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1.4 PRÉ-GUERRA<br />
Em 1938 surge, pelas mãos de Jerry Siegel e Joe Shuster o primeiro dos chamados<br />
“super-heróis”: o Superman. Segundo Jones (2006), os autores basearam-se nas aventuras<br />
do Sombra, bem como na Amazing Stories anteriormente mencionada, mas também em um<br />
romance de aventura de Philip Wylie, intitulado Gladiador, de 1929. Este romance tinha a<br />
premissa científica de um biólogo que transforma o filho em “um supergaroto, um homem<br />
invencível”(JONES, 2006 p.103) que cresce e vira um ser de vitalidade de força incomparáveis,<br />
além de uma moral superior e irrepreensível. O protagonista de Gladiador podia pular mais<br />
alto que uma casa, correr mais rápido que um trem e era imune a tiros e balas de canhão. Patati<br />
e Braga (2006) afirmam que os desenhos e roteiros originais do Superman eram muito mais<br />
simplistas que os que vieram a ser feitos depois pela dupla. Tanto que suas histórias foram<br />
sistematicamente recusadas durante alguns anos. A maior parte das recusas vinha da idéia de<br />
que o público não se identificaria com um protagonista tão perfeito e poderoso.<br />
No entanto, como salienta Eco (2006 p.247), em uma sociedade nivelada e industrial<br />
onde o homem acaba por se tornar apenas um número em um organização, o herói positivo<br />
“deve encarnar, além de todo limite pensável, as exigências de poder que o cidadão comum<br />
nutre e não pode satisfazer.” Ainda segundo Eco (2006), a identificação apontada como difícil<br />
por parte dos leitores, ficou facilitada graças à introdução do alter-ego do herói: Clark Kent.<br />
Kent personaliza o leitor médio. O personagem saiu nas páginas da revista Action Comics e<br />
foi um sucesso tão estrondoso que logo Charles Gaines, responsável pela publicidade e pelas<br />
vendas da editora National Comics Inc (futura DC Comics), decidiu explorar o personagem com<br />
um título só seu. Foi a primeira revista em quadrinhos dedicada inteiramente a um personagem,<br />
como explica Jones (2006).<br />
A revista do personagem tinha altíssima vendagem, batendo consecutivos recordes,<br />
chegando, de acordo com Allen (2007) a vender um milhão de cópias por edição na década<br />
de 1940. Tamanho sucesso faz com que outros artistas tentassem sua sorte ao lançar novos<br />
personagens em roupas extravagantes e poderes fantásticos. O próximo super-herói a ser<br />
criado foi Batman, de Bob Kane e Bill Finger, em 1939. Na visão de Patati e Braga (2006),<br />
Batman era a resposta super-heróica às histórias policiais, bem como Superman era resposta às<br />
aventuras de ficção científica. Sem poderes, contando apenas com sua astúcia, inteligência e a<br />
fortuna de seu alter-ego Bruce Wayne, Batman também povoava o imaginário infanto-juvenil<br />
da década de 1930/40. Com a inserção de Robin, parceiro mirim do herói, mais leitores infantis<br />
se identificaram com as histórias e com os personagens tornando a vendagem dos quadrinhos<br />
do herói morcego até mesmo a ser maior do que a de Superman.<br />
Para Patati e Braga (2006), a partir da introdução de Batman e a consolidação da indústria<br />
de quadrinhos, os demais personagens super-heróicos que apareceram tinham seus perfis<br />
modelados a partir de semelhanças e diferenças em relação a Batman e Superman, novamente<br />
indo ao encontro da idéia de copiar aquilo que produziu grande vendagem. Ainda segundo os