>rados, mas foram reportados casos graves,<br />

incluindo formas fatais. As crianças e adultos jovens têm taxas elevadas <strong>de</strong><br />

infecção, constituindo as crianças com ida<strong>de</strong> inferior a 2 anos um grupo <strong>de</strong><br />

risco para doença grave. O diagnóstico laboratorial po<strong>de</strong> ser feito por RT-PCR.<br />

Métodos: Realizou-se um estudo retrospectivo das crianças que que foram<br />

submetidas a Pesquisa do Virus Infleunza A (H1N1) por RT-PCR, entre Setem -<br />

bro e Dezembro <strong>de</strong> 2009, no Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> <strong>de</strong> um Hospital Central.<br />

Avaliaram-se os seguintes parâmetros: sexo, ida<strong>de</strong>, sintomatologia, o motivo,<br />

regime (internamento/ambulatório), resultado e dia <strong>de</strong> doença em que se fez o<br />

teste, e a distribuição dos mesmos em função da activida<strong>de</strong> gripal em Portugal.<br />

Resultados: Durante os 4 meses foram realizados 351 testes, 51,7% a crianças<br />

S114

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