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mais identificável com os adolescentes, e Kirby era melhor na criação de tipos musculosos.<br />

A temática e a maneira que a narração era criada para as histórias mostrava um adolescente<br />

problemático típico, somando a isso o fato de ser também um super-herói amargurado. Para<br />

Jones (2006), Ditko e Lee lançaram mão da psicologia, criando um herói que não se limita a<br />

ficar lamentando sua incapacidade de mudar o destino. Criaram também um herói que a todo<br />

momento se pergunta se é efetivamente um herói, mexendo com uma geração que “nascera<br />

em uma época de estabilidade e riqueza, cercada de amor dos pais, mas que se sentia, também,<br />

crivada de culpa” (JONES, 2006, p.360).<br />

Com o sucesso do herói aracnídeo, não só a Marvel começou a melhorar suas vendas,<br />

como também todas as demais editoras de quadrinhos. A National reorganizou seus maiores<br />

ícones, transformando-os em novas versões, mais adaptáveis ao mundo do início da década de<br />

1960 e 1970. Surgiram assim o segundo Flash, o segundo Lanterna Verde, e a segunda Liga<br />

da Justiça. Os quadrinhos de terror e suspense também voltaram, mas, segundo Jones (2006),<br />

muito timidamente.<br />

A partir dos anos 1970, esta tendência de humanizar os heróis e transportá-los para<br />

um universo mais factível teve apoio de muitos dos criadores de histórias em quadrinhos nos<br />

Estados Unidos. Esta tendência, no que tange os super-heróis iniciou-se com Dennis O`Neill<br />

na DC Comics, que promovia um tipo de quadrinhos voltado ao público mais adulto. Ainda<br />

assim, levaria mais de uma década para existir uma percepção por parte do público de que os<br />

quadrinhos haviam redirecionado seu público-alvo.<br />

Em 29 de fevereiro de 1984 inicia-se uma das obras que dariam sustentação ao rótulo<br />

“quadrinhos para adultos” no que tange os super-heróis. O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller<br />

traz uma história direcionada ao público adulto, redefinindo a personagem Batman. Segundo<br />

Santos (1999), com esta obra Miller rompeu com diversos dogmas que a personagem havia, aos<br />

poucos, incorporado. Em seu lançamento, em 1986, a primeira grande ruptura deu-se quando o<br />

autor colocou o personagem no futuro, com uma idade próxima aos 50 anos. Sem sua juventude<br />

Batman ficou mais arisco, com mais incongruências e possibilidades narrativas. O herói na<br />

história é contestador do sistema norte-americano, personalizado pelo presidente na história,<br />

Ronald Reagan, além de ser maquiavélico e cruel. Wolk (2007) afirma que Miller criou um<br />

Batman como um tipo claro de psicopata.<br />

Esta obra não mudou apenas o personagem Batman, mas foi pilar da reformulação dos<br />

quadrinhos nos Estados Unidos. Foi a primeira obra em quadrinhos a ser apresentada em papel<br />

couché, com grande qualidade, diferente do papel barato utilizado até então. Ainda segundo<br />

Santos (1999), outro aspecto importante foi a não utilização de publicidade dentro da revista.<br />

Até então todas as revistas tinham propaganda comercial ou dos próprios produtos da editora,<br />

ajudando como fonte de renda para a editora. Com a falta de propaganda o preço aumentou, sem,<br />

no entanto, surtir impacto na vendagem da revista, que foi, e ainda é, em forma de reedições,<br />

uma das mais vendidas da DC Comics.<br />

Outro pilar da revolução dos quadrinhos foi a obra Watchmen, de Alan Moore e

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