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Relatório Azul 2008 - DHnet

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GANHAMOS!<br />

SEGURANÇA<br />

PÚBLICA<br />

Com esta palavra, o então embaixador da ditadura militar<br />

brasileira, Antônio Cândido da Câmara Canto, comemorou o triunfo do<br />

golpe militar de Pinochet, para o qual ele, como também o governo<br />

militar do Brasil, trabalharam intensamente.<br />

Em um longo artigo publicado no jornal "La Tercera", do dia 03<br />

de agosto de 2003, sob o título "A ajuda secreta dos militares<br />

brasileiros", afirma que o Embaixador Câmara Canto era conhecido<br />

como o "quinto homem da junta (militar)", por suas estreitas relações<br />

com os golpistas. Destacado pelo Itamaraty, para servir no Chile entre<br />

1968 e 1975, Câmara Canto estabeleceu estreitas relações com as<br />

mais altas figuras do Exército e da Marinha e, logo após do golpe, foi o<br />

primeiro diplomata a reconhecer e legitimar a Junta Militar de<br />

Pinochet. Câmara Canto chegou a receber do assessor da Junta<br />

Militar, Álvaro Puga, o reconhecimento:<br />

"Era um homem que estava ao nosso lado”<br />

O embaixador norte-americano, quando do golpe militar,<br />

Nathanael Davis, em seu livro "Os últimos dias de Salvador<br />

Allende", já havia afirmado que o embaixador brasileiro havia tentado<br />

em 1973, aproximar a embaixada dos Estados Unidos, aos planos<br />

golpistas.<br />

"Durante um jantar, o embaixador brasileiro me fez uma série de<br />

convites (que não aceitei), para participar de uma coordenação<br />

de embaixadas, visando o planejamento cooperativo, buscando<br />

unir esforços, no sentido de provocar a queda de Allende".<br />

Considerado um exímio cavaleiro e grande colecionador de<br />

arte (segundo La Tercera), Câmara Canto era "profundamente<br />

antimarxista", e havia estabelecido uma grande amizade com o Gen.<br />

Sérgio Arellano Stark, um militar que foi peça chave no golpe, e na<br />

posterior repressão.<br />

Em setembro de 1975, Câmara Canto, por razões de saúde,<br />

deixou seu cargo em Santiago do Chile. No cocktail de despedida,<br />

compareceu o Gen. Gustavo Leight, membro da Junta Militar, após,<br />

uma comissão integrada pelos generais Sérgio Arellano Stark e<br />

Herman Brady, o acompanharam até o aeroporto.<br />

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RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong>

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