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acta pediátrica portuguesa - Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Acta Pediatr Port 2010:41(5):S118<br />

PD207 - Tumefacção cervical em ida<strong>de</strong> pediátrica – dois casos, duas<br />

abordagens<br />

Cátia Sousa 1 ; Inês Sobreira 1 ; M. Rita Soares 1 ; Ana Raposo 1 ; Silveira Soares 1 ;<br />

C. Pereira Duarte 1<br />

1- Hospital do Divino Espírito Santo - Ponta Delgada<br />

O Abcesso Retrofaríngeo, infecção dos tecidos profundos <strong>de</strong> pescoço, é uma<br />

infecção grave que po<strong>de</strong> cursar com complicações ameaçadoras da vida, por<br />

compromisso da via aérea, invasão <strong>de</strong> estruturas contíguas ou sépsis. Caso 1:<br />

Menina, 21 meses, recorre ao serviço <strong>de</strong> Urgência (SU) por respiração ruidosa<br />

com 10 dias <strong>de</strong> evolução, associados há 48h a estridor e tumefacção cervical<br />

direita. Ao exame objectivo: tumefacção cervical direita, limites mal<br />

<strong>de</strong>finidos, poupando o ângulo da mandíbula. Analiticamente: leucocitose com<br />

neutrofilia, aumento da PCR. A TC cervical <strong>de</strong>mostrou abcesso retrofaríngeo.<br />

No internamento iniciou antibioticoterapia <strong>de</strong> amplo espectro. No 2º dia foi<br />

submetida a drenagem cirúrgica. Isolou-se no exame cultural Streptococcus<br />

pyogenes. Teve alta ao 12º dia <strong>de</strong> internamento. Caso 2: Lactente, sexo feminino,<br />

5 meses, medicada duas semanas antes com cefaclor por infecção respiratória,<br />

recorre ao SU febre com dois dias <strong>de</strong> evolução, estridor, diminuição<br />

da ingestão alimentar e tumefacção cervical direita. Ao exame objectivo:<br />

lactente com ar doente, tumefacção cervical direita, <strong>de</strong> limites mal <strong>de</strong>finidos,<br />

poupando o ângulo da mandíbula. Analiticamente: leucocitose com neutro -<br />

filia, trombocitose, aumento da PCR. Realizou ecografia que mostrou<br />

provável quisto branquial infectado. Deci<strong>de</strong>-se internamento, tendo iniciado<br />

antibioticoterapia <strong>de</strong> amplo espectro. No 2º dia por não apresentar melhoria,<br />

realizou-se TC cervical, mostrando um extenso abcesso retrofaríngeo, com<br />

<strong>de</strong>svio das estruturas da linha média. Foi realizada entubação electiva, sendo<br />

transferida para Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuidados Intensivos Pediátricos <strong>de</strong> Hospital<br />

Terciário, on<strong>de</strong> permaneceu durante 10 dias, com alta para o domicílio ao 14º<br />

dia. Os abcessos retrofaríngeos mantêm-se um <strong>de</strong>safio diagnóstico pela hete -<br />

ro genicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentação. O estridor encontra-se em apenas 5% dos<br />

casos. Na maioria das vezes <strong>de</strong>snecessária intervenção cirúrgica, mas a orientação<br />

terapêutica é sempre guiada pela evolução clínica. Os autores preten<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>monstrar as diferentes abordagens terapêuticas.<br />

Palavras-chave: Tumefacção, antibioticoterapia, drenagem cirúrgica.<br />

PD208 - Doença meningocócica no Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> do CHTMAD: 11<br />

anos <strong>de</strong> experiência<br />

Joana Cotrim 1 ; Joana Carvalho 1 ; António Pereira 1 ; Cristina Cândido 1 ; Fátima<br />

Dias 1<br />

1- Centro Hospitalar <strong>de</strong> Trás os Montes e Alto Douro, Vila Real<br />

Introdução: A doença meningocócica invasiva é uma importante patologia<br />

em ida<strong>de</strong> pediátrica, com morbilida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relevo e potencialida<strong>de</strong><br />

para o aparecimento <strong>de</strong> casos secundários e surtos, sendo por isso <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>claração obrigatória. De todos os serogrupos <strong>de</strong> Neisseria meningitidis<br />

envolvidos na doença, o serogrupo C é um dos responsáveis pela maioria da<br />

doença no nosso país. Em Portugal foi introduzida a vacina contra a doença<br />

invasiva pelo meningococo C no Plano Nacional <strong>de</strong> Vacinação em 2006.<br />

