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tecnologia e intera - UTFPR

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72<br />

3.<br />

Características dos quadrinhos<br />

As histórias em quadrinhos estão, como vimos nos capítulos anteriores, presentes<br />

desde a criação e manutenção de uma cultura de massa. A linguagem dos quadrinhos possui<br />

características próprias, que se aproxima, ora se afasta das demais mídias de massa, como o<br />

cinema ou a televisão, o design gráfico ou as artes plásticas, por exemplo. Além disso, com<br />

a imprensa cada vez mais atuante, em determinado momento do século XVII, como nos fala<br />

Chartier (2002), a própria leitura de livros baratos e de consumo mais fácil torna-se padrão na<br />

Europa. Assim, os quadrinhos também utilizam-se das características da literatura.<br />

Compreender a linguagem dos quadrinhos é mister para que possamos, nos quadrinhos<br />

de André Dahmer, analisar além daquilo que está escrito e desenhado. Compreender como o<br />

desenho se articula com o texto, a relação espaço/tempo na tira, como movimentos e cores<br />

conferem diferentes andamentos e dinamismos diferentes nas histórias, a mediação entre artista<br />

e leitor, permeado pela tela opaca de um computador que se interpõe entre estes agentes.<br />

3.1<br />

Elipse Temporal<br />

Talvez a maior contribuição dos quadrinhos e sua principal força, a elipse temporal é<br />

a razão de existir arte sequencial a partir de elementos estáticos, quando as imagens e textos<br />

oriundos de quadros estáticos distintos constroem uma narrativa.<br />

A elipse temporal nos quadrinhos utiliza-se do espaço denominado “sarjeta”, ou seja, o<br />

espaço existente entre dois requadros, entre dois quadrinhos. Esta seria, de acordo com Mendo<br />

(2008), o espaço a ser completado pela imaginação do leitor, espaço que liga o quadro anterior<br />

ao posterior, fazendo com que a história tenha uma sequência contínua. Para Cirne (1975, p. 41),<br />

cada hiato que separa a cercadura dos requadros praticamente representa uma elipse. Este corte,<br />

em si, já impõe ao leitor uma leitura de imagens “ocultas ou subentendidas pela narrativa”. Por<br />

outro lado, pode-se obter também interessantes surpresas temáticas com grande eficácia. Na<br />

sequência a seguir, cabe ao leitor compreender o caminho entre o quintal da casa onde estavam<br />

as personagens e o interior da residência, bem como imaginar o trajeto e suas peculiaridades.

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