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Relatório Azul 2008 - DHnet

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A CORREGEDORIA-GERAL<br />

DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO RIO GRANDE DO SUL<br />

SEGURANÇA<br />

PÚBLICA<br />

Mônica Pires da Silva 38<br />

Foi com muita honra que recebi o convite para escrever este artigo,<br />

onde foi sugerido que comentasse o tipo de demanda que entra na<br />

Corregedoria e, como enfrentamos esta demanda.<br />

Este convite veio de forma desafiadora, já que acabo de assumir a<br />

difícil e importante função de Corregedora-Geral do Sistema Penitenciário –<br />

CGSP-. Desafiadora porque sempre lutei e defendi um sistema carcerário<br />

mais humano e justo, seja na função de assessora jurídica, ou como<br />

professora da disciplina de direitos humanos, nos cursos de formação de<br />

servidores da segurança pública. Assim, na atual função sei de minha<br />

responsabilidade, estou ciente de que tenho o dever de apurar e coibir todo<br />

tipo desrespeito à dignidade do apenado, de seus familiares e dos próprios<br />

servidores penitenciários. Difícil, porque sei das dificuldades que temos para<br />

apurar com exatidão, aquilo que acontece "intra-muros".<br />

Inicialmente gostaria de dizer que o trabalho de correição é pouco<br />

simpático aos olhos e na interpretação de muitos servidores. Isto porque,<br />

alguns ainda não despertaram para a consciência, de que uma Corregedoria<br />

forte, atuante, independente e, comprometida com os ditames legais,<br />

contribuirá para à imagem de todo o sistema prisional gaúcho.<br />

Os servidores penitenciários exercem a difícil tarefa de manter sob<br />

custódia àqueles que não tiveram condições de viver conforme as regras<br />

impostas pela sociedade. Manter estas pessoas aprisionadas e ao mesmo<br />

tempo ensiná-las a viver em sociedade, segundo Augusto Thompson, seria o<br />

mesmo absurdo que treinar alguém para uma corrida, o deixando na cama<br />

39<br />

por semanas .<br />

Não raros são os conflitos existentes entre os que<br />

têm o dever executar a pena, e os que têm de cumpri-la.<br />

Não raros os momentos em que ambos, sentem-se<br />

aprisionados por um sistema injusto. Injusto para o<br />

servidor que não tem os meios e os recursos<br />

necessários para fazer um trabalho de qualidade, injusto<br />

para o apenado, que após a conferência da noite, não<br />

tem a certeza de que vai acordar.<br />

38 Corregedora-Geral Penitenciária<br />

39<br />

THOMPSON, Augusto. A questão penitenciária. Rio de Janeiro: Forense, 1993, p 12-13.<br />

87<br />

RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong>

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