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interpretação, mas que esta não é entendida senão dentro da própria história em quadrinhos. Os<br />

balões são, assim, importante e fundamental elemento dos quadrinhos, fazendo com que sejam,<br />

segundo Quella-Guyot (1994 p.10), “um tesouro de inventividade”.<br />

3.5 Onomatopéias<br />

Como os balões, as onomatopéias também são a materialização do som nos quadrinhos.<br />

E, assim como os balões, afetam o “ouvido” do leitor, que reconhece em certos ideogramas<br />

ou palavras sons culturalmente reconhecíveis e identificáveis em seu quotidiano. Para Quella-<br />

Guyot (1994), nas histórias em quadrinhos há um uso muito vigoroso deste letreiro gráfico, que<br />

o autor coloca como “iconização” do texto que faz da palavra, de uma só vez, ser lida e vista.<br />

Para Cirne (1970), o ruído nos quadrinhos, mais do que sonoro, é visual. O autor realça<br />

que os artistas estão e sempre estiveram procurando novas formas de expressar sons e ruídos<br />

para o leitor, novas expressões gráficas para sensibilizar a “audição” humana. Ainda segundo<br />

Cirne (1970), o efeito de um buumm ou um crash é antes de mais nada, plástico, ainda que<br />

possa, como veremos a seguir, ser uma palavra cujo significado expresse a ação em sua língua<br />

de origem.<br />

A onomatopéia apresenta duplo aspecto: analógico e linguístico. Para Cagnin (1975),<br />

enquanto elemento analógico, sua motivação é fácil, compreendendo a maneira que as letras são<br />

desenhadas no papel, seu tamanho e sua forma participam ativamente como elemento da cena.<br />

Quando desenhada com mais negrito é um som mais forte, tremida é um som baixo e fugidio, e<br />

assim por diante, como podemos perceber na figura 90, o som emitido pelo soco da personagem<br />

(SOC!) é mais alto que a expiração da personagem que levou o golpe (UNNNFFF!). Isto porque<br />

o leitor lê uma onomatopéia com letras maiores e mais saturadas e naturalmente associa com<br />

um som de maior amplitude.<br />

Figura 96. Tamanho da onomatopéia<br />

Fonte: BYRNE, John. Sparta. in: Heróis da TV 71. São Paulo: Abril, 1985. p.20<br />

O mesmo raciocínio podemos fazer no exemplo da figura 97, onde a personagem joga

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