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izquierdas

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Marcelo Marchesini da Costa<br />

dos próprios empreendimentos econômicos solidários, como as cooperativas.<br />

não há dúvida de que parte desses atores fazem a opção<br />

de tentar influenciar pautas concretas das políticas públicas, como<br />

exemplificou um dirigente dessa secretaria, ao afirmar que a criação<br />

da sEnaEs foi um pedido do Grupo de trabalho de Economia solidária<br />

do Fórum social mundial. Este merece destaque por ter constituído<br />

um momento central para a articulação de movimentos sociais<br />

na américa latina (scherer-Warren, 2006). ademais, não há nenhum<br />

grupo expressivo que se manifeste contra a política pública de economia<br />

solidária. nesta pesquisa, os entrevistados reconheceram que a<br />

economia solidária no Brasil não representa uma ameaça ou um incômodo<br />

para ninguém. isso explica que aqueles que atuam em organizações<br />

de economia solidária, sejam empreendimentos ou entidades<br />

de apoio e fomento, tenham conseguido aumentar seu poder de influir<br />

na política pública a partir de sua organização nos fóruns estaduais<br />

e no Fórum Brasileiro de Economia solidária (FBEs). confirma-se,<br />

portanto, o que aponta a teoria de que quanto menos ideológica e visível<br />

for a área da política pública, maior tende a ser a importância dos<br />

grupos de interesse (Kingdon, 1995).<br />

na Venezuela, uma primeira análise parece também confirmar<br />

a teoria, na medida em que não há menção a nenhum grupo de interesse<br />

que participe de forma consistente da formulação e alterações<br />

da política. Ficou claro nas entrevistas que as intervenções na política<br />

partem principalmente do presidente chávez e de relações diretas<br />

com a população beneficiada pelas políticas. Entretanto, é preciso<br />

notar que os grandes movimentos ao longo do governo chávez, que<br />

fizeram com que se iniciasse a política de economia popular por meio<br />

da missão Vuelvan Caras, decorreram de um movimento de grupos<br />

de pressão oposicionistas, com a tentativa de golpe e a sabotagem<br />

petroleira de 2002. os grupos de interesse em questão constituíam-se<br />

de organizações empresariais e da mídia, que articularam e promoveram<br />

tanto a tentativa de golpe como a sabotagem petroleira. Há ainda<br />

outro grupo de interesse importante na Venezuela que é o movimento<br />

cooperativista existente antes de chávez. Esse grupo é organizado em<br />

centrais e federações cooperativistas que, ao menos em parte, fizeram<br />

oposição ao governo chávez. Esse discurso de oposição é baseado na<br />

suposição de que o governo privilegiaria as cooperativas surgidas da<br />

missão Vuelvan Caras, mantendo com elas uma relação de paternalismo<br />

e instrumentalização política. o grupo de cooperativistas previamente<br />

existente reivindica ainda a elaboração de oito artigos tratando<br />

do tema da economia social na constituição de 1999.<br />

dessa forma, o fato da economia popular ser uma área altamente<br />

ideologizada, e que restringe a possibilidade de atuação de grupos de<br />

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