Dada a conhecida eficácia da vacina e as elevadas taxas <strong>de</strong> cobertura vacinal,<br />

crê-se que a vacina tenha mudado a epi<strong>de</strong>miologia local da doença<br />

meningocócica. Objectivos: Avaliar a frequência da doença meningocócica<br />

na área <strong>de</strong> influência do Hospital <strong>de</strong> Vila Real, i<strong>de</strong>ntificar aspectos relacionados<br />

com a semiologia, terapêutica e evolução clínica e discutir o impacto da<br />

vacina contra o meningococo C na epi<strong>de</strong>miologia local da doença. Métodos:<br />

Análise retrospectiva dos processos clínicos <strong>de</strong> doentes internados por<br />

doença meningocócica no serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong> da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vila Real no<br />

período <strong>de</strong> Janeiro 1999 a Dezembro 2009. Variáveis analisadas: proveniência,<br />

ano <strong>de</strong> internamento, ida<strong>de</strong>, sexo, manifestações clínicas e complicações,<br />

local <strong>de</strong> isolamento <strong>de</strong> agente, serogrupo, duração <strong>de</strong> tratamento, evolução.<br />

Análise e tratamento estatístico em Excel e SPSS. Resultados: Registaramse<br />

35 casos <strong>de</strong> doença meningocócica no período analisado, com características<br />

semiológicas semelhantes às <strong>de</strong>scritas na literatura, com predomínio nos<br />

meses frios e em faixas etárias mais baixas; ocorreu um pico <strong>de</strong> doença em<br />

2002; apenas se i<strong>de</strong>ntificou Neisseria meningitidis dos serogrupos B e C; a<br />

manifestação clínica mais frequente foi meningococémia com meningite, à<br />

qual se associou a maioria das complicações; a terapêutica instituída foi eficaz<br />

e conseguiu-se a<strong>de</strong>quada profilaxia dos contactos; a evolução foi favorá -<br />

vel e não se registou nenhum óbito. Des<strong>de</strong> 2001 e até 2009 o número médio<br />

<strong>de</strong> casos por ano diminuiu em 65% e no período <strong>de</strong> 2006 a 2009 não se veri -<br />

ficou nenhum caso <strong>de</strong> doença meningocócica atribuída ao serogrupo C.<br />

Comentários: O meningococo C era um importante agente <strong>de</strong> doença<br />

meningocócica na área <strong>de</strong> influência do hospital <strong>de</strong> Vila Real; a vacina parece<br />

ter um impacto significativo na epi<strong>de</strong>miologia local da doença, sem evidência<br />

<strong>de</strong> reposição <strong>de</strong> serogrupo.<br />

Palavras-chave: Doença Meningocócica, Neisseria Meningitidis serogrupo<br />

C, Vacina contra Meningococo C.<br />

PD209 - Casuística <strong>de</strong> Linfa<strong>de</strong>nites num Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong><br />

Lígia Paulos 1 ; Beatriz Vale 2 ; Maria Manuel Zarcos 1<br />

1- Hospital Santo André, Leiria; 2- Hospital Pediátrico <strong>de</strong> Coimbra<br />

Introdução:As linfa<strong>de</strong>nites agudas são frequentes em <strong>Pediatria</strong> e em 40 a<br />

80% dos casos são causadas por estafilococos ou estreptococos, <strong>de</strong>vendo o<br />

tratamento antibiótico abranger sempre estes dois agentes. Investigação complementar<br />

<strong>de</strong>ve ser realizada na ausência <strong>de</strong> melhoria clínica após 10 a 14<br />

dias <strong>de</strong> tratamento. Objectivos: Caracterização dos internamentos por linfa -<br />

<strong>de</strong>nites no Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong>. Material e métodos: Estudo retrospectivo<br />

<strong>de</strong>scritivo. Amostra constituída pelas crianças internadas Serviço <strong>de</strong> <strong>Pediatria</strong><br />

com diagnóstico <strong>de</strong> linfa<strong>de</strong>nite entre Janeiro 2000 a Dezembro <strong>de</strong> 2009.<br />

Variáveis analisadas: sexo e ida<strong>de</strong>, tempo <strong>de</strong> internamento, clínica, exames<br />

complementares, terapêutica e evolução. Resultados: No período estudado,<br />

foram internadas 43 crianças, sem predomínio entre os sexos (51% do sexo<br />

feminino), mediana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 2.8 anos, 26% com ida<strong>de</strong> igual ou inferior a<br />

