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Relatório Azul 2008 - DHnet

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habilidades, que o inscrevam na "Contemporaneidade".<br />

Nos filmes de "faroeste", às vezes protagonistas pobres<br />

roubavam cavalos para aprender a domá-los. As máquinas dos nosso<br />

tempo – dos carros aos celulares – tem de ser 'domadas' também,<br />

temos de aprender a lidar com elas, obter o melhor delas. Porque outro<br />

motivo vemos até mendigos de rua com celulares ?<br />

O contexto de cada indivíduo e seus vínculos familiares<br />

CRIANÇA E<br />

ADOLESCENTE<br />

Como na música "O meu guri", de Chico Buarque, ele pode<br />

parecer um 'bandido' para a sociedade, mas um herói para alguns<br />

familiares ou amigos, como uma espécie de 'Robin Hood' que ajuda os<br />

seus. Ou, ao contrário, pode ser visto como um 'chinelo' que rouba dos<br />

próprios vizinhos ("chinelagem", roubar dos pobres), ou um "drogado"<br />

que vende até as coisas da própria casa para comprar drogas.<br />

Uma pesquisa consistente sobre os fatores que levam à<br />

conduta anti-social, feita por Jorge Trindade (exposta no livro<br />

Delinqüência Juvenil – Um Compêndio Transdisciplinar), aponta a<br />

drogadição e a ausência paterna como as variáveis que – entre várias<br />

outras – mais tornam o adolescente vulnerável à infração.<br />

No momento em que estão "enquadrados" no sistema jurídico,<br />

tende a cessar a ausência de limites proporcionada pela droga e<br />

iniciarem sintomas depressivos como a culpa e o arrependimento.<br />

Mas isso só nos jovens de "melhor prognóstico", quer dizer, que não<br />

apresentem traços de transtorno de personalidade que lhes impeçam<br />

a possibilidade de sentir culpa e arrependimento, como expresão da<br />

capacidade de autocrítica.<br />

É da capacidade de autocrítica, justamente, que nasce a<br />

possibilidade de reconstrução de uma trajetória de capacidades que<br />

estavam sendo canalizadas para a contravenção e o crime. Mas não é<br />

o discurso moralista dos agentes da lei que gera essa autocrítica, ao<br />

contrário. É o afeto familiar que mobiliza tais forças, pois são os<br />

adolescentes mais vinculados a suas famílias os que se tornam mais<br />

predispostos a buscarem novas alternativas de trajetória, na busca de<br />

uma re-inserção social.<br />

Abordagem no contato com o jovem<br />

Qualquer forma de contato com um jovem infrator – seja numa<br />

203<br />

RELATÓRIO AZUL <strong>2008</strong>

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