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tecnologia e intera - UTFPR

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241<br />

“o espaço organizava os sites hospedados em ‘bairros’ virtuais. Cada vizinhança estava<br />

relacionada ao tema dos sites - páginas de negócios eram convidadas para Wallstreet, de cinema,<br />

para Hollywood; música, teatro e showbusiness tinham lugar garantido em Bourbon Street.”<br />

Os endereços eram algo como http://www.geocities.com/Hollywood/3346/ ou http://www.<br />

geocities.com/sunsetstrip/5521. Além deste servidor haviam outros, como o extinto portal<br />

CidadeInternet, que como o próprio nome indica criava a metáfora de uma cidade na rede, o<br />

português Terravista, servidor que criava seus endereços com nomes de cidades portuguesas<br />

como Faro ou Lisboa, ou o brasileiro VilaBol, que também oferecia hospedagem gratuita. Este<br />

tipo de metáfora também foi usada por Dahmer ao perceber a internet como um amontoado<br />

de casas e prédios com referências sexuais/pornográficas, como vemos no primeiro quadro da<br />

figura 199:<br />

Figura 199. Tira 908<br />

Fonte: acesso em 12/01/09<br />

A idéia, ainda na tira 760, de cada link ser uma porta, parece fazer uma junção de duas<br />

linguagens: a da internet com seus hiperlinks e a dos quadrinhos. Dahmer promove reflexão,<br />

uma vez que a piada só faz sentido quando o leitor imagina a elipse temporal existente nas<br />

lacunas, nas sarjetas da tira. É este tempo, crítico para os quadrinhos, que conduz a narrativa,<br />

em conjunto com a metáfora da porta/link. Há, nesta tira, dois momentos de tensão e suspense:<br />

o primeiro, entre os dois quadrinhos iniciais, que revelam que a personagem possivelmente<br />

entrou em um lugar por engano; e o segundo, quando há a certeza do engano e deseja-se saber<br />

qual o desfecho resultante deste engano.<br />

Dahmer abusa do uso de símbolos e estereótipos. O símbolo da suástica nazista é<br />

reconhecida por qualquer leitor ocidental, principalmente graças ao mercado norte-americano<br />

de filmes, que a cada ano promove filmes com a temática do holocausto. Ademais, os bigodes<br />

utilizados pelos nazistas também remetem à clássica figura do ditador Hitler. Eisner (2005, p.76)<br />

diz que “atualmente o quadrinista tem de lidar com um leitor cuja experiência de vida também<br />

inclui uma quantidade substancial da exposição ao cinema”. Esta experiência resulta então em<br />

mais um conjunto de linguagens utilizada pelo leitor. Além de conhecer a idéia de hiperlinks e<br />

internet e também de conhecer a linguagem dos quadrinhos, o leitor muito provavelmente também

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