tecnologia e intera - UTFPR
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grande, tem um custo fixo para cobrir coisas como faturas e atendimento ao cliente;<br />
um custo que pode abocanhar grandes pedaços de pequenas compras. Assim, se um<br />
artista quiser cobrar 30 centavos de seus leitores, ele pode... mas será cobrado em um<br />
ou dois barões pelo privilégio.(McCLOUD 2006, p.184)<br />
Com isso, uma nova empresa foi criada, chamada BitPass. Segundo Allen (2007), a empresa<br />
ficava com 15% do valor da transação para cada pagamento efetuado. O valor do pagamento<br />
dependia da BitPass, mas também dependia da popularidade do webcomic e fundamentalmente<br />
do que McCloud falava no momento. Como idealizador dos micropagamentos, o que o<br />
cartunista falava acabava por virar forma tradicional de negociação. Para Allen (2007), a maior<br />
força por trás da idéia dos micropagamentos e o quanto estes deveriam custar era McCloud.<br />
Com os quadrinhos, no entanto, os micropagamentos acabaram não dando certo e<br />
pouquíssimos são os webcomics que ainda os utilizam. A própria empresa BitPass abriu falência<br />
em janeiro de 2007.<br />
Porém, independente dos quadrinhos e de McCloud, o germe dos micropagamentos<br />
acabou funcionando em outra atividade cultural: a música. A venda de músicas no formato<br />
digital MP3 pela iTunes Store, de propriedade da empresa Apple é imensa. Segundo o website<br />
da própria Apple 23 , os valores das músicas são taxados em US$ 0,69, US$ 0,99 ou US$<br />
1,29 (lançamentos). Seu início deu-se em 28 de abril de 2003 e até janeiro de 2009 vendeu<br />
mais de 6 bilhões de músicas com um acervo de mais de 10.000.000 canções, desde artistas<br />
consagrados à desconhecidos que pretendem divulgar seu trabalho musical. Uma das empresas<br />
responsáveis pelo gerenciamento destas contas e da forma como dar-se-ão os pagamentos em<br />
geral é a americana PayPal, empresa de micropagamentos que foi claramente impulsionada<br />
pela ascensão da iTunes Store e também se aproveitou da ascensão de outra empresa de internet:<br />
a líder em leilões online, eBay.<br />
As assinaturas são outra forma de recebimento dos webcomics. Allen (2007) mostra<br />
que há assinatura tipo revista, onde o leitor/assinante paga uma quantia mensal, semestral ou<br />
anual para poder acessar todo o conteúdo existente no website. Neste caso, todas as tirinhas. A<br />
outra forma de assinatura é por meio de privilégios. O assinante paga uma quantia para poder<br />
usufruir de certas coisas que o visitante normal não tem acesso. Entre os possíveis benefícios,<br />
Allen (2007) cita conteúdo exclusivo e páginas sem propaganda.<br />
As assinaturas funcionam bem, ainda segundo Allen (2007), com tirinhas mais<br />
reconhecidas pelo público, e mesmo estas sempre deixam um pedaço do seu conteúdo aberto, para<br />
estimular a visitação e garantir um número maior de curiosos e possíveis assinantes. O próprio<br />
McCloud (2006) ressalta que fechar por completo um website é um erro, pois inevitavelmente<br />
vai diminuir o número de acessos e em médio prazo o website acabará fechando por falta de<br />
recursos.<br />
Vários cartunistas web abandonaram estas formas de receita em favor de uma outra<br />
forma de garantir seu sustento: o merchandising. Por meio de objetos que referenciam aspectos<br />
do webcomic, os cartunistas conseguem desenvolver diversas fontes de rendimento. Allen<br />
23 http://www.apple.com acessado em 27/04/2009