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Relatório Azul 2008 - DHnet

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em Santiago do Chile. Com o golpe de 11 de setembro de 1973,<br />

buscando salvar suas vidas, transferiram-se para Buenos Aires, onde<br />

continuaram vivendo sob a proteção das Nações Unidas. Várias e<br />

várias vezes foram procurados por grupos armados, na casa onde<br />

residiam. Da última vez, os acompanhavam um senhor que falava<br />

português, identificado como "Denis Reis", sem saber-se sua patente<br />

militar.<br />

Na noite de 12 para 13 de janeiro de 1974, eles foram vistos no<br />

quartel da Polícia do Exército (DOI-CODI), no Rio de Janeiro, portando<br />

evidentes sinais de tortura. (relato constante nos arquivos do ACNUR).<br />

"The Guardian" (Londres), de 19 de fevereiro de 1974 publicou:<br />

"Rebeldes brasileiros torturados depois de<br />

seqüestrados".........<br />

......... "dois brasileiros do movimento de oposição clandestina<br />

que estavam refugiados na Argentina, foram seqüestrados em<br />

Buenos Aires e, estão sendo torturados no Rio de Janeiro.......".<br />

Também em dezembro de 1973, desaparece em Buenos Aires,<br />

Edmur Péricles Camargo, conhecido como o "Gaúchão". Segundo<br />

informações existentes, ele seria passageiro de um vôo que vinha de<br />

Santiago do Chile, com destino à Montevidéu, fazendo escala em<br />

Buenos Aires, de onde foi retirado de bordo pela repressão argentina,<br />

agindo em colaboração com sua congênere brasileira.<br />

Um informe do CENIMAR (serviço secreto da marinha<br />

brasileira) registra o seguinte:<br />

"preso por autoridades brasileiras e argentinas, quando o avião em<br />

que vinha do Chile para o Uruguai, aterrissou no aeroporto de Ezeiza<br />

(Buenos Aires). Usava o nome falso de Henrique Vilaça".<br />

Existem diversas peças probatórias que permitem afirmar que<br />

o Brasil e a Argentina mantinham permanentes contatos e reuniões,<br />

tratando da troca de informações de inteligência, visando<br />

especialmente desenvolver e coordenar atividades repressivas. Esta<br />

afirmativa encontra sustentação, entre outros elementos, na análise<br />

do memorando nº 4, datado de 29 de outubro de 1974, remetido por<br />

Arancibia Clavel (agente da DINA na Argentina), a Santiago do Chile,<br />

em que relata textualmente:<br />

"..... Contatos estabelecidos: coronel Floriano Aguiar, Adido<br />

Militar do Brasil na Argentina, me ofereceu informações sobre a<br />

RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong> 70

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