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40<br />

depressão econômica, período onde pouquíssimas revistas esgotavam. Logo, nos escritórios<br />

das editoras um novo termo foi cunhado: “super-herói”. Jones (2006) salienta que a palavra<br />

ainda não estava nas capas das revistas, mas fazia parte do jargão dos profissionais da área.<br />

Nesta mesma época, entre 1930 e 1934, estrearam diversas outras tiras ou revistas que<br />

traziam para os jovens de então uma grande gama de personagens e autores, como Dick Tracy,<br />

de Chester Gould, Betty Boop, de Max Fleischer, Pinduca de Carl Anderson e Brucutu de Vince<br />

T. Hamlin, apenas para citar alguns. Todos estes foram grandes produtos, não existindo apenas<br />

nos quadrinhos, mas agindo como merchandising ou propaganda para diversos outros produtos,<br />

desde brinquedos a lancheiras, passando por alimentos e propagandas de automóveis.<br />

Em 1934 temos Alex Raymond, que criou Flash Gordon, como uma resposta a Buck<br />

Rogers. Flash Gordon foi muito mais bem sucedido que Rogers. Para Patati e Braga (2006),<br />

o quadrinho é uma obra-prima do desenho realista romântico, sendo a história era um mero<br />

pretexto para a arte virtuosa de Raymond. Para Moya (1986), o visual de Flash Gordon era<br />

uma antecipação do futuro. Junto com esta criação, Raymond ainda criou Jim das Selvas, para<br />

concorrer com Tarzan na idéia de série de aventuras na natureza e Agente X-9, para concorrer<br />

com Dick Tracy na idéia de histórias detetivescas. Assim, ficava estabelecido que, ao fazer<br />

sucesso, determinada personagem imediatamente gerava cópias, fiéis ou não, para aproveitar<br />

o mesmo filão comercial já desbravado pelas personagens iniciais. Esta prática, ainda que<br />

promovida nos quadrinhos norte-americanos apenas a partir do primeiro terço do século XX,<br />

é claramente utilizada desde a criação da sociedade de consumo, como nos lembra Benjamin<br />

(1994). Filmes, livros ou programas radiofônicos sempre foram copiados, a partir do momento<br />

que fizeram sucesso suficiente para atingir determinado montante financeiro. Chartier (2002)<br />

ressalta que no século XVIII os livros além de serem copiados também tinham seu conteúdo<br />

adulterado, para não ser necessário efetuar pagamento aos autores.<br />

Ainda em 1934 temos Terry e os Piratas, de Milton Caniff. Para Moya (1986) e Eco<br />

(2006), esta tira revolucionou o mundo dos quadrinhos quando revelou um grande desenhista<br />

aliado a um grande escritor. Caniff utilizava desenhos realistas, com visual riquíssimo e grande<br />

detalhamento. Segundo Patati e Braga (2006) possivelmente a maior contribuição de Caniff<br />

tenha sido a alternância dos pontos de vista, realizada com maestria pelo quadrinista, o que<br />

trazia uma agilidade até então inédita para o relato gráfico-visual dos quadrinhos, tornando-se<br />

comparável, como fez Eco (2006) como cinema. Cirne (1975) diz que toda a produção de Caniff,<br />

que mais tarde fez a tira Steve Canyon, está intimamente ligada às técnicas de cinema como<br />

ritmo e decupagem, fazendo com que o público da sétima arte se interessasse pelos quadrinhos,<br />

e vice-versa, criando uma ponte visual e intelectual entre as duas artes.<br />

Mandrake, o mágico de Lee Falk e Phil Davis também é oriundo de 1934. Interessante<br />

notar, como faz Moya (1986), que Falk não era o desenhista da tira, e sim o escritor. Em um<br />

meio onde normalmente os artistas gráficos eram em geral tidos como principais responsáveis<br />

pela produção do bem de consumo, este escritor não fez apenas uma história de renome, mas<br />

duas, uma vez que é de Falk, juntamente com Ray Moore, a criação do Fantasma, de 1936.

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