30.11.2014 Views

Relatório Azul 2008 - DHnet

Relatório Azul 2008 - DHnet

Relatório Azul 2008 - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

interlocutores ou terceiros. Nesse aspecto, coincide com a perspicaz<br />

observação de Mário Quintana, de que "as classificações definem<br />

apenas os classificadores".<br />

A Comunicação Não-Violenta (que pode ser chamada também<br />

de 'comunicação empática') parte da observação de que todas as<br />

ações estão originadas numa tentativa de satisfazer necessidades<br />

humanas, mas tentam fazê-lo evitando o uso do medo, da vergonha,<br />

da acusação, da coerção ou das ameaças. O ideal da CNV é que para<br />

obter a satisfação de necessidades, desejos, anseios, esperanças<br />

não sejam satisfeitos às custas de outra pessoa. Um princípio-chave<br />

da comunicação não-violenta é a capacidade de se expressar sem<br />

usar julgamentos de bom ou mau, do que está certo ou errado, porque<br />

o acento é posto em expressar sentimentos e necessidades, em vez<br />

de críticas ou juízos de valor.<br />

CRIANÇA E<br />

ADOLESCENTE<br />

Pesquisas neurológicas comprovam que nosso<br />

comportamento é baseado na expressão de necessidades, bem como<br />

nossas emoções precedem, sempre, nossa capacidade de<br />

"racionalizar" nosso atos. Ou seja, os sentimentos sempre precedem<br />

(e condicionam de algum modo) nossos pensamentos, como<br />

descreveu em linguagem acessível aos leigos o médico Osmar Terra<br />

no libro "Entenda melhor suas emoções". Um outro exemplo da<br />

prevalência das emoções (perceptíveis pelo estudo das expressões<br />

fisionômicas e corporais) sobre as verbalizações, está descrito no livro<br />

"Linguagem corporal", o 'best seller' de Allan e Barbara Pease.<br />

Uma "abertura emocional", portanto, é necessária para<br />

estabelecer uma comunicação autêntica com um jovem "em conflito<br />

com a lei". Isso não significa, é claro, uma adesão acrítica às idéias ou<br />

justificativas deste. Nem uma ausência de limites ou a abstração do<br />

sistema jurídico-legal em que estamos inseridos. Não significa, nem<br />

mesmo, que acreditemos em alegações que podem nos parecer<br />

falsas ou evasivas. Significa, na verdade, o respeito integral à pessoa<br />

e à dignidade do jovem, independentemente dos seus atos e de suas<br />

circunstâncias. É esse tipo de relação de respeito, com os valores da<br />

CNV, que podem proporcionar uma relação de confiança com esses<br />

jovens.<br />

Autenticidade e limites: o 'uso do self'<br />

Em vários tipos de situação, dependendo do tipo de interação<br />

205<br />

RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!