tecnologia e intera - UTFPR
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da época e o acabamento mais barato. Outra de suas idéias foi vender estes livros “como<br />
qualquer outra mercadoria, junto com pares de meias e latas de chá”. A Penguin tornou-se uma<br />
das maiores editoras do mundo, criando até os dias atuais uma enorme gama de publicações,<br />
sempre a preços mais acessíveis e acabamento menos requintado, os chamados “livros de bolso”.<br />
Manguel (1997, p.171) afirma que “a invenção de novas formas para livros é provavelmente<br />
infinita, e contudo poucas formas estranhas sobrevivem”.<br />
O texto em formato digital é estranho às formas anteriores de divulgação da leitura.<br />
Chartier (1999) diz que mesmo um texto jornalístico lido em uma mídia impressa e uma mídia<br />
digital são diferentes. A estrutura e a organização da recepção são diferentes, na medida em que<br />
a paginação do objeto impresso é diferente da organização de um texto em bancos de dados,<br />
que aparecem em ordem diversa da ordem pretendida pelo jornal. A própria linearidade da<br />
informação pode ser perdida. Um leitor pode decidir ler previamente a notícia acabada para<br />
depois ler sua origens, ou ler de forma desconexa mais de uma notícia por vez, apenas abrindo<br />
mais de um arquivo ou, se na internet, mais uma janela (aba) do seu navegador.<br />
A noção de pesquisa também modifica-se, uma vez que o leitor, por meio de caixas<br />
de busca e palavras chave, pode ter acesso a mais informações sempre que julgar necessário.<br />
Por outro lado, a chance deste leitor/internauta se perder nas informações ou distrair-se de seu<br />
objetivo principal é muito maior. Com a internet, todo o conteúdo da fonte (jornal, revista,<br />
webcomic) está sempre presente. Não é necessário nenhum tipo de catalogação por parte do<br />
leitor. Esta catalogação é de responsabilidade dos softwares utilizados pelos programadores do<br />
website e do banco de dados que o compõe. Não é exigido do leitor nenhuma preocupação com<br />
catalogação. Isto não é de sua responsabilidade.<br />
A adaptação necessária para as histórias em quadrinhos na internet, segundo Mendo<br />
(2008) se dá em vários níveis, também percebidos por Franco (2008). Primeiramente temos a<br />
reprodução da página de quadrinhos impressa, onde a arte produzida para o meio impresso é<br />
reproduzida na internet sem adaptações no formato ou nos elementos de desenho, texto ou forma<br />
dos requadros. Simplesmente as páginas são numeradas e ligadas por links. Isto independe do<br />
fato da história ter sido efetivamente impressa anteriormente. Nosso objeto de estudos, por<br />
exemplo, vale-se desta característica, ainda que suas tiras tenham sido feitas objetivando apenas<br />
a visualização em tela através do browser. Muitas histórias, porém, são disponibilizadas nos<br />
websites para donwloads com intenção que o leitor imprima as páginas e leia no papel. Neste<br />
caso, é importante manter a diagramação característica das edições tradicionais.<br />
Temos também a reprodução da história em quadrinhos impressa adaptada ao formato<br />
da tela de computador. Neste formato os quadros são dispostos de maneira a explorar o espaço<br />
virtual representado pela rolagem da tela.<br />
Já a história em quadrinhos com interface característica dos meios digitais, por sua vez,<br />
copia ou reproduz o aspecto geral das revistas impressas. Na maioria das vezes, a quantidade de<br />
quadros por página, sua disposição e proporção são muito semelhantes ao que vemos em uma<br />
história impressa, uma vez que todos os elementos fundamentais (balões, onomatopéias...) estão