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tecnologia e intera - UTFPR

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89<br />

Figura 44. Tira 524<br />

Fonte: acesso em 12/01/09<br />

O formato do requadro também pode ser utilizado como personagem, tal qual a câmera<br />

de Orson Welles em Citizen Kane 10 . Ele pode se tornar parte da história em si. O requadro pode<br />

expressar o clima emocional da história, ou a dimensão do som produzido pelas personagens,<br />

bem como contribuir para aumentar o envolvimento do leitor com a narrativa. Eisner (2001,<br />

p.46) salienta que “o requadro convencional, de contenção, mantém o leitor distanciado”. O<br />

uso, então, do requadro como elemento contador de histórias pode ajudar o leitor a adentrar<br />

melhor no clima e nas idéias da história contada, como no caso dos quadrinhos de Jaime Diaz,<br />

que além de proporcionar múltiplas leituras graças à sua forma arrojada de diagramação de<br />

página, também contribuía para que o leitor adentrasse na história, criando maior cumplicidade<br />

entre leitor e escritor, como podemos perceber na figura 45, a história Pateta Faz História<br />

como Tutankamon, onde o personagem da Disney imagina-se como o faraó do Antigo Egito e o<br />

requadro faz às vezes de um hieroglifo egípcio, ambientando ainda mais o leitor na história.<br />

10 Citizen Kane ou Cidadão Kane é a obra máxima do cineasta Orson Welles. Lançado em 1940, o filme<br />

apresenta a história de um jornalista claramente inspirada na história de William Randolph Hearst e traz consigo<br />

o uso de câmera como principal aliado do diretor para contar sua história. Quando o protagonista aparece,<br />

por exemplo, as tomadas são feitas de baixo para cima, evidenciando o poder da personagem. Quando algum<br />

desafeto é filmado, ele é filmado de cima para baixo, mostrando a fragilidade da personagem. Assim, a câmera<br />

parou de ser apenas o olho do espectador para ser mais um elemento cênico pronto a contar a história.

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