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tecnologia e intera - UTFPR

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212<br />

designam em geral uma classe de fenômenos audiovisuais em que a palavra “técnica” de alguma<br />

forma ofusca a palavra “imagem”. O papel da máquina ou outro mediador técnico se torna tão<br />

determinante que pode por vezes eclipsar ou mesmo substituir o trabalho de concepção de<br />

imagens por parte do sujeito criador. Como a idéia que o “computador faz tudo”, retirando<br />

o artista da concepção da peça, ao mesmo tempo que dá autonomia maior à determinados<br />

profissionais que desenvolvem algum tipo de arte que envolva substancialmente a máquina,<br />

tal qual os webdesigners. Há também uma auto-crítica, uma vez que Dahmer também é artista<br />

plástico, que pode ser visto como um “artista plástico esfomeado”.<br />

Tão esfomeado quanto o “webdesigner pobre”, Dahmer explicita em sua tira a idéia<br />

corrente de que qualquer jovem consegue produzir um website, e que não é necessário<br />

um profissional para realizar este trabalho, deslocando assim os espaços e o valor dos<br />

profissionais.<br />

O desenho de Dahmer também torna a piada mais engraçada, já que a única coisa<br />

colorida na tira são os óculos da personagem no último quadrinho. Assim, Dahmer cria um<br />

estereótipo para o webdesigner, que podemos ver também na figura 173, onde o autor insere os<br />

dizeres “A angústia de um indie”, ironizando o visual, o modismo, as aparências, os discursos<br />

sobre exclusividade, ao mesmo tempo em que brinca com a idéia da massificação das marcas.<br />

Figura 173. Tira 268<br />

Fonte: acesso em 12/01/09<br />

Um indie, abreviação de “independent” é mais uma das facetas da identidade cultural<br />

global. Hall (2006) explica que o indivíduo pode, graças aos bens de consumo, criar sua<br />

identidade em qualquer parte do mundo, tal como Gordon (2002) já havia explicado. Para Hall<br />

(2006),<br />

Quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global de estilos, lugares<br />

e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de<br />

comunicação globalmente interligados, mais as identidades se tornam desvinculadas<br />

- desalojadas - de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem ‘flutuar<br />

livremente’. Somos confrontados por uma gama de diferentes identidades (cada qual<br />

nos fazendo apelos, ou melhor, fazendo apelos a diferentes partes de nós), dentre<br />

as quais parece possível fazer uma escolha. Foi a difusão do consumismo, seja<br />

como realidade, seja como sonho, que contribuiu para este efeito de “supermercado<br />

cultural”.

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