30.11.2014 Views

Relatório Azul 2008 - DHnet

Relatório Azul 2008 - DHnet

Relatório Azul 2008 - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

aras vezes estão associados a ameaças de morte ou agressão física.<br />

Esta última representa entre 9% e 13% de casos. 11% do total de<br />

casos correspondem ao assédio moral (8%) e a violência psicológica<br />

(3%), cujos limites são tênues entre si. Os casos de violência<br />

psicológica podem ser compreendidos de forma ampliada,<br />

associando-se aos casos de negligência e abandono (10%), ao<br />

considerarmos que estes podem oferecer sofrimento psíquico às<br />

vítimas.<br />

Não menos expressivas são também as situações que<br />

motivaram intervenções no sentido do reconhecimento de uniões<br />

estáveis. Casos em que, na morte de um dos/das cônjuges, a família<br />

ou outros entes parentais recusam-se ao reconhecimento da<br />

constituição conjugal. Geralmente casos que são acompanhados de<br />

sofrimento pela perda do companheiro (aqui não fazemos a inflexão<br />

para o feminino tendo em vista que a totalidade dos casos de<br />

reconhecimento dizem respeito a uniões entre homens) e pela<br />

violência das famílias. Neste mesmo quadro acompanhamos também<br />

duas situações envolvendo processos de naturalização, para o caso<br />

de estrangeiros, onde houve a necessidade do reconhecimento da<br />

união estável.<br />

Estes últimos dados nos remetem diretamente à instância de<br />

deliberação do Estado e ao justo cumprimento da Constituição<br />

Federal. Exemplar, neste caso, uma das demandas mais significativas<br />

em termos de denúncia: o acesso negado a estabelecimentos<br />

comerciais e mesmo a empresas estatais, de onde correspondem aos<br />

casos de denúncia por acesso negado 10% das denúncias.<br />

Ainda, em menor percentual, mas não menos emblemático,<br />

citamos um caso em que houve violência sexual, que inicialmente<br />

omitida pela vítima, por vergonha. Seguramente esta situação,<br />

bastante dolorosa para a vítima, esteve associada, pelo seu silêncio,<br />

aos estigmas que envolvem a homossexualidade, como aqueles da<br />

"perversão" e da "promiscuidade", em um sentido muito próximo<br />

daquele do discurso moralizador da procura pelo algoz (Carrara &<br />

Vianna, 2004).<br />

Sobre os autores das situações indicadas um percentual<br />

bastante expressivo diz respeito à atuação de profissionais de<br />

segurança privada: 24%. Um número expressivamente distinto dos<br />

casos envolvendo a segurança pública (3%). No entanto, ao<br />

RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong> 276

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!