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Relatório Azul 2008 - DHnet

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contou com forte apoio logístico do Brasil, cujos aviões militares, sem<br />

ocultar as insígnias da FAB, descarregaram em Santa Cruz de La<br />

Sierra, fuzis, metralhadoras e munição.<br />

SEGURANÇA<br />

PÚBLICA<br />

Poucos meses depois, em dezembro de 1971, o Uruguai<br />

esteve a ponto de sofrer uma intervenção militar por parte do Brasil.<br />

As tropas do então IIIº Exército (RS/SC/PR), hoje Comando Militar do<br />

Sul, prepararam-se para invadi-lo, executando a famosa "Operação<br />

30 Horas" (tempo necessário para ocupar o território do Uruguai), o<br />

que só não aconteceu, porque o Gen. Liber Seregni, candidato da<br />

"Frente Ampla" (partidos de esquerda e centro-esquerda), perdeu as<br />

eleições para os conservadores.<br />

Mas, mesmo assim, os "agentes" brasileiros continuaram<br />

colaborando ativamente no combate as organizações da esquerda<br />

uruguaia.<br />

É de se destacar que, o "Proyecto de Documentación Del<br />

Cono Sur", do National Security Archive" (Washington- DC), recolheu<br />

e catalogou 15 documentos secretos dos Estados Unidos, que<br />

demonstram claramente que o Brasil estava muito preocupado de<br />

que o exemplo de Salvador Allende, no Chile, se repetisse no<br />

Uruguai.<br />

Essas preocupações eram também compartilhadas com a<br />

Argentina, cujos "agentes de inteligência militar", constantemente<br />

trocavam informações com seus colegas brasileiros, tendo inclusive<br />

celebrado um acordo, para intervir em eventos políticos no Uruguai.<br />

O então presidente Médici, viajou a Washington, entre os dias<br />

07 e 09 de dezembro de 1971, quando ainda não havia nenhuma<br />

definição no resultado das eleições uruguaias. Na ocasião, realizou<br />

várias reuniões com o presidente americano, Richard Nixon, o<br />

assessor de Segurança Nacional Henry Kissinger, o Secretário de<br />

Estado William Rogers e o Gen. Vernon Walters, que seria em breve,<br />

o novo subchefe da CIA. Em vários documentos que registram as<br />

referidas reuniões com o presidente brasileiro, Richard Nixon<br />

menciona a colaboração do Brasil, visando influir nas eleições<br />

uruguaias, e Henry Kissinger sublinha o apoio de Garrastazu Médici à<br />

doutrina Nixon, na América Latina. Segundo esta doutrina, uma nação<br />

como o Brasil, exerceria o papel de potência regional subsidiária,<br />

atuando favoravelmente aos interesses dos EE. UU.<br />

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RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong>

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