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tecnologia e intera - UTFPR

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história a partir do nada em apenas vinte e quatro horas, individualmente. O quadrinista deve<br />

desenvolver a trama, a arte, a pintura, o letreiramento e a arte final. O quadrinho final deve ter<br />

também 24 páginas. Durante este período os cartunistas são “vigiados” por alguma instituição.<br />

Em geral, uma comic shop que aproveita o acontecimento para apresentar seus produtos e,<br />

portanto, patrocina o evento, muitas vezes fornecendo o material básico como lápis, papel e<br />

canetas. No Brasil há lojas participantes do evento, como a Comix, de São Paulo, ou a Itiban, de<br />

Curitiba. Ao final do período os trabalhos passam por uma comissão julgadora e os 24 melhores<br />

são impressos em uma edição especial. Outro desafio foi o Iron Man Comic, onde cada artista<br />

participante dava US$ 20,00 para fazer uma tirinha por dia, sem falhar nenhum dia. Quem<br />

faltasse com o compromisso era desclassificado, e, no final da disputa, apenas um quadrinista<br />

recebia todo o dinheiro arrecadado pelos demais participantes.<br />

Há outros tipos de quadrinhos online, que podem ser totalmente diferentes a ponto de não<br />

conseguir obter uma classificação mais simplificada, ou são considerados amálgamas dos que<br />

aqui foram descritos. Fusões de diversos gêneros e estilos, que não se adaptam a nenhum rótulo.<br />

O próprio Malvados, apesar de primariamente usar a comédia para suas críticas e, portanto ser<br />

tido como um quadrinho cômico, também envereda-se pelos quadrinhos autobiográficos, como<br />

as tirinhas do Mini-Dahmer, pelos quadrinhos nerds, onde há referências a este estilo de vida,<br />

pelos quadrinhos nerdcore quando há críticas as empresas de informática, e também pode ser<br />

considerado quadrinho erótico em algumas tiras.<br />

É possível observar que não há webcomics no gênero de super-heróis. Existem algumas<br />

tiras que ridicularizam a temática, outras fazem alusão, mas super-heróis enquanto gênero não<br />

existem, ou existem de forma tão exígua que não se percebe. Campbell (2006) teoriza que os<br />

quadrinhos de super-heróis em geral também não funcionam nos jornais e nem em publicações<br />

limítrofes. Segundo o autor, para gerar audiência os webcomics precisam de processos regulares.<br />

Postagens semanais ou, de preferência, diárias. Super-heróis funcionam melhor em histórias<br />

com múltiplas páginas para desenvolver melhor o enredo e a história. Outra causa pode ser<br />

a falta de público novo. O público de super-heróis pode já estar consolidado e estático, não<br />

tendo mais crescimento. Os super-heróis são sempre os mesmos: Batman, Superman, X-Men...<br />

O último herói que teve alguma relevância foi o Spawn, de Todd McFarlane, datado de 1993.<br />

Super-heróis vivem, no século XXI, uma posição de nostalgia. Os webcomics olham para o<br />

futuro.<br />

4.6 Adaptação<br />

A troca de suporte não pode dar-se sem uma reestruturação por parte do conteúdo.<br />

Ler uma história em quadrinhos impressa em papel pulp é diferente de ler a mesma história<br />

impressa em um papel muito melhor, como o couché, por exemplo. Chartier (1999) afirma que<br />

mesmo um romance de Balzac pode ser diferente caso seja publicado em formato folhetim, em<br />

um livro para gabinetes de leitura ou junto com outras obras em um grande compêndio. Isto sem

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