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tecnologia e intera - UTFPR

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falante e até mesmo o balão mudo, que se apresenta vazio. Em quase todos os balões, enfim, são<br />

apresentadas relações ideogramáticas entre imagem e conteúdo expresso. O balão propriamente<br />

dito não corresponde a nenhum objeto da imagem, como lembra Carrier (2000), mesmo assim,<br />

o desenho do balão ajuda o leitor a identificar seu conteúdo expressivo.<br />

Temos que lembrar também que estas marcas na linguagem são claramente influenciadas<br />

pela cultura. Um quadrinho típico de super-herói, gênero muito consolidado e forte nos Estados<br />

Unidos, providencia respostas em relação a um problema diferente dos artistas europeus. A<br />

relação entre texto e gráfico modifica-se não só de continente para continente, mas também de<br />

país para país e de autor para autor. O mesmo problema, que é evidenciar o pensamento em<br />

determinada personagem, tem soluções diferentes em uma história norte-americana, como a de<br />

Jim Starlin e uma européia, como a de Bilal e Dionnet, como podemos conferir na figura 71<br />

No primeiro caso, os balões e seus apêndices são ondulados. Ainda na figura 71, no caso<br />

europeu, apenas o apêndice é em formato de círculos. Isto ocorre pois, como informa Quella-<br />

Guyot (1994) na Europa os quadrinistas têm mais liberdade e mais tempo para trabalhar suas<br />

idéias, haja vista que suas obras são vendidas normalmente no formato álbum, que privilegia<br />

um melhor acabamento e, portanto, uma maior demanda de tempo em sua confecção. Já nos<br />

Estados Unidos, berço histórico da cultura de massa, tudo é feito de forma padronizada, para<br />

que tanto a produção quanto o consumo sejam efetuados de maneira mais rápida. Lá são mais<br />

comuns as revistas de 24 páginas, mensais ou quinzenais, que fazem com que os artistas<br />

trabalhem em formato de parceria, normalmente com uma pessoa fazendo a arte, outra o texto<br />

e uma terceira os balões e letreiros. Esta produção em massa, como é mostrado por Eisner<br />

(2007), naturalmente abre menos possibilidades para a invenção ou a criatividade no que tange<br />

à linguagem dos quadrinhos.

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