1 ano. Sem diferenças na incidência relativamente às diferentes épocas do<br />

ano. Tinham dimensões iguais ou superiores a 3cm 74% das lesões sendo a<br />

localização submandibular a mais frequente (47%) seguida da cervical<br />

(33%). Os sinais inflamatórios locais estavam presentes na quase totalida<strong>de</strong><br />

dos casos (90%) e a febre em 68%. Existia infecção concomitante em 51%<br />

das crianças, predominantemente das vias aéreas superiores (23%). Foi reali -<br />

zada ecografia em 79% e investigação analítica em 67% (52% com leucocitose<br />

e 69% com proteína C reactiva aumentada). Foram realizados outros<br />

exames complementares num terço dos casos sobretudo serologias para vírus<br />

Epstein Barr, Citomegalovirus, Toxoplasmose e Bartonella. Estavam a fazer<br />

antibiótico oral antes do internamento 39% dos doentes.A antibioticoterapia<br />

endovenosa foi efectuada em 95% dos casos, com -lactâmico em todos os<br />

casos (44% com flucloxacilina e 39% com cefuroxime), com uma duração<br />

média <strong>de</strong> 5.6 dias. A drenagem cirúrgica foi efectuada em 28% dos casos. O<br />

agente etiológico foi isolado em 6 casos: 5 culturas <strong>de</strong> exsudato positivas para<br />

Staphylococcus aureus e 1 hemocultura a Streptococcus agalactea. A evolu -<br />

ção clínica favorável em todos os casos. Comentários: À semelhança da lite -<br />

ratura as linfan<strong>de</strong>nites surgem nos grupos etários mais baixos. A gran<strong>de</strong> maioria<br />

dos casos resolveu com antibioticoterapia, sendo a drenagem cirúrgica<br />

necessária em cerca <strong>de</strong> um terço. Destaca-se neste estudo o número reduzido<br />

<strong>de</strong> agentes etiológicos isolados, <strong>de</strong>vendo ser realizado um maior esforço na<br />

sua i<strong>de</strong>ntificação.A evolução clínica favorável é comum.<br />

Palavras-chave: Linfa<strong>de</strong>nite, antibioticoterapia, drenagem cirúrgica.<br />

PD210 - O Lado Complicado da Varicela<br />

Manuel Ferreira <strong>de</strong> Magalhães 1 ; Hugo Castro 1 ; Cristina Figueiredo 1 ; Manuela<br />

Gaspar 1 ; Marisa Vicente 1 ; Jesus Balseiro 1<br />

1- Centro Hospitalar <strong>de</strong> Setúbal - Hospital S. Bernardo<br />

A varicela é uma doença causada por uma infecção primária pelo vírus<br />

varicela-zoster (VZV) e é caracterizada por um exantema vesicular difuso<br />

pruriginoso. Em Portugal a vacina da varicela não está incluída no Plano<br />

Nacional <strong>de</strong> Vacinação (PNV) e estima-se que 94,2% da população portu -<br />

guesa seja seropositiva para VZV aos 19 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A varicela é uma<br />

doença benigna e auto-limitada, contudo po<strong>de</strong> ter complicações por sobreinfecção<br />

bacteriana (celulite, pio<strong>de</strong>rmite, artrite, osteomielite) ou pelo próprio<br />

VZV (encefalite, pneumonia). Estas são preocupantes e po<strong>de</strong>m ter uma evo -<br />

lução fatal. Apresenta-se uma revisão dos casos <strong>de</strong> varicela complicada, em<br />

ida<strong>de</strong> pediátrica, internados num hospital nível dois, nos primeiros 8 meses<br />

<strong>de</strong> 2010. Foram internadas seis crianças com o diagnóstico <strong>de</strong> varicela que<br />

<strong>de</strong>senvolveram as seguintes complicações: uma celulite periorbitária, duas<br />

pio<strong>de</strong>rmites, duas artrites sépticas do joelho e uma encefalite. Todos os internamentos<br />

<strong>de</strong>correram no período entre o final da Primavera e o início do<br />

Verão. A média <strong>de</strong> dias <strong>de</strong> internamentos foi <strong>de</strong> 9,2 dias, com uma mediana<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 29 meses e uma predominância do sexo masculino (5:1). As<br />

artrites sépticas foram sujeitas a drenagem cirúrgica do <strong>de</strong>rrame intra-arti -<br />

cular pela equipa <strong>de</strong> Ortopedia. Também num caso <strong>de</strong> pio<strong>de</strong>rmite foi reali -<br />

zada drenagem cirúrgica. Assim, das seis varicelas complicadas, cinco <strong>de</strong>ve -<br />

ram-se a infecção bacteriana secundária (celulite periorbitária, pio<strong>de</strong>rmites e<br />

artrites sépticas), tendo sido isolado Staphylococcus aureus no exsudado<br />

cutâneo <strong>de</strong> um dos casos <strong>de</strong> pio<strong>de</strong>rmite e Streptococcus pyogenes no líquido<br />

S118

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