26.07.2014 Views

tecnologia e intera - UTFPR

tecnologia e intera - UTFPR

tecnologia e intera - UTFPR

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

44<br />

Para a autora, o estilo de histórias e desenhos japoneses é totalmente diverso do estilo<br />

ocidental. Isso se dá pois, desde os anos 20 do século passado, os quadrinhos no Japão se<br />

emanciparam da sua contraparte ocidental. Os desenhistas e roteiristas japoneses se<br />

emanciparam das produções ocidentais antes destas dominarem o mercado.<br />

Há, no Japão, até os dias atuais, grande volume não só de títulos de revistas em quadrinhos,<br />

mas também de gênero, como feminino, esportivo, luta, entre outros, que concorrem entre si<br />

pela preferência do leitor. As revistas em geral têm entre 200 e 500 páginas, impressas em papel<br />

de baixa qualidade e os quadrinhos não são coloridos, apesar das páginas da revista poderem<br />

ser. Há revistas cujo papel é verde, ou rosa, ou azul ou ainda preto. Para o leitor japonês,<br />

a presença de cores como plano de fundo da história é o primeiro indicador do significado<br />

do discurso ali presente. Por exemplo, um mangá cujas páginas têm tonalidade preta indicam<br />

mistério, personagens ou tramas que desenvolvam esta idéia.<br />

Há, de acordo com Luyten (2000), dois fatos que possibilitaram este aumento do volume<br />

de quadrinhos no pós-guerra. O primeiro deles foi a publicação de revistas underground,<br />

produzidas na cidade de Osaka e que eram vendidas nas ruas por ambulantes. Também em<br />

Osaka, havia outro modo de comercialização da comunicação de massa: o empréstimo. Havia a<br />

publicação de revistas em quadrinhos apenas para serem consumidas por meio do empréstimo,<br />

a preços muito inferiores aos cobrados por cada edição separadamente. Assim, o leitor pagava<br />

uma taxa mensal e possuía uma cota de empréstimo a ser utilizada pelo período. Na década<br />

de 1950, como informa a autora, havia cerca de 20 mil empreendimentos do estilo no Japão,<br />

que providenciava um lazer barato ao mesmo tempo que incentivava a leitura no período de<br />

crescimento japonês do pós-guerra.<br />

No mesmo período Moya (1986) destaca outras criações ocidentais interessantes, como<br />

o belga Lucky Luke, de Morris e Goscinny. Esta personagem parodiava os filmes e os mitos do<br />

velho oeste norte-americano, que faziam muito sucesso nos cinemas da Europa naquele período<br />

graças aos chamados filmes “B” de faroeste. As características principais destes filmes eram sua<br />

produção, que não era tão esmerada e nem tinham tantos recursos financeiros quanto os filmes<br />

principais de Hollywood, e também o fato de contarem com outro esquema de distribuição,<br />

privilegiando cinemas menores e mais baratos.<br />

Também valendo-se da mídia do cinema, é introduzido o Tio Patinhas, personagem do<br />

grupo Walt Disney que foi criado especificamente para os quadrinhos por Carl Barks, e fazia as<br />

vezes de aventureiro, em conjunto com outros personagens da empresa. Barks se valia de dois<br />

aspectos cinematográficos: primeiramente as personagens Disney, como o Pato Donald, seus<br />

sobrinhos e coadjuvantes, e depois dos filmes, de aventura, que deixavam as salas de cinema (e<br />

posteriormente a frente da televisão) lotadas. Filmes como A Ilha do Tesouro da própria Disney<br />

ou As Aventuras de Capitão Blood encantavam crianças e adolescentes que consumiam tais<br />

filmes tal qual consumiam as histórias dos patos da cidade de Patópolis.<br />

Outra característica interessante do período é a re-popularização dos quadrinhos de<br />

ficção científica, e a popularização dos quadrinhos de terror, que graças à editora EC comics

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!