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Relatório Azul 2008 - DHnet

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políticas públicas focalizadas na prevenção de agressões específicas<br />

e na elaboração de campanhas contra o heterossexismo e a<br />

LGBTfobia. Estes dados serão utilizados aqui, de forma parcial,<br />

associados aos dados da Pesquisa da 8ª Parada Livre e a uma<br />

sistematização de dados do nuances de 1995 a 2005 (Golin; Pocahy;<br />

Rios, 2007).<br />

Os dados da pesquisa realizada na 8ª Parada Livre de Porto<br />

Alegre, em parceria com o Centro Latino Americano de Sexualidade e<br />

Direitos Humanos – CLAM/IMS/UERJ, a partir de uma amostra de 368<br />

informantes participantes em 2004 (Knauth & Benedetti, 2005)<br />

indicaram que 180 destes já haviam sido vítimas de algum tipo de<br />

discriminação. Muitas das situações de violência ocorreram no<br />

contexto do ambiente escolar (32,4%), nos círculos de amizades e<br />

vizinhos (27,8%) e entre familiares (24,6%). Também foram relatados<br />

por 10,9% dos entrevistados discriminações no ambiente de trabalho<br />

e agências de emprego e nos serviços de saúde (6%). Embora esta<br />

pesquisa não indique modalidades de agressão exacerbadamente<br />

55<br />

graves como os homicídios e latrocínios , que representam violências<br />

de notificação compulsória, ela dimensionou a distância entre a<br />

vitimização e a denúncia.<br />

Mas se o número de agressões dirigidas a lésbicas, travestis,<br />

bissexuais, transexuais e gueis surpreendem pelo volume e<br />

recorrência, o baixo índice de denúncias revela o clima de impunidade<br />

e o difícil caminho do acesso à justiça que envolve estes crimes. Dos<br />

entrevistados, neste estudo, 30,2% não haviam relatado o fato<br />

anteriormente e apenas 14,8% relataram a agressão sofrida à<br />

delegacia de polícia. Embora entre as situações mais presentes<br />

estejam àquelas relacionadas à ordem da injúria e do insulto,<br />

frequentemente vêm acompanhadas de ameaças e agressão física.<br />

Ao provocarmos enquanto movimento social as instituições e<br />

também as cidadãs e os cidadãos vítimas (não passivas) do<br />

heterossexismo acerca dos processos de produção da violência e as<br />

estratégias coletivas para o seu enfrentamento, acreditamos estar<br />

atuando no sentido da interpelação de que todos somos sujeitos de<br />

direito e sujeitos políticos no processo de constituição de uma<br />

sociedade democrática. E que nosso trabalho além de reivindicativo<br />

se constitui enquanto uma ação de educação para os direitos<br />

humanos e para o exercício pleno da cidadania, de onde os<br />

"problemas pessoais" passam a ser considerados problemas de<br />

RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong> 272

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