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transmitido pela rádio paulistana 89 FM e contava, ainda de acordo com Bryan (2004) com<br />
radionovelas de Cacá Rosset, teatrólogo e fundador do grupo Ornitorrinco, crônicas a respeito<br />
de pedofilia lidas por Glauco Mattoso e dramatizações de quadrinhos feitas por Luiz Gê. Foi<br />
neste período que Angeli tomou uma audaciosa decisão, a de matar sua principal personagem:<br />
Rê Bordosa. O artista temia transformar-se em um autor preso a uma personagem. Assim,<br />
colocou nas bancas uma edição de luto de Chiclete com Banana, e lançou o livro Rê Bordosa<br />
1884-1987 - A morte da porraloca, um assassinato de Angeli. O cartunista mata a personagem<br />
de “tedius matrimonius”, contraído por Rê ao se casar.<br />
Enquanto Rê Bordosa era morta por Angeli, Glauco fazia uma revista trimestral de seu<br />
personagem Geraldão, publicada também pela Circo Editorial. Para Glauco (apud BRYAN,<br />
2004, p. 412) “Chiclete com Banana abriu, no mercado nacional, o filão de revistas e publicações<br />
de quadrinho nacional que estava esquecido”.<br />
Em 1990 é lançado o vigésimo quarto e último número de Chiclete com Banana, ainda<br />
que após esta edição houvessem várias outras revistas com reedições, reencadernações e até<br />
mesmo algumas revistas especiais como Chiclete Especial e Tipinhos Inúteis.<br />
1.8 A RENOVAÇÃO DA POPULARIDADE dos super-heróis<br />
Ao mesmo tempo que a contracultura despertava interesse em determinada camada da<br />
população, composta por adultos ligados às artes, as crianças e principalmente os adolescentes<br />
norte-americanos foram alvo de outra vertente da comunicação de massa dos EUA.<br />
Percebendo a popularidade existente no grupo intitulado Liga da Justiça, que agregava<br />
em uma mesma revista em quadrinhos diversos super-heróis da National Comics (mais tarde<br />
DC Comics), Martin Goodman, dono da Marvel Comics, chamou o escritor e mais antigo<br />
funcionário da editora, com 22 anos de serviços prestados escrevendo para jornais, televisão e<br />
outros veículos, Stan Lee, para escrever algo que se assemelhasse à proposta da concorrente.<br />
Jones (2006) informa que Lee chamou seu colega Jack Kirby em 1961 para criarem uma nova<br />
proposta. Com o Quarteto Fantástico, a Marvel se lança no mercado com a idéia de “humanizar”<br />
os super-heróis, tornando-os mais falíveis e sempre com conflitos internos. Os membros do<br />
Quarteto Fantástico, apesar de serem super-heróis, não possuíam identidade secreta, e suas<br />
histórias apresentavam várias discussões entre eles, muito diferente das personagens da National<br />
Comics.<br />
Assim, segundo Jones (2006), a revista atraiu fundamentalmente os adolescentes, em<br />
torno de 13 ou 14 anos. O infortúnio dos personagens era rapidamente identificado com o<br />
das pessoas nesta altura da vida. Ao perceberem este filão, Kirby e Lee criaram um cientista<br />
que graças a uma bomba de radiação transforma-se em monstro. O Incrível Hulk. Em 1962,<br />
porém, veio o maior êxito não só de Stan Lee, mas de toda Marvel Comics: Homem-Aranha.<br />
Desta vez, Lee chamou outro desenhista, Steve Ditko para dar forma ao personagem. O motivo<br />
para escolha de Ditko, de acordo com Muniz (2009), era que Lee queria um herói franzino,