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Relatório Azul 2008 - DHnet

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conjuntos relacionais e conflitivos: classes sociais, relações étnicas,<br />

relações de gênero, dispositivos de poder e o nível do inconsciente.<br />

Deste modo, no plano de reconstrução sociológica da realidade, às<br />

relações de exploração marcadas pelas relações de classe e de<br />

fração de classe, agregam-se as relações de dominação definidas<br />

pelas relações de gênero e poder entre categorias e grupos sociais.<br />

Segundo Tavares dos Santos: "a violência seria a relação<br />

social, caracterizada pelo uso real ou virtual da coerção que impede o<br />

reconhecimento do outro – pessoa, classe, gênero ou raça – mediante<br />

o uso da força ou da coerção, provocando algum tipo de dano,<br />

configurando o oposto das possibilidades dos processos de<br />

democratização contemporâneos. Define-se como um fenômeno<br />

social, cultural e histórico, um procedimento de caráter racional, o qual<br />

envolve, em sua própria racionalidade, o arbítrio, na medida em que o<br />

desencadear da violência produz efeitos incontroláveis e<br />

imprevisíveis". (TAVARES DOS SANTOS, 1995:7) O autor estabelece<br />

uma distinção entre conflito, poder e violência: " o conflito social<br />

consiste em um processo entre classes, frações de classe e grupos<br />

sociais que implica a possibilidade de negociação entre as partes,<br />

mesmo em tensa interação. O poder também supõe alguma<br />

possibilidade de negociação de um consenso para se estabelecer<br />

com legitimidade e de modo hegemônico. Mas a violência, esta<br />

relação de alteridade que tem como característica o uso da força, o<br />

recurso à coerção e que atinge, com dano, o outro é uma relação<br />

social inegociável, posto que atinge, no limite, as condições de<br />

sobrevivência materiais e simbólicas, daquele percebido como<br />

desigual pelo agente da violência". ( TAVARES DOS SANTOS,<br />

ibidem).<br />

DIGNIDADE<br />

HUMANA<br />

As dificuldades políticas advindas dos processos de transição<br />

democrática na América Latina, nos últimos vinte anos permanecem<br />

desconhecidas face à expansão dos fenômenos de violência. Nos<br />

esforços de reconstrução institucional visando à plenitude do Estado<br />

de Direito não foram colocadas em questão várias dimensões do<br />

controle social institucional, em particular, a situação das prisões e os<br />

modos de funcionamento das polícias. Cabe salientar as dificuldades<br />

de acesso à justiça, a seletividade social da justiça penal e a perda de<br />

legitimidade das instituições de controle social.<br />

No processo de mundialização, o internacionalismo está<br />

fundado em problemas sociais globais, tais como a violência, a<br />

exclusão, as discriminações por gênero, os vários racismos, a<br />

pobreza, os problemas do meio ambiente e a questão da fome. As<br />

transformações do mundo do trabalho, mediante as mudanças<br />

tecnológicas, com novas possibilidades de emprego em determinados<br />

setores as quais vêm acompanhadas pela precarização do trabalho,<br />

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RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong>

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