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Relatório Azul 2008 - DHnet

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'quadro' criminal, o que significa um melhor policiamento, um maior<br />

envolvimento da comunidade, proteção e fortalecimento da vítima, e<br />

tratamento dos problemas estruturais que causam a transgressão.<br />

Porém há uma clara prioridade no nível da prevenção ao crime<br />

sobre as ações que tem lugar depois do crime ter sido cometido.<br />

Outro âmbito de análise que acaba reforçando a idéia de<br />

gestão da segurança em nível local é o que se relaciona com a crise e<br />

a reforma do Estado. Debatendo o problema da segurança pública no<br />

contexto contemporâneo, David Garland Garland (1999) sustenta que<br />

o Estado atualmente não consegue ser a principal fonte de<br />

manutenção da segurança, bem como da repressão à criminalidade,<br />

uma vez que há um risco político importante na admissão de tal<br />

realidade.<br />

Com o Estado não podendo mais "dar conta" do problema da<br />

segurança, esse tema passa a ser o centro do debate político e o<br />

discurso político refere-se a aspectos como: melhor gerenciamento<br />

dos recursos, redução do medo e da injustiça, bem como mais amparo<br />

às vítimas. Entretanto, na prática, tais objetivos são difíceis de serem<br />

alcançados.<br />

No Brasil, até a década de 90, o tema segurança era visto<br />

apenas como de responsabilidade do sistema de justiça criminal<br />

(Kahn e Zanetic, 2006), envolvendo as polícias, o sistema de justiça e<br />

de execução penal. Entretanto, na atualidade, este modelo de reação<br />

ao delito não atende às demandas da sociedade no que tange a<br />

questão da segurança. Há uma crise de ineficácia no sistema de<br />

justiça criminal: falta de informações (pesquisas sobre vitimização, por<br />

exemplo), impunidade, corrupção nas polícias, ineficácia da pena de<br />

prisão, sucateamento do sistema penitenciário, dentre outros<br />

(Lemgruber, 2002). E a "privatização da segurança" é apenas<br />

privilégio de alguns poucos cidadãos em condições de arcar com os<br />

seus custos<br />

No Brasil, ainda é recente a participação da sociedade civil, e<br />

na questão da segurança corre-se o risco de que grupos de interesse<br />

participem de ações em busca de benefício próprio, usando de<br />

influência política e contribuindo para uma realidade de exclusão<br />

(Santos, 1993). Ou seja, determinadas ações podem satisfazer<br />

RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong> 152

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