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tecnologia e intera - UTFPR

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A partir de Maxwell, foi desenvolvido o processo de mescla subtrativa, onde as cores<br />

básicas podiam compor quaisquer outras, uma vez que<br />

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as cores básicas subtrativas são o amarelo, o vermelho-magenta e o azulesverdeado(ciano).<br />

cada uma delas reflete dois terços do espectro e absorve um<br />

terço. O ciano reflete a zona do espectro relativa ao azul-violeta e ao verde, mas<br />

absorve o vermelho-alaranjado. A parte absorvida de luz corresponde sempre à cor<br />

complementar, já que a parte refletida e a absorvida dão juntas a luz branca. (...) a base<br />

inicial da síntese subtrativa é o branco refletido pela totalidade das ondas luminosas<br />

que incidem sobre a superfície de um objeto. Cada cor básica subtrativa subtrai à<br />

reflexão um terço do espectro. A mescla de duas cores básicas subtrativas, como já<br />

vimos, forma uma outra cor. A mescla das três cores básicas subtrativas (amarelo,<br />

vermelho-magenta e ciano) produz o preto.” (FARINA, 1990, p.96)<br />

Com a possibilidade da impressão colorida, tanto produtores quanto consumidores<br />

demandavam por tiras ou histórias coloridas, e os jornais com seus encartes de desenhos coloridos<br />

provocavam intensa batalha entre si. Os dois principais concorrentes, segundo Gordon (2002),<br />

eram New York World, de Joseph Pulitzer e New York Journal, de William Randolph Hearst.<br />

A batalha, ainda segundo o autor, foi desestabilizada a favor de Pulitzer graças ao suplemento<br />

colorido, ilustrado com o garoto com um pijama amarelo. Hearst para não perder vendagem e<br />

consequentemente anunciantes, também desenvolveu um suplemento colorido aos domingos,<br />

além de contratar Outcault para desenvolver o Yellow Kid no Journal. Provava-se assim que a<br />

utilização da cor revertia em vendagem e lucro para os jornais da época.<br />

Quella-Guyot (1994) avisa, porém, que o colorido obtido entre o final do século XIX<br />

e o final da Segunda Guerra Mundial era muito inferior ao que poderia ser obtido depois,<br />

principalmente graças à melhoria dos equipamentos e a adição da cor preta na mistura resultante<br />

da cor. Daí o processo chamar-se quadricromia. Amarelo, magenta, ciano e, para reforçar os<br />

tons mais escuros, preto.<br />

McCloud (2005) diz que o processo de quadricromia, mesmo nesta época, era ainda<br />

instável, e as cores, portanto, mal feitas, fruto tanto da economia de tinta, quanto da competência<br />

das máquinas impressoras do período. McCloud (2005 p.188) informa: “para compensar o ‘efeito<br />

empobrecedor’ do papel jornal e se destacar da concorrência, os heróis foram trajados com cores<br />

primárias e brilhantes e colocados num mundo primário brilhante”. Assim, nos Estados Unidos,<br />

o fator predominante para o uso desta ou daquela cor era seu destaque perante as demais. Porém,<br />

na maioria das páginas, graças ao acúmulo de cores constrastadas intensamente, nenhuma delas<br />

efetivamente predominava.<br />

O papel utilizado tanto nos suplementos dos jornais quanto nas recém instauradas<br />

revistas em quadrinhos, principalmente após a Guerra, também não ajudava. Feito de polpa<br />

de papel, ou seja, o subproduto do papel utilizado para impressos mais “nobres” como livros,<br />

era capaz de apresentar bons resultados quando na impressão de textos apenas com tinta preta.<br />

Com a inserção das cores, o papel já se mostrava inadequado. No entanto, por ser muito barato,<br />

maximizava o lucro dos produtores, tornando além de viável o negócio dos quadrinhos também<br />

possibilitando a entrada das revistas em quadrinhos na indústria cultural.

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