tecnologia e intera - UTFPR
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aventureira e, como nos filmes e quadrinhos, está do lado dos “mocinhos” que vêm para<br />
colonizar e tornar a vida das pessoas melhores.<br />
Aqui também podemos perceber a crítica ao estilo de vida norte-americano, que durante<br />
a conquista de seu território oeste dizimou os habitantes nativos e impôs um violento modo de<br />
vida. A expansão capitalista, promovida principalmente pelo avanço da ferrovia, acabou por<br />
destruir a cultura local e promover a cultura dominante no restante do país. Há, então, uma<br />
crítica também às formas de dominação impostas pelos colonizadores, que não respeitaram<br />
os hábitos e costumes locais, tornando a nova terra colonizada em mais uma extensão de seu<br />
monopólio, tal qual a Google parece fazer com a internet, na visão de Dahmer.<br />
A vida das pessoas, entretanto, parece, na visão de Dahmer, não ter melhorado com<br />
o advento da busca extremamente qualificada da empresa estadunidense. Parece haver uma<br />
dependência, evidenciada pelo artista, de várias pessoas em relação à empresa e sua forma de<br />
buscas. A noção de que o “Google lhe dará respostas para tudo” parece ter se instalado em uma<br />
parcela da população utilizadora da internet, e esta população foi retratada na figura 201, onde<br />
a empresa de Page e Brin toma o lugar de Deus no imaginário coletivo:<br />
Figura 201. Tira 184<br />
Fonte: acesso em 12/01/09<br />
A Google é colocada, ironizada como responsável por todas as respostas do mundo,<br />
passando a ser responsável pela felicidade e satisfação pessoal das pessoas. Neste caso a tira<br />
retrata uma característica interessante da ferramenta, evidenciada por Dahmer.<br />
O buscador da Google, no contexto de produção e consumo, não parece ser nem produtor<br />
de conteúdo, nem consumidor deste conteúdo. O buscador é um facilitador. É um mediador entre<br />
a pessoa que busca e a página que responde. É o caminho entre a pergunta e a resposta. Mas<br />
não é, por si só, a resposta. Uma série de pessoas, porém, acredita que o Google é a resposta.<br />
Acredita ser o buscador o fim, quando na verdade, ele é meio.<br />
A comunicação neste novo século, como já indica Martín-Barbero (1997), tornouse<br />
mais uma questão de mediações que de meios, ou seja, menos o aparato e mais a forma<br />
de comunicação. Neste caso, Dahmer parece demonstrar que a Google é mais do que mera<br />
ferramenta. Tornou-se algo maior, algo que faz a mediação entre o homem e suas respostas, tal<br />
como Deus na maioria das religiões. A facilidade, somada à rapidez das respostas faz com que