tecnologia e intera - UTFPR
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Comics vendia entre 700 mil e 1 milhão de cópias de seus títulos. Apenas na venda direta. Estes<br />
números ilustram a força das chamadas comic shops no início de sua atuação. Como vimos, as<br />
vendas declinaram durante certo período e se reergueram através deste tipo de distribuição, que<br />
justificou a ausência, para estas editoras, de outro tipo de distribuição.<br />
Os quadrinhos cômicos da Archie Comics não aderiram ao mercado direto. Em 1970<br />
vendia 482.000 cópias. Em 1992, 47.000, ou seja, não vender apenas no mercado direto<br />
proporcionou uma retração nas vendas destes quadrinhos. Vendo um aumento no mercado<br />
direto e uma retração nos pontos de venda, em 1995, a Marvel Comics, principal editora de<br />
quadrinhos do mercado norte-americano e mundial, parou de distribuir suas revistas, e em 1996<br />
apenas a empresa Diamond as distribuía. E apenas para o mercado direto. Em 1993 o mercado<br />
de revistas em quadrinhos começou a retrair. O problema é que até hoje esta retração não<br />
diminuiu. Em 1992 existiam cerca de 10.000 comic shops nos Estados Unidos. Allen (2007)<br />
salienta que em 2003 havia em torno de 3500. Em 2007 havia pouco mais de 2000 lojas. Em<br />
maio de 2003, 4, 5% da distribuição da Marvel era da maneira tradicional, 3,3% assinaturas e o<br />
restante, apenas mercado direto.<br />
Em 2003, o título mais vendido (a nova revista do Wolverine) vendeu 163.000 cópias.<br />
Apenas mais 5 títulos venderam acima de 100.000 cópias. Archie Comics ainda tem 88% da<br />
circulação fora do mercado direto, e a maioria dos seus títulos vende 25.000 cópias. Seus<br />
encadernados, por outro lado, vendem muito bem, acima de 121.000 cópias. Em 1999 vendas<br />
comuns eram só 14% na Marvel. No primeiro semestre deste ano, a Marvel tomou a decisão<br />
de reimprimir encadernados das sagas para livrarias possibilitando saber quem comprava as<br />
revistas e como, facilitando ações de marketing e captação de novos clientes e anunciantes.<br />
Mesmo assim, como percebemos pelos números acima, a queda das vendas foi brutal a partir<br />
da segunda metade da década de 1990. Mesmo que os quadrinhos como um todo ainda fossem<br />
massivamente comprados, com milhões de exemplares vendidos todos os meses, os títulos<br />
acabaram por tornar-se menos rentáveis individualmente, obrigando as editoras e detentoras<br />
das marcas a tentar novas alternativas.<br />
A editora achou que a venda no mercado direto era melhor que assinaturas. Possibilitava<br />
também uma lealdade entre leitor e comic shop. Outra estratégia em relação à venda comum<br />
é que, obrigando o leitor a ir à comic shop, criava neste o hábito, além de poder despertar no<br />
consumidor interesse por outro título, levando o indivíduo a consumir mais histórias e mais<br />
personagens.<br />
Os quadrinhos online, porém, vieram estabelecer outra maneira de comércio no que diz<br />
respeito às histórias em quadrinhos. Agora não mais interessava o ponto de venda ou a maneira<br />
de distribuição. O que importa, com a chegada dos webcomics é a visitação de seus websites.<br />
Uma das maneiras de fazer com que os webcomics tivessem mais visibilidade e,<br />
consequentemente, mais visitação era o uso de websites agregadores, servidores específicos para<br />
webcomics. Campbell (2006) informa que Webcomics.com foi o primeiro servidor específico<br />
para webcomics. Surgido em 1999, onde companhias de “comunidades” online surgiam a cada